Retaliações aprovadas pelos deputados são voltadas contra a indústria naval e a utilização de mão de obra escrava. Governo Trump pressiona aliados asiáticos a fazerem ofensiva diplomática para isolar Pyongyang.
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A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou quase por ampla maioria nesta quinta-feira (04/05) a imposição de novas sanções à Coreia do Norte, acirrando ainda mais as tensões com o regime de Kim Jong-un.
Segundo o projeto de lei, as sanções são voltadas contra a indústria naval e a utilização de mão de obra escrava. Navios de bandeira norte-coreana ou de países que não acatem as resoluções da ONU contra Pyongyang não poderão navegar em águas territoriais americanas ou ancorar nos portos do país.
Bens produzidos com a utilização de trabalho escravo na Coreia do Norte estarão proibidos de entrar nos EUA. Os norte-coreanos que utilizarem esse tipo de mão de obra estarão sujeitos às sanções.
A legislação estabelece um prazo de 90 dias para que o presidente americano, Donald Trump, decida se deve ou não designar a Coreia do Norte como um Estado que apoia o terrorismo. Essa medida acarretaria em novas sanções, que incluiriam restrições ao acesso a programas americanos de assistência a países estrangeiros, normalmente em casos de catástrofes. O projeto de lei será submetido ao Senado, que deverá ratificá-lo sem obstáculos.
A votação desta quinta-feira coincidiu com um pedido feito pelo secretário de Estado americano, Rex Tillerson, para que os países do Sudeste Asiático trabalhem mais para assegurar a aplicação das sanções internacionais ao regime de Pyongyang.
Após o encontro de Tillerson com os dez países-membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), seu departamento pediu que os países ponham em prática as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e, principalmente, bloqueiem o fluxo de recursos obtidos no exterior para regime norte-coreano, utilizados para desenvolver seu programa nuclear.
Washington pressiona os países da região para que impeçam os diplomatas da Coreia do Norte de realizarem negócios destinados a financiar o desenvolvimento de armamentos em seu país. Todos os Estados da Asean possuem relações diplomáticas com o regime de Kim Jong-Un, sendo que cinco deles possuem embaixadas em Pyongyang.
Pyongyang acusa CIA de tentar matar Kim
A Coreia do Norte acusou a Central de Inteligência dos EUA (CIA) de planejar o assassinato de Kim Jong-un. O Ministério de Segurança do Estado em Pyongyang denunciou que a agência americana e o serviço de Inteligência da Coreia do Sul estariam planejando um ataque com "substâncias bioquímicas" não especificadas para provocar a morte do líder durante cerimônias públicas na capital do país.
Em comunicado divulgado pelo imprensa estatal, o Ministério afirma que, para a CIA, "assassinatos com o uso de substâncias bioquímicas, incluindo substâncias radioativas e nano-substâncias venenosas, são os melhores métodos, não exigindo acesso ao alvo. Os resultados letais aparecem dentro de seis ou doze meses".
"Vamos desmascarar e destruir sem misericórdia até o ultimo dos terroristas da CIA e sua marionete na Coreia o Sul", dizia o comunicado, afirmado que o plano de assassinar o líder do país equivale a uma declaração de guerra.
O Ministério afirma que o plano foi desbaratado e "esmagado" pelas autoridades do pais, sem especificar de que forma isso teria ocorrido.
RC/ap/rtr/afp
O que o regime mostra na Coreia do Norte
A DW viajou à Coreia do Norte para descobrir o que há por trás da propaganda. Saímos às ruas com o acompanhante disponibilizado pelo governo e registramos o que vimos - ou nos deixaram ver - em Pyongyang.
Foto: DW/A. Foncillas
Árvores floridas
Os prédios da capital norte-coreana estão pintados com cores vivas, dando um ar de alegria à cidade. A época da floração da cerejeira contribui para a variedade cromática. O número crescente de automóveis nas ruas faz concorrência às bicicletas.
Foto: DW/A. Foncillas
Brincando no parque
Os clichês do mundo ocidental em relação à Coreia do Norte nos fazem esquecer que, além da devoção fervorosa aos seus líderes, a população não é muito diferente da de outras latitudes. Na semana de comemorações do Dia do Sol, é comum ver crianças praticando esportes em parques.
Foto: DW/A. Foncillas
Líder aclamado
Performances de todos os tipos oferecidas por crianças são um elemento-chave do lazer no país. A aparição do ditador Kim Jong-un no telão gera aplausos na plateia.
Foto: DW/A. Foncillas
Kimjongília e kimilsúngia
O culto à personalidade atinge o cúmulo com a orquídea batizada kimilsungia e a begônia kimjongilia, nomes que homenageiam o pai e avô do atual ditador. Nesta exposição de flores, trabalhadores de diferentes ministérios e universidades trouxeram flores que cultivam em seu local de trabalho.
Foto: DW/A. Foncillas
"Um dos cortes permitidos, por favor!"
O catálogo de cortes nos salões de cabeleireiros em Pyongyang oferece os 20 penteados recomendados no país. Já a barba é feita de forma convencional, com espuma e lâmina.
Foto: DW/A. Foncillas
Diversão para os ricos
Na capital há um imenso complexo de lazer para a classe rica. Lá há três piscinas e muitos restaurantes, que oferecem cerveja, comidas típicas do país e o típico kimchi, prato similar ao chucrute.
Foto: DW/A. Foncillas
Consumo caro
Modestas reformas econômicas têm permitido a abertura de supermercados, onde se pode encontrar uísque escocês, eletrodomésticos japoneses e roupas americanas de marca. Não é incomum os clientes pagarem com dólares ou cartões de crédito.
Foto: DW/A. Foncillas
Os jovens
Muitos jovens norte-coreanos frequentam cafés de luxo como qualquer outro jovem de uma capital europeia. Isso só se podem permitir os filhos da elite vinculada ao comércio exterior e com acesso a divisas internacionais. A jovem da foto estudou Finanças na Índia e defende que, em Pyongyang, não faltam opções de lazer.
Foto: DW/A. Foncillas
Esporte popular
O vôlei é um dos esportes mais populares do país. Este ginásio oferece instalações de alto nível.
Foto: DW/A. Foncillas
Internet a preço de sorvete
No Centro de Divulgação Científica aberto recentemente em Pyongyang, as pessoas podem jogar videogame e se conectar à internet "pela metade do preço de um sorvete", disse o guia. A internet é limitada a sites norte-coreanos, sem acesso a páginas de fora do país.
Foto: DW/A. Foncillas
Guarda de trânsito
Os uniformes são onipresentes no país. O controle de tráfego é feito principalmente por mulheres jovens vestidas com minissaias e botas.
Foto: DW/A. Foncillas
À espera do desfile
O Exército norte-coreano tem 1,2 milhão de soldados para uma população de 25 milhões de pessoas. A maior parte dos escassos recursos do país é destinada aos militares. Na foto, o desfile militar do Dia do Sol, em homenagem ao fundador do país, Kim Il-sung.
Foto: DW/A. Foncillas
Sempre sorrindo
Meninas aprendendo música em uma academia. Na Coreia do Norte, é comum este tipo de escola, que, segundo o regime, valoriza especialmente talentos em disciplinas artísticas e esportivas.
Foto: DW/A. Foncillas
Luxo subterrâneo
O metrô de Pyongyang é o mais profundo do mundo e serve como refúgio em caso de ataque. O luxo desta estação contrasta com os trens antiquados. Os usuários podem aproveitar o tempo de espera informando-se sobre o mais recente míssil lançado.
Foto: DW/A. Foncillas
Arquitetura e militares
A arquitetura da capital é tanto tradicional quanto moderna. Os novos edifícios são octogonais, ovais ou tem qualquer outra forma ousada. Eles se assemelham a um livro invertido se ali vivem acadêmicos, ou parecem uma tomada, se se destinam a cientistas.
Foto: DW/A. Foncillas
Meninos e futebol
Meninos jogam futebol em uma escola de órfãos na capital. Os responsáveis por eles garantem que as crianças ingerem 3.500 calorias por dia, mais do que necessita um esportista de elite em qualquer país do mundo.
Foto: DW/A. Foncillas
Propaganda por todo lugar
Cartazes de propaganda são comuns nas ruas de Pyongyang. Eles ressaltam a força do Exército, a necessidade de uma pátria unida contra o inimigo externo, dos trabalhadores como a base de um sistema ideológico que só existe aqui: a ideologia Juche.
Foto: DW/A. Foncillas
Passos firmes
Desfiles militares são atividades recorrentes no calendário da Coreia do Norte. O objetivo do governo é mostrar Forças Armadas bem equipadas, que agem com marcialidade.