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EUA aprovam primeira pílula para depressão pós-parto

5 de agosto de 2023

Testes mostraram que medicamento oral tem eficácia rápida e efeitos colaterais mais leves que os tratamentos atuais. Até então, única droga aprovada para depressão pós-parto no país era intravenosa e custava US$ 34 mil.

Mão adulta segura mão de bebê
Estima-se que a depressão pós-parto afete cerca de meio milhão de pessoas nos Estados Unidos todos os anosFoto: Colourbox/I. Belousa

A Food and Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos equivalente à Anvisa, aprovou pela primeira vez uma pílula para tratar depressão pós-parto, que se estima afetar cerca de meio milhão de pessoas em território americano todos os anos.

A droga, chamada zuranolona, é "a primeira medicação oral indicada para tratar a depressão pós-parto (DPP) em adultos", afirmou a FDA em comunicado na sexta-feira (05/08).

"Até agora, o tratamento para DPP só estava disponível como injeção intravenosa aplicada por um profissional de saúde em certas unidades de saúde."

Segundo o jornal New York Times, o único outro medicamento aprovado para depressão pós-parto é o brexanolona, que recebeu aval da FDA em 2019. Como requer uma infusão intravenosa de 60 horas em um hospital e custa 34.000 dólares, ele não é amplamente usado.

Ainda não foi anunciado um preço para a nova pílula oral. A zuranolona será comercializada sob o nome Zurzuvae e foi desenvolvida pela Sage Therapeutics, com sede em Massachusetts.

Projetada especificamente para a condição pós-parto, a pílula de zuranolona demonstrou funcionar mais rapidamente do que outros antidepressivos, e deve ser tomada uma vez ao dia durante um período de 14 dias.

"Condição potencialmente fatal"

"Ter acesso a uma medicação oral será uma opção benéfica para muitas dessas mulheres que lidam com sentimentos extremos e, às vezes, com risco de vida", afirmou Tiffany Farchione, chefe de psiquiatria do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA.

Ela observou que a depressão pós-parto é "uma condição séria e potencialmente fatal em que as mulheres sentem tristeza, culpa, inutilidade –  e até mesmo, em casos graves, pensamentos de machucar a si ou a seu filho".

A condição geralmente dura algumas semanas, mas pode se estender por meses ou até anos. O tratamento padrão inclui acompanhamento psicológico e antidepressivos, que costumam levar semanas para fazer efeito.

Rápida eficácia e efeitos colaterais mais leves

O aval da FDA ao novo medicamento teve como base estudos que mostraram que pessoas que tomaram zuranolona apresentaram menos sinais de depressão durante um período de quatro a seis semanas do que as que tomaram placebo. Os benefícios, medidos por meio de um teste psiquiátrico, surgiram dentro de três dias para muitos pacientes.

Testes mostraram ainda que seus efeitos colaterais são mais leves do que os da versão intravenosa, e incluem sonolência e tontura.

"Tanto a menor incidência de efeitos colaterais quanto o regime de curto prazo, que pode ajudar alguns a se sentirem menos estigmatizados em relação ao uso de um antidepressivo, podem potencialmente melhorar a adesão [ao tratamento]", explicou Asima Ahmad, diretora médica da Carrot Fertility, uma empresa de saúde na Califórnia, à agência de notícias AFP.

Segundo Ahmad, cerca de uma em cada oito pessoas apresenta sintomas de depressão pós-parto após darem à luz. Entre as que relatam sintomas, 75% não são tratadas, afirma a especialista.

ek (AP, AFP)

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