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EUA classificam Huawei e outras como risco de segurança

13 de março de 2021

Governo Biden divulga lista com cinco empresas chinesas a serem excluídas de parcerias por constituírem ameaça à segurança nacional. Pequim esperava trégua na guerra comercial e protesta contra acirramento de restrições.

Fachada sede da firma chinesa Huawei na Alemanha
Foto: picture-alliance/dpa/R. Vennenbernd

A Comissão Federal de Comunicação dos Estados Unidos (FCC) designou cinco firmas de tecnologia chinesas como "risco inaceitável" à segurança nacional americana. A lista divulgada nesta sexta-feira (12/03) inclui a gigante de telecomunicações Huawei, ao lado da ZTE, Hytera Communications, Hangzhou Hikvision Digital Technology e Dahua Technology.

Em comunicado, a presidente em exercício da FCC, Jessica Rosenworcel, afirmou tratar-se de "um grande passo no sentido de renovar a confiança em nossas redes de comunicações".

"Esta lista provê orientação significativa que assegurará que, à medida que sejam construídas por todo o país, as redes da próxima geração não repitam os erros do passado nem utilizem equipamento ou serviços representando uma ameaça à segurança nacional dos EUA ou à segurança, também pessoal, dos americanos", explicou a executiva.

A medida da FCC chega um dia depois de o governo do presidente Joe Biden impor a alguns fornecedores da Huawei novas restrições para a exportação de itens destinados a utilização em redes 5G. Washington parte do princípio de que Pequim possa utilizar o equipamento da Huawei para espionar residentes dos EUA.

China contava com trégua sob Biden

Na sexta-feira, o porta-voz do Ministério chinês do Exterior, Zhao Lijian, criticou duramente as novas restrições impostas por Biden à firma de telecomunicações, afirmando que elas "atrapalharão severamente os intercâmbios tecnológicos e comerciais dos dois países e do mundo, como um todo".

Em maio de 2019, no contexto de uma verdadeira guerra comercial, a administração Trump criara uma lista negra para as empresas americanas que fizessem negócios com a multinacional chinesa. O fundador e diretor executivo da Huawei, Ren Zhengfei, apelara por um recomeço com os EUA sob Biden, mas tudo indica que a nova presidência tencione manter a linha-dura.

Num artigo para a revista Foreign Affairs, em março de 2019, o democrata Joe Biden já afirmava que "os Estados Unidos devem afiar sua ponta inovadora e unir a potência econômica das democracias de todo o mundo", a fim de contrapor a influência crescente da China em assuntos globais.

O novo presidente mostra que pretende, de fato, colaborar mais intensamente com aliados internacionais contra a ambiciosa expansão 5G da Huawei. Essa cooperação possivelmente também se estenderá tanto aos abusos de direitos humanos contra a minoria muçulmana dos uigures na China, quanto à postura agressiva de Pequim nas águas territoriais do Mar do Sul da China.

Após quatro anos de atritos e estranhamento sob Donald Trump, a União Europeia também está considerando estreitar a colaboração com Biden, propondo um Conselho Transatlântico de Comércio e Tecnologia, a fim de coordenar as estratégias euro-americanas em oposição à crescente dominância tecnológica chinesa.

av (Reuters,DPA)

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