Pela primeira vez, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos estabelece o vírus como causa definitiva da má formação cerebral em fetos de mães contaminadas. "Não há nenhuma dúvida", afirma cientista.
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O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) concluiu que o vírus zika é responsável pelo desenvolvimento de microcefalia em fetos de mães infectadas. O estudo foi publicado no New England Journal of Medicine.
"Agora está claro, o CDC concluiu que o vírus causa a microcefalia", afirmou Tom Frieden, diretor do órgão, nesta quarta-feira (13/04). "Não há nenhuma dúvida de que o zika causa microcefalia." Ele disse que está claro que o zika também causa outros problemas, como calcificação cerebral.
Autoridades de saúde do Brasil, onde teve início o surto de microcefalia em recém-nascidos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já tinham associado a doença transmitida pelo mosquito aedes aegypti à má-formação cerebral, mas a causa definitiva da doença ainda não tinha sido declarada.
Frieden ressalvou, porém, que ainda há várias perguntas sem responder, por exemplo com que frequência o vírus provoca microcefalia. Além disso, os bebês de mulheres grávidas com zika não necessariamente sofrem malformações congênitas, explicou Frieden. "Como se pôde ver na recente epidemia de zika, algumas mulheres infectadas deram à luz bebês que aparentemente são sadios", disse Frieden.
Os cientistas do CDC não souberam dizer, porém, se o vírus zika causa doenças neurológicas em adultos, como a síndrome de Guillain-Barré. Os casos da doença aumentaram em países onde há um surto de zika.
O Brasil é o país mais afetado pelo vírus zika e já confirmou mais de 1.100 casos de microcefalia, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo Frieden, a má formação é apenas a "ponta do iceberg" dos efeitos perigosos ao cérebro que o zika pode provocar, por isso são necessárias novas pesquisas sobre o vírus.
KG/rtr/ots/dpa
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.