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Megafusão

Carlos Albuquerque23 de dezembro de 2011

A Deutsche Börse e a NYSE receberam aval dos EUA para sua planejada fusão transatlântica, que depende, ainda, da autorização da UE. Mas autoridades europeias e o estado alemão de Hessen ainda fazem objeções ao negócio.

The logos of NYSE Euronext and Deutsche Borse are shown with an American flag prior to a news conference at the New York Stock Exchange, Tuesday, Feb. 15, 2011. The NYSE and Deutsche Boerse announced Tuesday that they plan to merge. (AP Photo/Mark Lennihan)
Foto: AP

As empresas Deutsche Börse e NYSE Euronext receberam das autoridades dos EUA o sinal verde para sua planejada megafusão. A união entre as operadoras das bolsas de valores de Frankfurt e de Nova York, que criará a maior operadora mundial de bolsas, foi autorizada sob a condição de que uma subsidiária da bolsa de valores alemã venda sua participação na operadora Direct Edge, informou o Departamento de Justiça dos EUA nesta quinta-feira (22/12).

Bolsa de Nova York: passo importante para fusãoFoto: DW

"Este é um passo importante para a fusão das duas bolsas de valores", declarou a operadora alemã. Ele pretende continuar de forma passiva sua participação na Direct Edge Holding, até sua venda completa. Com sede em Jersey City, New Jersey, a Direct Edge é a quarta maior operadora de bolsa de valores dos EUA. A Deutsche Börse detém, através de sua subsidiária International Securities Exchange (ISE), 31,5% de participação na empresa.

Falta aval da UE

Com a fusão, as bolsas de valores pertencentes às duas empresas, em Nova York, Frankfurt, Paris, Lisboa, Amsterdã e Bruxelas, serão reunidas sob o mesmo teto, formando, assim, a maior operadora mundial de bolsas, com um valor estimado de mercado de 17,5 bilhões de euros. Os dois grupos devem ser fusionados sob a marca de uma nova sociedade holandesa, na qual os alemães deverão ter participação de 60% e os norte-americanos, 40%.

Bolsa de Frankfurt: negócio de derivados é problemaFoto: AP

A fusão agendada para fevereiro depende ainda da aprovação da Comissão Europeia, que deverá concluir sua análise até 9 de fevereiro. A megafusão também encontra resistências dos órgãos competentes do estado alemão de Hessen, sede da bolsa de Frankfurt. As autoridades europeias estão preocupadas principalmente com o poder que a Deutsche Börse e a NYSE Euro passarão a ter no negócio europeu de derivados, onde passarão a deter mais de 90% de participação de mercado.

As autoridades do estado alemão de Hessen temem o poder da nova megaoperadora. O secretário da Justiça do estado, Jörg-Uwe Hahn, afirmou, em uma entrevista a um jornal alemão, que o centro financeiro Frankfurt, capital do estado, não pode ser prejudicado pela fusão, e sim, fortalecido. E acrescentou que enquanto esse aspecto não estiver garantido, "a balança certamente não vai pender para uma autorização".

Autor: Rolf Wenkel (md)
Revisão: Augusto Valente

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