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EUA deixam de rotular China como "manipulador cambial"

14 de janeiro de 2020

Medida é anunciada pelo Tesouro americano dias antes da assinatura da primeira fase de um acordo comercial entre os dois países. Em agosto, EUA haviam acusado chineses de desvalorizarem moeda para incentivar exportações.

Mãos segurando maços de notas de yuans, moeda chinesa
Washington acusou a China de desvalorizar sua moeda para aumentar exportaçõesFoto: Getty Images

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta terça-feira (14/01) que vai suspender a designação da China como "manipulador cambial". A medida foi anunciada pelo órgão dias antes da assinatura da primeira fase de um acordo comercial entre EUA e China, agendada para a quarta-feira em Washington.

O governo Trump acusou formalmente a China de ser "manipulador cambial" em agosto, acusando Pequim de desvalorizar sua moeda para tornar as exportações chinesas mais competitivas. Na época, as autoridades chinesas permitiram, segundo o Tesouro dos EUA, que o yuan chegasse o seu valor mais fraco em 11 anos em relação ao dólar americano.

A China disse nesta terça-feira que a decisão dos EUA está alinhada com uma avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI) de que Pequim não manipula o yuan. "Reiteramos repetidamente que não participaremos de uma desvalorização competitiva da moeda e não usaremos a taxa de câmbio como uma ferramenta para responder a distúrbios externos, como disputas comerciais", disse o porta-voz do Ministério do Exterior da China, Geng Shuang.

O rótulo de "manipulador de moeda" foi removido pelo Tesouro dos EUA em seu relatório semestral sobre moedas, que havia sido adiado por três meses pelo governo Trump até que os compromissos da China sobre o câmbio pudessem ser garantidos.
O secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, disse nesta segunda-feira que o governo Trump abandonou a designação por causa de novos compromissos da primeira fase do acordo comercial, incluindo aqueles destinados a impedir a China de desvalorizar sua moeda para obter vantagens comerciais.

Mnuchin afirmou que a China assumiu "compromissos implementáveis para se abster da desvalorização competitiva e, ao mesmo tempo, promover transparência e responsabilidade".

Mesmo assim, a China continua sendo um dos 10 países que o Departamento do Tesouro dos EUA diz que precisam estar em uma lista de observação, o que significa que as práticas cambiais de Pequim continuarão sendo monitoradas atentamente.

O yuan atingiu na segunda-feira o maior valor dos últimos cinco meses, antes da assinatura nesta semana do acordo comercial entre EUA e China, segundo a agência de notícias Reuters.

Também na segunda-feira, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, criticou a decisão do Departamento do Tesouro, dizendo que o governo Trump está "recuando" de pressionar as práticas econômicas injustas da China.

"A China é um manipulador cambial – isso é fato", disse Schumer, em comunicado. "Infelizmente, o presidente Trump prefere ceder ao presidente Xi [Jinping] a permanecer duro com a China."

MD/rtr/ap/afp/dpa

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