EUA desmantelam suposto complô iraniano para matar Trump
8 de novembro de 2024
Departamento de Justiça revela plano para vingar morte de general iraniano no 1º mandato de Donald Trump. Teerã estaria por trás de várias tentativas de assassinato de dissidentes e membros do governo americano.
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou nesta sexta-feira (08/11) que seus investigadores desmantelaram um suposto complô iraniano para assassinar o presidente eleito, Donald Trump.
Segundo os investigadores, o suspeito teria sido encarregado por um funcionário do governo do Irã antes das eleições presidenciais americanas, realizadas nesta terça-feira, de planejar o assassinato do republicano. O objetivo seria vingar a morte do general iraniano Qassem Soleimani em 2020 em um ataque dos EUA ordenado por Trump em seu primeiro mandato na Casa Branca, informou o Departamento de Justiça.
Os investigadores souberam do plano para matar Trump através de Farhad Shakeri, um suposto agente do governo iraniano que esteve detido durante anos em prisões americanas. Segundo as autoridades, ele mantém uma rede de criminosa encarregada de cumprir planos de assassinatos de Teerã.
Shakeri disse aos investigadores que um contato na Guarda Revolucionária do Irã o instruiu em setembro passado a montar um plano em sete dias para vigiar e matar Trump, segundo um documento tornado público por um tribunal federal em Manhattan.
Rede criminosa criada na prisão
O funcionário do regime iraniano teria dito a Shakeri que "dinheiro não é um problema" e que uma enorme soma já teria sido gasta. Segundo o relato, o agente do governo disse que, se Shakeri não conseguisse montar um plano dentro de sete dias, a conspiração seria suspensa até após as eleições. Ele teria presumido que Trump perderia a votação e que, dessa forma, seria mas fácil matá-lo.
Shakeri, de 51 anos, está foragido e se encontra provavelmente no Irã. Ele migrou para os Estados Unidos quando criança e foi deportado em 2008 após cumprir 14 anos de prisão por roubo.
"Nos últimos meses, Shakeri usou uma rede de associados criminosos que conheceu na prisão nos Estados Unidos para fornecer à Guarda Republicana iraniana agentes para conduzir vigilância e assassinatos", disse o Departamento de Justiça.
Nesta sexta-feira foram presos outros dois suspeitos, Carlisle Rivera e Jonathon Loadholt, ambos de Nova York. Segundo as autoridades, eles teriam sido recrutados para participar de outros assassinatos, incluindo um atentado a um proeminente jornalista iraniano-americano dissidente do regime em Teerã.
Loadholt e Riveram teriam agido sob a direção de Shakeri. Eles passaram meses vigiando um cidadão dos EUA de origem iraniana que é um crítico declarado do regime de Teerã e foi alvo de vários planos de assassinato.
A pessoa não foi identificada, mas as acusações vêm menos de três semanas após um general da Guarda Revolucionária ser acusado em Nova York por associação a um suposto complô para assassinar o jornalista dissidente Masih Alinejad, que vive em Nova York.
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Maior ameaça à segurança dos EUA
"As acusações anunciadas hoje expõem as contínuas tentativas descaradas do Irã de atingir cidadãos dos EUA, incluindo o presidente eleito Donald Trump, líderes do governo e dissidentes que criticam o regime em Teerã", afirmou o diretor do FBI, Christopher Wray.
"Existem poucos atores no mundo que representam uma ameaça tão grave à segurança nacional dos Estados Unidos quanto o Irã", disse o procurador-geral Merrick Garland, em nota.
A conspiração, com as acusações reveladas poucos dias após vitória de Trump nas eleições, reflete o que autoridades federais descrevem como esforços contínuos do Irã para atingir autoridades do governo dos EUA em solo americano. Há poucos meses, o Departamento de Justiça acusou um paquistanês com ligações com o Irã de envolvimento em um plano de assassinato visando autoridades americanas.
O Departamento de Estado anunciou uma recompensa de 20 milhões de dólares (R$ 114 milhões) por informações que levem à prisão do suposto mentor iraniano por trás de um complô para assassinar o ex-embaixador e conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca John Bolton.
Tensões entre Washington e Teerã
Agentes iranianos também conduziram uma operação para hackear e vazar emails de pessoas associadas à campanha de Trump, naquilo que as autoridades avaliaram como um esforço para interferir nas eleições presidenciais.
As autoridades de inteligência disseram que o Irã se opunha à reeleição de Trump por considerar que sua volta ao poder teria potencial para aumentar as tensões entre Washington e Teerã.
Em seu primeiro mandato, Trump encerrou um acordo nuclear com o Irã, reimpôs sanções e ordenou a morte de Soleimani, o que levou os líderes iranianos a prometer vingança.
rc (AFP, AP)
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