Projeto foi aprovado por unanimidade na Câmara. Inteligência americana e autoridades de saúde divergem sobre a real origem do coronavírus a partir da cidade de Wuhan, na China.
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Por unanimidade, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta sexta-feira (10/03) que devem ser tornadas públicas as informações sobre possíveis ligações entre a pandemia de covid-19 e um laboratório chinês, suspeito de ter provocado a disseminação do vírus por um vazamento do patógeno no final de 2019.
Na semana passada, no dia 1º de março, o Senado americano já havia votado pela divulgação das informações a partir do diretor de Inteligência Nacional, Avril Haines. Aora, o projeto deve ir para a Casa Branca a fim de ser assinado pelo presidente americano, Joe Biden.
O surto de coronavírus – que depois se transformou em uma pandemia – começou na cidade de Wuhan, no leste da China, e, até o momento, matou quase 7 milhões de pessoas em todo o mundo – mais de 1 milhão de mortes ocorreram nos EUA.
Autoridades de saúde e a inteligência americana, no entanto, continuam divididas sobre como a transmissão do vírus a humanos teve início: por meio de um animal infectado ou através de um vazamento originado no Instituto de Virologia de Wuhan.
O Departamento de Energia dos EUA concluiu, ainda que sem total certeza, que o vírus provavelmente escapou de maneira acidental de um laboratório, o que corrobora a avaliação do FBI, mas contradiz as conclusões de várias outras agências.
Na quarta-feira, o antigo diretor do Centro de Controle e Proteção de Doenças, Robert Redfield, defendeu a teoria do vazamento a partir de um laboratório diante de senadores. Já o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas e os Institutos Nacionais de Saúde identificaram um animal infectado como o provável culpado.
"Basicamente, há um amplo consenso na comunidade de inteligência de que o surto não é o resultado de uma arma biológica ou engenharia genética. O que não há consenso é se houve vazamento no laboratório", afirmou Haines.
Enquanto integrantes do governo Biden dizem que as origens da pandemia poderão nunca ser conhecidas, a China afirma que o vazamento do laboratório como causa não tem credibilidade.
"O povo americano precisa saber todos os aspectos, incluindo como esse vírus foi criado e, especificamente, se a incidência natural foi resultado de um evento a partir de um laboratório", disse Mike Turner, presidente republicano do Comitê de Inteligência da Câmara, em apoio à medida.
A principal liderança democrata na votação, Jim Himes, classificou o projeto de lei de um importante primeiro passo: "Espero que ele esclareça algumas das especulações, alguns dos rumores que estão por aí."
gb (AFP, Reuters)
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.