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EUA dizem que ataque em base na Flórida foi ato terrorista

14 de janeiro de 2020

Militar saudita que matou três americanos numa base aeronaval postou mensagens extremistas nas redes sociais, segundo Washington. Riad ordena retorno de 21 cadetes que estavam em treinamento junto com atirador.

Secretário de Justiça americano, William Barr
Secretário de Justiça americano, William Barr: "Evidências mostram que o atirador foi motivado pela ideologia jihadista"Foto: AFP/A. Caballero-Reynolds

O governo dos EUA afirmou ter sido ato terrorista o ataque promovido por um integrante da Força Aérea da Arábia Saudita que matou três militares americanos e feriu outras oito pessoas em dezembro numa base aeronaval na Flórida.

"Foi um ato de terrorismo", disse o secretário americano de Justiça, William Barr, na apresentação dos resultados das investigações nesta segunda-feira (13/01), em Washington.

"As evidências mostram que o atirador foi motivado pela ideologia jihadista", acrescentou, informando que até duas horas antes do ataque, no dia 6 de dezembro, o atirador publicou nas mídias sociais "mensagens antiamericanas, anti-israelenses e jihadistas".

O autor do ataque, o saudita Mohammed al-Shamrani, de 21 anos, foi morto após trocar tiros com policiais. Ele participava de um programa de treinamento no local.

Barr disse que a investigação não encontrou nenhuma evidência de que o agressor tenha tido ajudantes nos Estados Unidos. No entanto, investigadores encontraram material suspeito com 21 cadetes sauditas que estavam em treinamento na base americana. Eles foram dispensados do programa de treinamento e enviados de volta à Arábia Saudita ainda na segunda-feira.

Barr afirmou que 17 deles compartilharam conteúdo de carácter jihadista nas redes sociais e que 15 também possuíam pornografia infantil. Entretanto, o secretário de Justiça ressaltou não haver evidências de que eles tenham conexão com grupos terroristas.

Barr elogiou a cooperação das autoridades da Arábia Saudita. Ele afirmou que Estados Unidos não aplicariam sanções contra nenhum dos cadetes nem os expulsaria do território americano, destacando que a própria Arábia Saudita ordenou o retorno deles, por não os considerar mais dignos do programa de formação.

"O reino da Arábia Saudita determinou que este material demonstra uma conduta imprópria para um oficial da Força Aérea Saudita e da Armada Real e que os 21 cadetes sejam desligados de seu treinamento nos EUA", explicou Barr.

Ele criticou o papel da gigante da tecnologia Apple nas apurações sobre o ataque, afirmando que os investigadores tiveram dificuldade em ter acesso aos dados dos dois iPhones do atirador.

"É muito importante saber com quem e sobre o que o atirador se comunicou antes de morrer. Pedimos ajuda à Apple para desbloquear os iPhones do atirador. Até agora, a Apple não tem forneceu ajuda substancial", lamentou.

Ele afirmou que o caso mostra a importância de que os investigadores possam ter acesso a esse tipo de dados através de uma ordem judicial. Barr apelou para que a Apple e outras empresas de tecnologia ajudem a encontrar uma solução "para que nós possamos proteger melhor as vidas dos americanos e evitar futuros ataques".

MD/efe/dpa

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