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EUA e China chegam a acordo para trégua em guerra comercial

12 de outubro de 2019

Depois de negociação, presidente americano anuncia pacto parcial entre países, que, segundo ele, vivem "festival do amor". Washington suspende aumento de tarifa sobre 250 bilhões de dólares em produtos chineses.

Trump aperta mão do vice primeiro-ministro chinês, Liu He
Trump recebeu o vice primeiro-ministro chinês, Liu He, na Casa BrancaFoto: picture-alliance/AP Photo/A. Harnik

Os Estados Unidos e a China chegaram nesta sexta-feira (11/10) a um acordo parcial classificado pelo presidente americano, Donald Trump, de "significativo" para uma trégua na guerra comercial entre os dois países.

O acordo parcial, que abrange questões sobre agricultura, moeda e proteção da propriedade intelectual, representa o maior passo para a resolução da guerra comercial que já dura 15 meses entre as duas maiores economias do mundo. O conflito atingiu mercados financeiros e desacelerou o crescimento global.

"Conseguimos um acordo significativo de primeira fase, mas ainda não está redigido", disse Trump a jornalistas durante uma reunião no Salão Oval com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He.

Os governos não deram detalhes sobre o pacto, que será colocado no papel ao longo das próximas quatro semanas. O objetivo é que Trump e o presidente da China, Xi Jinping, assinem o documento durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que será realizada em Santiago, no Chile, nos dias 16 e 17 de novembro.

"Estaremos no Chile, e terei uma [cerimônia de] assinatura formal com o presidente Xi", afirmou Trump, que até agora não tinha confirmado se iria à cúpula. O presidente disse ainda que nos últimos meses houve muito "atrito" entre Estados Unidos e China, que agora, segundo ele, vivem um "festival do amor".

"Este é um acordo tão grande que o estamos fazendo por seções", declarou Trump, ressaltando que os dois países se dedicarão a negociar uma "segunda fase" do acordo, sem descartar que haja uma terceira.

O presidente americano explicou que o pacto inclui algumas medidas relacionadas à desvalorização da moeda chinesa e temas de propriedade intelectual, embora não aborde a transferência forçada de tecnologia na China, um tema que será discutido "na segunda fase".

O acordo parcial foi anunciado após dois dias de negociações em Washington, das quais participaram o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, e o representante de Comércio Exterior dos EUA, Robert Lighthizer, além da delegação chinesa comandada por Liu.

Em virtude do pacto, os Estados Unidos suspenderam o aumento de 25% para 30% nas tarifas sobre 250 bilhões de dólares em produtos da China, que deveriam entrar em vigor na próxima semana. Por sua vez, o país asiático se comprometeu a adquirir de 40 bilhões a 50 bilhões de dólares em produtos agrícolas americanos, segundo a Casa Branca.

Há meses, os dois países negociam uma forma de resolver a guerra comercial aberta pelo presidente americano. Fases de progresso e desastre têm se alterado ao longo das negociações. Em maio, as conversas pareciam ter entrado em colapso, mas ganharam um impulso depois da reunião entre Trump e presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula do G20 no Japão.

As tensões entre EUA e China têm raízes no desequilíbrio da balança comercial a favor do país asiático, que exporta 419 bilhões de dólares a mais do que importa, o que, segundo Trump, acontece devido a injustas práticas comerciais chinesas.

O americano acusa Pequim de práticas comerciais desleais, como transferências tecnológicas forçadas de firmas americanas e o favorecimento de empresas chinesas com pesados subsídios.

CN/efe/rtr/ap/lusa

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