EUA e Coreia do Sul realizam maior manobra aérea conjunta
3 de dezembro de 2017
Exercício contará com mais de 230 aviões dos dois países e simulará ataques a instalações nucleares norte-coreanas. Pyongyang critica manobra e diz que Washington e Seul estão sempre "prontos para guerra".
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A Coreia do Norte disse neste domingo (03/12) que os Estados Unidos e a Coreia do Sul estão sempre "prontos para guerra", na véspera do maior exercício aéreo conjunto entre americanos e sul-coreanos até ao momento.
A manobra "Vigilant Ace" tem início nesta segunda-feira e vai durar cinco dias. Ela contará com a participação de mais de 230 aviões dos dois países, incluindo 12 caças com revestimento "invisível" dos EUA (seis F-22 e seis F-35), além de outros seis EA-18G Growler, caças-bombardeiros projetados para a chamada "guerra eletrônica".
Este exercício conjunto acontece pouco tempo depois do lançamento pela Coreia do Norte de um míssil balístico intercontinental, que poderia chegar aos Estados Unidos.
Apesar de a manobra já haver sido planejada antes do míssil lançado pela Coreia do Norte na última quarta-feira, o Pentágono não costuma enviar tantos aviões.
A operação faz parte do acordo firmado em outubro entre Washington e Seul para ampliar a "presença rotacional" de ativos estratégicos americanos na península coreana. O objetivo é pressionar Pyongyang para que o regime de Kim Jong-un volte à mesa de negociações e desista de transformar o país numa potência nuclear.
Durante os exercícios, os aliados simularão ataques contra falsas instalações nucleares norte-coreanas e contra plataformas que seriam usadas por Pyongyang para lançar seus mísseis.
Corrida contra o tempo
Em comunicado divulgado pela agência estatal KCNA, o Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte condenou duramente o novo exercício militar entre Washington e Seul.
"As manobras são de uma escala e de uma natureza sem precedentes nas simulações de combates e no número de ativos estratégicos americanos envolvidos, incluindo caças F-35 e F-22", afirmou a nota do governo norte-coreano.
"A equipe de Donald Trump está pedindo a gritos por uma guerra nuclear ao realizar uma arriscada aposta na península coreana", completou o comunicado de Pyongyang.
O assessor de Segurança Nacional da presidência americana, H.R. McMaster, disse que a possibilidade de uma guerra com a Coreia do Norte está aumentando. "Eu acho que [a possibilidade de guerra] está aumentando todos os dias, o que significa (...) que estamos numa corrida para resolver o problema", declarou McMaster numa conferência.
"Há maneiras de lidar com esse problema fora de um conflito armado, mas é uma corrida que se aproxima cada vez mais [do seu propósito], não resta muito tempo", sublinhou o assessor de Trump.
CA/efe/lusa
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O que o regime mostra na Coreia do Norte
A DW viajou à Coreia do Norte para descobrir o que há por trás da propaganda. Saímos às ruas com o acompanhante disponibilizado pelo governo e registramos o que vimos - ou nos deixaram ver - em Pyongyang.
Foto: DW/A. Foncillas
Árvores floridas
Os prédios da capital norte-coreana estão pintados com cores vivas, dando um ar de alegria à cidade. A época da floração da cerejeira contribui para a variedade cromática. O número crescente de automóveis nas ruas faz concorrência às bicicletas.
Foto: DW/A. Foncillas
Brincando no parque
Os clichês do mundo ocidental em relação à Coreia do Norte nos fazem esquecer que, além da devoção fervorosa aos seus líderes, a população não é muito diferente da de outras latitudes. Na semana de comemorações do Dia do Sol, é comum ver crianças praticando esportes em parques.
Foto: DW/A. Foncillas
Líder aclamado
Performances de todos os tipos oferecidas por crianças são um elemento-chave do lazer no país. A aparição do ditador Kim Jong-un no telão gera aplausos na plateia.
Foto: DW/A. Foncillas
Kimjongília e kimilsúngia
O culto à personalidade atinge o cúmulo com a orquídea batizada kimilsungia e a begônia kimjongilia, nomes que homenageiam o pai e avô do atual ditador. Nesta exposição de flores, trabalhadores de diferentes ministérios e universidades trouxeram flores que cultivam em seu local de trabalho.
Foto: DW/A. Foncillas
"Um dos cortes permitidos, por favor!"
O catálogo de cortes nos salões de cabeleireiros em Pyongyang oferece os 20 penteados recomendados no país. Já a barba é feita de forma convencional, com espuma e lâmina.
Foto: DW/A. Foncillas
Diversão para os ricos
Na capital há um imenso complexo de lazer para a classe rica. Lá há três piscinas e muitos restaurantes, que oferecem cerveja, comidas típicas do país e o típico kimchi, prato similar ao chucrute.
Foto: DW/A. Foncillas
Consumo caro
Modestas reformas econômicas têm permitido a abertura de supermercados, onde se pode encontrar uísque escocês, eletrodomésticos japoneses e roupas americanas de marca. Não é incomum os clientes pagarem com dólares ou cartões de crédito.
Foto: DW/A. Foncillas
Os jovens
Muitos jovens norte-coreanos frequentam cafés de luxo como qualquer outro jovem de uma capital europeia. Isso só se podem permitir os filhos da elite vinculada ao comércio exterior e com acesso a divisas internacionais. A jovem da foto estudou Finanças na Índia e defende que, em Pyongyang, não faltam opções de lazer.
Foto: DW/A. Foncillas
Esporte popular
O vôlei é um dos esportes mais populares do país. Este ginásio oferece instalações de alto nível.
Foto: DW/A. Foncillas
Internet a preço de sorvete
No Centro de Divulgação Científica aberto recentemente em Pyongyang, as pessoas podem jogar videogame e se conectar à internet "pela metade do preço de um sorvete", disse o guia. A internet é limitada a sites norte-coreanos, sem acesso a páginas de fora do país.
Foto: DW/A. Foncillas
Guarda de trânsito
Os uniformes são onipresentes no país. O controle de tráfego é feito principalmente por mulheres jovens vestidas com minissaias e botas.
Foto: DW/A. Foncillas
À espera do desfile
O Exército norte-coreano tem 1,2 milhão de soldados para uma população de 25 milhões de pessoas. A maior parte dos escassos recursos do país é destinada aos militares. Na foto, o desfile militar do Dia do Sol, em homenagem ao fundador do país, Kim Il-sung.
Foto: DW/A. Foncillas
Sempre sorrindo
Meninas aprendendo música em uma academia. Na Coreia do Norte, é comum este tipo de escola, que, segundo o regime, valoriza especialmente talentos em disciplinas artísticas e esportivas.
Foto: DW/A. Foncillas
Luxo subterrâneo
O metrô de Pyongyang é o mais profundo do mundo e serve como refúgio em caso de ataque. O luxo desta estação contrasta com os trens antiquados. Os usuários podem aproveitar o tempo de espera informando-se sobre o mais recente míssil lançado.
Foto: DW/A. Foncillas
Arquitetura e militares
A arquitetura da capital é tanto tradicional quanto moderna. Os novos edifícios são octogonais, ovais ou tem qualquer outra forma ousada. Eles se assemelham a um livro invertido se ali vivem acadêmicos, ou parecem uma tomada, se se destinam a cientistas.
Foto: DW/A. Foncillas
Meninos e futebol
Meninos jogam futebol em uma escola de órfãos na capital. Os responsáveis por eles garantem que as crianças ingerem 3.500 calorias por dia, mais do que necessita um esportista de elite em qualquer país do mundo.
Foto: DW/A. Foncillas
Propaganda por todo lugar
Cartazes de propaganda são comuns nas ruas de Pyongyang. Eles ressaltam a força do Exército, a necessidade de uma pátria unida contra o inimigo externo, dos trabalhadores como a base de um sistema ideológico que só existe aqui: a ideologia Juche.
Foto: DW/A. Foncillas
Passos firmes
Desfiles militares são atividades recorrentes no calendário da Coreia do Norte. O objetivo do governo é mostrar Forças Armadas bem equipadas, que agem com marcialidade.