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Crise no Barein

15 de março de 2011

Com pelo menos sete mortes, violência contra manifestantes atinge nível máximo, desde o início dos protestos. EUA alertam países do Golfo Pérsico para recuarem. Alemanha apela por diálogo franco no Barein.

Polícias e exércitos de outros países do Golfo Pérsico apoiam segurança no BareinFoto: picture-alliance/landov
Manifestações em Manama contra tratamento desigual por governo sunitaFoto: picture-alliance/landov

Mais de mil soldados sauditas enviados pelo Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) chegaram ao Barein para ajudar a segurança local a conter as manifestações da oposição contra o governo do rei Hamad Bin Issa Al Khalifa. Os protestos iniciaram-se em fevereiro e seguem a onda de levantes contra governos do mundo árabe, que já derrubaram as ditaduras tunisiana e egípcia, e causam violentos conflitos na Líbia.

Os soldados sauditas se unem a 500 policiais dos Emirados Árabes Unidos, que chegaram domingo (13/03) no Barein. Os protestos são organizados pela maioria xiita que se considera desfavorecida pela dinastia dominante sunita. O país enfrenta o maior conflito desde os anos 1990. O apoio do CCG conseguiu aliar Estados Unidos e Irã em reprovação uníssona.

"A presença de forças estrangeiras e a interferência nos assuntos internos do Barein é inaceitável e vai complicar mais a questão", disse o porta-voz do Ministério iraniano do Exterior, Ramin Mehmanparast. O governo norte-americano alertou os países do bloco sobre os perigos de uma aliança contra a oposição do Barein. A Casa Branca apelou para que os governos recuem e respeitem os direitos do povo do país. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também alertou para o aumento da violência no país após o envio de reforços.

Oposição apela à ONU

Ativista pede democraciaFoto: AP

O governo norte-americano, que mantém base naval no Barein, aconselhou seus cidadãos a não viajarem para a região. O Ministério alemão das Relações Exteriores vê o cenário com bastante preocupação. Segundo seu ponto de vista, deve-se buscar o fim da violência e a instalação de um diálogo nacional sério no Barein. A oposição xiita classificou o envio de forças de segurança estrangeiras como um "complô contra o povo".

Os sete partidos contrários ao regime divulgaram que o Barein "está sob perigo real de guerra civil". Os oposicionistas e a sociedade civil pedem para que as Nações Unidas assumam a responsabilidade e protejam o povo de uma intervenção militar. No início da semana, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Kuait, Qatar e Oman, países que compõem o CCG, reiteraram solidariedade ao rei do Barein.

A segunda-feira registrou os protestos mais violentos desde o dia 17 de fevereiro, quando a polícia matou cinco manifestantes. As autoridades bareinitas pedem à população que colabore com as forças internacionais de segurança. A capital Manama está paralisada pela greve geral convocada pelos sindicatos, em protesto às ações do governo contra os manifestantes.

Bolsas nervosas

Protestos dirigem-se contra rei Hamad bin Isa Al KhalifaFoto: AP

Os moradores da capital permanecem em casa após as notícias de ataques e roubos durante a madrugada desta terça-feira. O príncipe herdeiro Salman bin Hamad Bin Isa Al Khalifa chamou integrantes da oposição para conversar sobre a transferência do poder a um parlamento eleito democraticamente, e a adoção de reformas. Contudo os oposicionistas rebatem que a proposta não é suficiente.

Os mercados do Golfo Pérsico amanheceram abalados tanto com as crises políticas no Barein e na Líbia, quanto com a situação no Japão. O índice saudita acusou queda de quase 3,9% no pregão do meio-dia, enquanto ela foi 2,1% em Dubai, 1,2% no Kuait, 1,6% no Qatar, e 1,7% em Omã. Empresas de todos os setores registraram perdas.

MP/afp/dpa/ap/rtr
Revisão: Augusto Valente

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