EUA e Japão endurecem retórica contra Coreia do Norte
31 de julho de 2017
Líderes dos dois países alertam para "ameaça grave e crescente" e pedem maior ação por parte da China. "Eles não fizeram nada por nós em relação à Coreia do Norte", diz Trump.
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A Casa Branca informou neste domingo (30/01) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, consideram o programa de mísseis da Coreia do Norte uma ameaça "grave, crescente e direta", enquanto Seul alerta que Pyongyang estaria prestes a realizar um novo teste nuclear.
No telefonema de 50 minutos de duração, Abe e Trump se comprometeram a aumentar a pressão econômica e diplomática sobre o regime norte-coreano, além de convencer outros países para que façam o mesmo, segundo informou a Casa Branca.
O presidente americano reafirmou o compromisso de defender o Japão e a Coreia do Sul de quaisquer ataques e disse que, para tal, seu país disponibilizará a totalidade de seus recursos.
Abe concordou que os países devem agir de modo decisivo. "Concordei totalmente com o presidente Trump ao reconhecer que devemos adotar novas ações", disse o primeiro-ministro nesta segunda-feira.
"Fizemos esforços repetidos para resolver pacificamente a questão da Coreia do Norte, numa cooperação entre o Japão, os EUA e outros países, mas os norte-coreanos pisotearam esses esforços e agravaram unilateralmente a situação", disse Abe.
Os dois líderes reforçaram os pedidos para que a China e outros países se envolvam mais decisivamente na questão. "A China, Rússia e a comunidade internacional devem levar a sério esse fato inegável e aumentar a pressão", afirmou o premiê.
Pior meio do Twitter, Trump fez duras críticas a Pequim. "Nossos tolos líderes do passado permitiram que eles [os chineses] acumulassem centenas de bilhões de dólares por ano no comércio, mas eles não fizeram nada por nós em relação à Coreia do Norte", atacou o americano. "Não vamos deixar que isso continue. A China poderia resolver esse problema facilmente."
Seul alerta para "teste de maior poder explosivo"
Na última sexta-feira, a Coreia do Norte lançou com êxito o segundo míssil balístico intercontinental da sua história. O projétil Hwasong-14 voou durante 47 minutos, percorrendo 998 quilômetros e atingindo uma altitude máxima de 3.725 quilômetros antes de cair no Mar do Japão. O regime norte-coreano afirma que o míssil seria capaz de alcançar qualquer parte dos Estados Unidos.
O ministério da Defesa da Coreia do Sul alertou sobre a possibilidade de Pyongyang "testar sua ogiva nuclear e capacidades dos mísseis em um teste nuclear de maior poder explosivo". O órgão afirma que o país vizinho estaria pronto para fazê-lo a qualquer momento.
Os frequentes testes de mísseis realizados por Pyongyang acirraram as tensões na Península das Coreia e levaram Washington a ameaçar ataques preventivos contra a Coreia do Norte.
RC/lusa/dpa
O que o regime mostra na Coreia do Norte
A DW viajou à Coreia do Norte para descobrir o que há por trás da propaganda. Saímos às ruas com o acompanhante disponibilizado pelo governo e registramos o que vimos - ou nos deixaram ver - em Pyongyang.
Foto: DW/A. Foncillas
Árvores floridas
Os prédios da capital norte-coreana estão pintados com cores vivas, dando um ar de alegria à cidade. A época da floração da cerejeira contribui para a variedade cromática. O número crescente de automóveis nas ruas faz concorrência às bicicletas.
Foto: DW/A. Foncillas
Brincando no parque
Os clichês do mundo ocidental em relação à Coreia do Norte nos fazem esquecer que, além da devoção fervorosa aos seus líderes, a população não é muito diferente da de outras latitudes. Na semana de comemorações do Dia do Sol, é comum ver crianças praticando esportes em parques.
Foto: DW/A. Foncillas
Líder aclamado
Performances de todos os tipos oferecidas por crianças são um elemento-chave do lazer no país. A aparição do ditador Kim Jong-un no telão gera aplausos na plateia.
Foto: DW/A. Foncillas
Kimjongília e kimilsúngia
O culto à personalidade atinge o cúmulo com a orquídea batizada kimilsungia e a begônia kimjongilia, nomes que homenageiam o pai e avô do atual ditador. Nesta exposição de flores, trabalhadores de diferentes ministérios e universidades trouxeram flores que cultivam em seu local de trabalho.
Foto: DW/A. Foncillas
"Um dos cortes permitidos, por favor!"
O catálogo de cortes nos salões de cabeleireiros em Pyongyang oferece os 20 penteados recomendados no país. Já a barba é feita de forma convencional, com espuma e lâmina.
Foto: DW/A. Foncillas
Diversão para os ricos
Na capital há um imenso complexo de lazer para a classe rica. Lá há três piscinas e muitos restaurantes, que oferecem cerveja, comidas típicas do país e o típico kimchi, prato similar ao chucrute.
Foto: DW/A. Foncillas
Consumo caro
Modestas reformas econômicas têm permitido a abertura de supermercados, onde se pode encontrar uísque escocês, eletrodomésticos japoneses e roupas americanas de marca. Não é incomum os clientes pagarem com dólares ou cartões de crédito.
Foto: DW/A. Foncillas
Os jovens
Muitos jovens norte-coreanos frequentam cafés de luxo como qualquer outro jovem de uma capital europeia. Isso só se podem permitir os filhos da elite vinculada ao comércio exterior e com acesso a divisas internacionais. A jovem da foto estudou Finanças na Índia e defende que, em Pyongyang, não faltam opções de lazer.
Foto: DW/A. Foncillas
Esporte popular
O vôlei é um dos esportes mais populares do país. Este ginásio oferece instalações de alto nível.
Foto: DW/A. Foncillas
Internet a preço de sorvete
No Centro de Divulgação Científica aberto recentemente em Pyongyang, as pessoas podem jogar videogame e se conectar à internet "pela metade do preço de um sorvete", disse o guia. A internet é limitada a sites norte-coreanos, sem acesso a páginas de fora do país.
Foto: DW/A. Foncillas
Guarda de trânsito
Os uniformes são onipresentes no país. O controle de tráfego é feito principalmente por mulheres jovens vestidas com minissaias e botas.
Foto: DW/A. Foncillas
À espera do desfile
O Exército norte-coreano tem 1,2 milhão de soldados para uma população de 25 milhões de pessoas. A maior parte dos escassos recursos do país é destinada aos militares. Na foto, o desfile militar do Dia do Sol, em homenagem ao fundador do país, Kim Il-sung.
Foto: DW/A. Foncillas
Sempre sorrindo
Meninas aprendendo música em uma academia. Na Coreia do Norte, é comum este tipo de escola, que, segundo o regime, valoriza especialmente talentos em disciplinas artísticas e esportivas.
Foto: DW/A. Foncillas
Luxo subterrâneo
O metrô de Pyongyang é o mais profundo do mundo e serve como refúgio em caso de ataque. O luxo desta estação contrasta com os trens antiquados. Os usuários podem aproveitar o tempo de espera informando-se sobre o mais recente míssil lançado.
Foto: DW/A. Foncillas
Arquitetura e militares
A arquitetura da capital é tanto tradicional quanto moderna. Os novos edifícios são octogonais, ovais ou tem qualquer outra forma ousada. Eles se assemelham a um livro invertido se ali vivem acadêmicos, ou parecem uma tomada, se se destinam a cientistas.
Foto: DW/A. Foncillas
Meninos e futebol
Meninos jogam futebol em uma escola de órfãos na capital. Os responsáveis por eles garantem que as crianças ingerem 3.500 calorias por dia, mais do que necessita um esportista de elite em qualquer país do mundo.
Foto: DW/A. Foncillas
Propaganda por todo lugar
Cartazes de propaganda são comuns nas ruas de Pyongyang. Eles ressaltam a força do Exército, a necessidade de uma pátria unida contra o inimigo externo, dos trabalhadores como a base de um sistema ideológico que só existe aqui: a ideologia Juche.
Foto: DW/A. Foncillas
Passos firmes
Desfiles militares são atividades recorrentes no calendário da Coreia do Norte. O objetivo do governo é mostrar Forças Armadas bem equipadas, que agem com marcialidade.