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EUA e Rússia estendem cessar-fogo a Aleppo

4 de maio de 2016

Cidade no norte da Síria é cenário de intensos combates entre forças do presidente Assad e rebeldes, que deixaram centenas de mortos nas últimas duas semanas. Exército sírio afirma que cumprirá trégua de 48 horas.

Aleppo, na Síria
Foto: Getty Images/AFP/K. Al-Masri

Os Estados Unidos e a Rússia concordaram em estender o cessar-fogo na Síria para a cidade de Aleppo, afirmou o Departamento de Estado americano nesta quarta-feira (04/05). A região é palco de intensos combates entre forças do presidente Bashar al-Assad e rebeldes.

As conversas entre Washington e Moscou a respeito do fim das hostilidades em Aleppo foram mantidas nesta terça-feira, com objetivo de reduzir a morte de civis e a crise humanitária na região. O cessar-fogo entrou em vigor à 0h do horário local.

De acordo com o comunicado da diplomacia americana, já foi possível observar, desde o início da trégua, "uma redução generalizada da violência" na província, "mesmo que existam informações sobre o prosseguimento de combates em certos locais".

"Para garantir que isso continue de uma forma sustentável, estamos estreitamente coordenados com a Rússia para controlar e monitorar a manutenção desse novo cessar-fogo", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner.

Após as declarações, o Exército sírio afirmou que irá respeitar o cessar-fogo durante 48 horas, a partir da 1h da manhã desta quinta-feira, segundo a televisão estatal.

Imagens de uma cidade síria recuperada do "Estado Islâmico"

03:18

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Na semana passada, um "regime de silêncio" foi estabelecido em dois dos principais fronts da guerra civil síria, Ghuta Oriental e Latakia, por pressão dos EUA e da Rússia. A capital regional Aleppo, porém, ficou de fora da trégua, e os combates continuaram intensos.

Aleppo, que já foi o grande centro comercial do país e é a maior cidade do norte da Síria, é cenário de uma onda de ataques que levou a centenas de mortes em doze dias de bombardeiros aéreos e ataques de artilharia.

Mais de 50 pessoas morreram – incluindo o último médico pediatra da região – num bombardeio contra um hospital na semana passada. Nesta terça-feira, uma maternidade foi atingida, deixando cerca de 30 mortos.

Enquanto a Rússia tem cooperado com o regime do presidente sírio no combate a grupos rebeldes e opositores do governo de Damasco, os EUA têm fornecido ajuda militar e treinamento para rebeldes moderados, e também ajudado a conter o avanço de grupos extremistas como o "Estado Islâmico".

Nesta quarta-feira, o enviado especial da ONU para a crise síria, Staffan de Mistura, apelou para o fim dos combates em Aleppo e alertou para um desfecho "catastrófico" caso os confrontos na região não seja interrompidos.

"A alternativa é verdadeiramente catastrófica, porque poderemos assistir ao deslocamento de 400 mil pessoas em direção à fronteira com a Turquia", declarou, após conversas em Berlim com os ministros do Exterior da França e da Alemanha.

EK/afp/efe/lusa/rtr

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