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EUA e Reino Unido avaliam novas sanções ao regime sírio

16 de outubro de 2016

Chefes da diplomacia americana e britânica não veem interesse pela opção militar por parte de países europeus e insistem numa solução diplomática para a guerra civil na Síria.

Boris Johnson e John Kerry em Londres
Foto: Getty Images/AFP/J. Tallis

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou neste domingo (16/19), depois de se reunir com os ministros do Exterior de países europeus em Londres, que considera impor novas sanções ao regime do presidente Bashar al-Assad e seus apoiadores por causa de suas ações na guerra civil da Síria. "Estamos considerando sanções adicionais e queremos deixar claro que o presidente Obama não excluiu qualquer opção", afirmou.

Ele também disse que ainda acredita num novo acordo de cessar-fogo para a Síria. "Há trabalho a fazer nos próximos dias que poderia levar, pelo menos assim esperamos, a abrir as portas para um novo cessar-fogo. Mas será difícil", disse Kerry, em entrevista ao lado do chanceler do Reino Unido, Boris Johnson.

O chefe da diplomacia britânica afirmou que foram discutidas na reunião uma "longa lista de ideias" para manter a pressão sobre Irã e Rússia, países que apoiam o regime de Assad. Na relação, segundo ele, constavam sanções adicionais ao regime sírio e seu apoiadores, além de medidas para levar os responsáveis por crimes de guerra ao Tribunal Penal Internacional.

Johnson disse que nenhuma opção é desconsiderada, mas logo acrescentou que a opção militar é muito difícil e há pouco interesse dos europeus por ela. "Assim temos que trabalhar com as ferramentas que temos, e elas são diplomáticas." Kerry argumentou na mesma linha. "Não vi um grande apetite nos países europeus para enviar pessoas à guerra. Não vejo os parlamentos dos países europeus prontos para declarar guerra", disse o americano.

Kerry se encontrou em Londres com Johnson e os ministros do Exterior da França e da Itália depois da reunião de sábado em Lausanne, na Suíça, com os chanceleres da Rússia e das principais potênciais regionais envolvidas no conflito. No entanto, não houve acordo para deter a violência em Aleppo. "Tivemos uma discussão muito honesta com russos e iranianos sobre como podemos exatamente chegar ao acordo. Minha missão é esgotar todas as possibilidades para uma solução pacífica", disse Kerry.

Apesar disso, Kerry afirmou que os bombardeios realizados em Aleppo nas últimas semanas só podem ser descritos como crimes contra a humanidade e acusou a Rússia de ter se envolvido na guerra com o único propósito de proteger Assad. O Kremlin diz que entrou no conflito para lutar contra o terrorismo.

"Cerca de 80% ou 85% dos bombardeios russos foram contra a oposição moderada, não contra os extremistas. É urgente chegar à mesa de negociações e buscar a solução política que, segundo eles, é a única forma de encerrar essa batalha", disse Kerry. "Isso poderia acabar amanhã mesmo se a Rússia e o regime de Assad aceitassem se comportar de acordo com qualquer norma ou padrão de decência, mas eles decidiram não fazê-lo", lamentou.

AS/efe/rtr/ap/afp