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EUA e Ucrânia realizam exercício militar no Mar Negro

8 de setembro de 2014

Em meio à tensão no leste da Ucrânia e críticas da Rússia, navio de guerra executa manobra marítima na região. Segundo governo de Donetsk, cessar-fogo entre rebeldes e Exército ucraniano foi respeitado na madrugada.

SYMBOLBILD USA verstärken Marine-Präsenz vor syrischer Küste
Foto: picture-alliance/dpa

Apesar de protestos por parte da Rússia, os Estados Unidos e a Ucrânia dão início nesta segunda-feira (08/09) a uma manobra marítima conjunta no Mar Negro. O objetivo do exercício Sea Breeze 2014, que deve durar três dias, é garantir a segurança marítima numa região de crise, segundo o Ministério da Defesa ucraniano.

A Rússia havia criticado o exercício nas imediações do leste da Ucrânia, atingido por conflitos há meses, como "completamente descabido". Além dos EUA, também o Canadá, a Romênia, a Espanha e a Turquia participarão do exercício, realizado com o navio de guerra do tipo contratorpedeiro USS Ross, com 280 soldados a bordo.

Apesar dos esforços pela paz, o cessar-fogo acordado para o leste ucraniano na última sexta-feira mostrou-se frágil no fim de semana. Uma mulher morreu durante um ataque com granada à cidade portuária de Mariupol.

Nesta segunda-feira pela manhã, entretanto, a trégua deu sinais de estar sendo respeitada. Segundo um comunicado publicado pelo governo municipal de Donetsk, nenhum incidente foi registrado na madruga de domingo para segunda, e nenhum bombardeio ou explosão foi ouvido.

Segundo a agência de notícias Interfax-Ukraine, 15 soldados ucranianos foram libertados pelas forças separatistas – um ponto-chave do acordo de cessar-fogo da última sexta-feira.

Os separatistas pró-Rússia disseram-se dispostos a chegar a uma separação do governo central ucraniano através de negociações. Eles vão se reunir "dentro de sete a oito dias" com representantes da Ucrânia, da Rússia e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) em Minsk, capital de Belarus, disse o líder separatista Alexander Zakharchenko neste domingo.

O tema do encontro em Minsk deve ser a independência das autroproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk. O governo de Kiev rejeita uma separação.

O também líder separatista Pavel Gubarev afirma que os rebeldes não vão desistir do plano de criar o Estado Independente Noworossija (Nova Rússia) no leste do país. Ele pede referendos oficiais nas regiões para decidir sobre a separação da Ucrânia.

Enquanto isso, o governo de Kiev causou confusão ao se manifestar sobre o fornecimento de armas por parte de alguns países-membros da Otan. O conselheiro do presidente ucraniano disse que os EUA, a França, a Itália, a Polônia e a Noruega haviam prometido ajudar a Ucrânia na luta contra os separatistas. Os EUA, a Noruega e a Polônia negaram. O governo italiano não se manifestou sobre o assunto, mas, de acordo com a mídia do país, a Itália não fornecerá armas, mas equipamento militares, como coletes de proteção e capacetes.

Em agosto, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, havia descartado com veemência a possibilidade de a Alemanha fornecer armas a Kiev.

Na última cúpula da Otan, a organização definiu que seus países-membros poderão fornecer armas às Forças Armadas ucranianas futuramente, sem especificar que países seriam esses. A Rússia reagiu com preocupação, pedindo que a Otan esclarecesse para que finalidade as armas seriam fornecidas e contra quem seriam usadas.

LPF/dpa/ap/afp

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