Em resposta a teste de míssil intercontinental pela Coreia do Norte, aviões dos Estados Unidos, da Coreia do Sul e do Japão simulam ataques. Líderes dos três países classificam manobra norte-coreana de ameaça global.
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O Exército dos Estados Unidos enviou dois bombardeiros para a Península da Coreia nesta sábado (08/07) para participar de exercícios ao lado de aviões de combate da Coreia do Sul e do Japão, em resposta ao mais recente teste de míssil norte-coreano.
Nesta sexta-feira, autoridades americanas descreveram a missão como uma demonstração de força e unidade por parte das três nações aliadas, em reação ao programa nuclear e de mísseis balísticos de Pyongyang.
"As ações da Coreia do Norte são uma ameaça para nossos aliados, parceiros e nossos países", disse Terrence O'Shaughnessy, comandante das Forças Aéreas dos EUA, em comunicado. "Deixe-me ser claro: se formos chamados, estamos treinados, equipados e prontos para liberar a capacidade letal completa de nossas forças aéreas aliadas."
Segundo o comunicado, os dois bombardeiros americanos do tipo B-1B partiram da base de Anderson na ilha de Guam, no oeste do Pacífico, e conduziram uma missão de dez horas com aviões de combate sul-coreanos e japoneses na Península da Coreia.
Míssil testado pela Coreia do Norte poderia atingir o Alasca
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Os bombardeiros simularam ataques de precisão em território sul-coreano, informou um porta-voz das Forças Aéreas do país asiático à agência local Yonhap. As manobras fazem parte de "uma firme resposta à série de lançamentos de mísseis balísticos por parte da Coreia do Norte", segundo a mesma fonte.
Os B-1B Lancers sobrevoaram o Mar do Japão, se aproximaram da fronteira que delimita as duas Coreias e posteriormente se uniram a caças sul-coreanos F-15K e F-16 na província de Gangwon, disse o porta-voz.
A Coreia do Norte lançou na terça-feira o seu primeiro míssil balístico intercontinental. Designado Hwasong-14, o míssil alcançou uma altitude máxima de 2.802 quilômetros e percorreu 933 quilômetros em 39 minutos.
Reunidos por ocasião da cúpula do G20, em Hamburgo, na Alemanha, o presidente americano, Donald Trump, e os líderes da Coreia do Sul e do Japão emitiram um comunicado conjunto condenando o recente teste de um míssil balístico intercontinental realizado por Pyongyang. Eles classificaram a manobra norte-coreana, executada no início da semana, de ameaça global, que exige "pressão máxima" como resposta.
O Ministério do Exterior norte-coreano afirmou que o míssil intercontinental tem como objetivo superar a hostilidade de Washington e permitir que Pyongyang "atinja o coração dos EUA a qualquer momento".
LPF/ap/dpa/lusa/efe
Qual o poder de fogo da Coreia do Norte?
Pyongyang prometeu responder a qualquer provocação militar após EUA sinalizarem disposição de agir contra o regime. Qual a real força desse Exército que desafia potências internacionais?
Foto: Reuters/S. Sagolj
Um dos maiores exércitos do mundo
Com 700 mil homens na ativa e outros 4,5 milhões na reserva, a Corea do Norte pode convocar a qualquer momento um quarto de sua população para a guerra. Todos os homens do país devem passar por algum tipo de treinamento militar e estar sempre disponíveis para pegar em armas. Estima-se que as tropas norte-coreanas tenham superioridade de 2 para 1 em relação à Coreia do Sul.
Foto: Getty Images/AFP/E. Jones
Um arsenal de respeito
Segundo o índice Global Firepower de 2016, o país possui 70 submarinos, 4,2 mil tanques, 458 aviões de combate e 572 aeronaves de outros tipos. Um arsenal bastante considerável. Esta imagem de 2013 mostra o líder Kim Jong-un ordenando que os mísseis do país estivessem prontos para atacar os EUA e a Coreia do Sul a qualquer momento.
Foto: picture-alliance/dpa
Poder balístico
Os mísseis aqui mostrados foram exibidos no desfile do dia 15 de abril de 2017, juntamente a outros que passaram sob o olhar do líder Kim Jong-un. Existe, porém, a suspeita de que muitos eram apenas maquetes para impressionar o mundo. Mesmo assim, a capacidade balística do país asiático não deve ser menosprezada.
Foto: Gettty Images/AFP/E. Jones
Coloridas e maciças demonstrações de força
Todos os anos, milhares de soldados e civis desfilam pelas ruas de Pyongyang em paradas militares. A maior destas, no chamado Dia do Sol, honra a memória de Kim Il-sung, patriarca do clã que governa o país desde sua fundação e avô de Kim Jong-un. Os preparativos para os desfiles espetaculares podem levar vários meses.
Foto: picture-alliance/dpa/KCNA
Testes nucleares
Apesar da pressão internacional, a Coreia do Norte não esconde suas ambições nucleares. Além dos testes com mísseis balísticos, Pyongyang realizou em cinco ocasiões os chamados ensaios nucleares, duas vezes apenas em 2016. O país sustenta que a última ogiva a ser testada pode ser lançada de um foguete, algo que especialistas consideram pouco provável. Ao menos até o momento.
Foto: picture-alliance/dpa/KCNA
Unidades femininas
Do contingente militar norte-coreano, 10% é composto por mulheres. Elas servem em unidades especiais diferenciadas e devem prestar serviços ao exército por até sete anos, segundo uma lei aprovada em 2003. É possível ver algumas delas patrulhando as ruas com sapatos de salto alto.
Foto: picture-alliance/AP Photo/W. Maye-E
Os inimigos de Pyongyang
Além dos EUA, a Coreia do Norte também considera como grandes inimigos a Coreia do Sul e o Japão. Pyongyang vê os exercícios militares americanos na Península da Coreia como uma ameaça à sua população, afirmando se tratar de uma preparação para uma iminente invasão de seu território.
Foto: Reuters/K. Hong-Ji
Preparação permanente
As Forças Armadas norte-coreanas treinam permanentemente em frentes distintas para estar prontas para o combate. O legado da Guerra da Coreia, que dividiu a península em dois países ainda unidos por um passado comum, é sentido até os dias de hoje. Na imagem, desembarque de embarcações anfíbias de unidades navais em local desconhecido na Coreia do Norte.
Foto: Reuters/KCNA
Fim da paciência americana?
Em abril de 2017, os Estados Unidos disseram ter enviado o porta-aviões Carl Vinson (foto) à Península da Coreia, sinalizando possíveis medidas contra Pyongyang. A Coreia do Norte afirmou estar pronta para qualquer tipo de guerra. Fontes de serviços de inteligência afirmam que os norte-coreanos estão a menos de dois anos de conseguir obter poder suficiente para lançar mísseis contra os EUA.