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EUA estudam retirar militares da Alemanha

30 de junho de 2018

Segundo o "Washington Post", europeus ainda avaliam se Trump realmente considera ideia ou se pretende apenas pressionar aliados a gastar mais com defesa. EUA tem 35 mil militares estacionados na Alemanha.

US-Soldaten bei Mannöver in Deutschland
Tropas americanas em exercício no sul da Alemanha. País europeu já abrigou mais de 200 mil militares americanos nos anos 1960 – hoje 35 mil ainda estão estacionados. . Foto: AFP/Getty Images/C. Stache

O Departamento de Defesa dos EUA está avaliando a possibilidade de retirar as tropas americanas estacionadas na Alemanha, afirmou nesta sexta-feira (29/06) o jornal Washington Post. O país europeu abriga 35 mil militares americanos, o segundo maior contingente de tropas americanas no estrangeiro. 

Segundo o jornal, a ideia já tinha sido levantada pelo presidente Donald Trump durante uma reunião com responsáveis militares. O Departamento de Defesa, porém, negou os planos.

A possibilidade provoca inquietação entre os países europeus membros da Otan, que não sabem se Trump está mesmo avaliando o plano ou se tudo não passa de uma tentativa de pressionar seus aliados na Europa antes da cúpula da Aliança Atlântica, marcada para ocorrer em Bruxelas nos dias 11 e 12 de julho. 

Trump já enviou uma carta a sete estados-membros da Otan, entre os quais a Alemanha, para lembrar os compromissos que os países assumiram de direcionar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para despesas militares até 2024. Os alemães, no entanto, já afirmaram que não pretendem alcançar esse patamar. Em 2017, a Alemanha gastou 1,24% do seu PIB com defesa. Berlim pretende elevar essa participação para 1,5% até 2024.

O presidente americano aponta, com regularidade, que Washington paga uma fatia excessiva do orçamento da aliança. 

Segundo os planos do Departamento de Defesa, entre as opções avaliadas pelos americanos estão um repatriamento de grande parte dos 35 mil militares ou sua transferência, total ou parcial, para a Polônia.

Os poloneses são aliados entusiasmados de Trump e o presidente costuma elogiar o país, que gastou 1,99% do seu PIB em defesa no ano passado e deve alcançar em 2018 o patamar defendido por Trump. Entre os países da Otan que gastam 2% ou mais do seu PIB estão o Reino Unido, a Estônia e a Grécia.

Segundo o Washington Post, que citou fontes anônimas, o estudo sobre a retirada de tropas ainda está em elaboração.

Outro lado

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional desmentiu, em comunicado, ter solicitado a análise de uma eventual retirada militar da Alemanha, apontando que o Pentágono "examina regularmente o posicionamento das tropas e as análises custos-benefícios". O comunicando aponta ainda que os EUA "continuam empenhados com a Alemanha, nossa aliada, e com a Otan". 

Durante a campanha eleitoral de 2016, Trump fez várias críticas à Otan, que foi qualificada por ele de obsoleta. Recentemente, ele disse que a aliança é "mais nefasta" do que o acordo de livre comércio dos EUA com o Canadá e o México, outro alvo regular de ataques do presidente.

A presença de tropas americanas na Alemanha vem diminuindo nas últimas décadas, especialmente depois do fim da Guerra Fria. Em 1962, os EUA tinham 274.119 soldados estacionados no país.

JPS/lusa/ots

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