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EUA impõem sanções a altos funcionários da Venezuela

27 de julho de 2017

Medida afeta 13 pessoas, incluindo ministros do governo e membros do Exército e da estatal petroleira. Como motivos, Washington menciona corrupção, repressão de protestos opositores ou apoio à Constituinte de Maduro.

Venezuela Präsident Nicolas Maduro in Caracas
O presidente da Venezuela, Nicolás MaduroFoto: picture-alliance/AA/C. Becerra

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (26/07) sanções contra 13 funcionários e ex-funcionários do governo da Venezuela por questões como corrupção, repressão de protestos da oposição e apoio ao projeto de Assembleia Constituinte defendido pelo presidente Nicolás Maduro.

A medida – que representa um primeiro passo no endurecimento das sanções prometido pelo presidente americano, Donald Trump – tem o objetivo de pressionar o líder venezuelano a apenas quatro dias da votação que deve escolher os membros da Constituinte, no domingo (30/07).

Entre os funcionários afetados pelas sanções, estão os ministros da Educação, Elías Jaua, e do Interior, Néstor Reverol, a chefe do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, o diretor-geral da Polícia Nacional Bolivariana, Carlos Pérez Ampueda, e o chefe do Exército, Jesús Suárez. Também foram incluídos funcionários e ex-funcionários da estatal petroleira da Venezuela, a PDVSA.

Segundo Washington, os 13 foram divididos em três grupos, de acordo com a justificativa para sua inclusão: o primeiro envolve pessoas que se mobilizaram em apoio à convocação da Assembleia Constituinte e contra a democracia e direitos humanos no país; o segundo, responsáveis por "violência e repressão" nos protestos; e o terceiro, pessoas "fortemente associadas" à corrupção.

Os nomes afetados coincidem em parte com uma lista entregue a Trump na terça-feira pelos senadores Marco Rubio e Bob Menendez. Todos os sancionados terão seus bens congelados nos EUA, caso possuam, e serão proibidos de fazer acordos comerciais com cidadãos americanos.

"Hoje será um dia ruim para 13 colaboradores de Nicolás Maduro e seus esforços para destruir a democracia na Venezuela. Mais ações estão por vir", disse Rubio nesta quarta-feira no Twitter.

Apesar de incluir na lista altos funcionários da PDVSA, Washington não impôs sanções contra as importações de petróleo da Venezuela, setor essencial da economia do país. Os Estados Unidos, inclusive, são um grande importador do produto.

Ao anunciar as sanções nesta quarta, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, afirmou que os EUA estão "do lado do povo venezuelano na missão de restaurar seu país em direção a uma democracia plena e próspera". Ele ainda advertiu que aqueles que venham a ser eleitos para a Constituinte convocada por Maduro também podem ser alvos de sanções no futuro.

Trump já havia alertado anteriormente que, se Maduro seguir adiante com os planos, Washington responderá com medidas mais drásticas. "Os Estados Unidos não ficarão quietos enquanto a Venezuela desmorona. Se o regime de Maduro impor sua Assembleia Constituinte em 30 de julho, os EUA tomarão medidas econômicas fortes e rápidas", garantiu o presidente americano.

O governo Maduro vive uma pressão internacional para cancelar a votação de 30 de julho, que deve eleger os membros da assembleia que vão redefinir a constituição da Venezuela de 1999.

Essa pressão, ecoada por países como Argentina, Brasil, Alemanha, México e Canadá, só aumentou depois de um plebiscito simbólico organizado pela oposição, em 17 de julho passado, que atraiu mais de 7,1 milhões de eleitores.  Mais de 98% deles se manifestaram contra a proposta de eleger uma Assembleia Constituinte no país.

EK/afp/efe/ap/rtr/ots

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