Martin Winterkorn é acusado de conspiração e fraude. Procuradores afirmam que ele tinha conhecimento da manipulação de motores a diesel e decidiu manter a irregularidade.
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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nesta quinta-feira (03/05) o ex-presidente da Volkswagen Martin Winterkorn por quatro crimes, incluindo conspiração e fraude, devido a seu envolvimento no escândalo de manipulação de emissões de motores a diesel. Ele foi acusado num tribunal de Detroit.
"Quem tenta enganar os Estados Unidos pagará um preço alto", afirmou o procurador-geral americano, Jeff Sessions, num comunicado. "A acusação divulgada hoje alega que o esquema da Volkswagen para burlar os regulamentos chegou até o topo da empresa", acrescentou.
Os promotores afirmam que, ao menos desde maio de 2014, Winterkorn tinha conhecimento de que a montadora havia criado um software para adulterar os resultados de testes de emissão de gases tóxicos nos motores a diesel, porém, ele decidiu continuar com a fraude. Mais de 11 milhões de veículos em todo o mundo foram adulterados.
Saiba como foi descoberta a fraude da Volks
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Segundo a acusação, poucos meses antes da fraude ser descoberta nos EUA, Winterkorn chegou a presidir, na sede da montadora em Wolfsburg, uma reunião sobre a manipulação dos motores e autorizou a empresa a continuar mentido para as autoridades americanas.
Após ser notificada pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA, em setembro de 2015, a Volkswagen admitiu a fraude. O escândalo levou àrenúncia de Winterkorn poucos dias depois. Na época, ele declarou que assumia a responsabilidade pelas irregularidades.
O ex-presidente pode pegar uma pena de cinco anos de prisão e ser multado em até 250 mil dólares pelo crime de conspiração e uma pena de até 20 anos de prisão e multa de 25 mil dólares pelas acusações de fraude.
Ao Parlamento alemão, Winterkorn negou saber da fraude e disse que descobriu o problema pouco tempo antes do anúncio da Agência de Proteção Ambiental dos EUA.
A acusação contra Winterkorn leva o caso criminal ao mais alto nível da Volkswagen, que se declarou culpada pelas manipulações. A admissão de culpa livrou a montadora de um processo nos EUA. O escândalo já custou à empresa mais de 30 bilhões de dólares em multas, indenizações e remediação ambiental.
Além do ex-presidente, outros oito funcionários da montadora enfrentam processos nos EUA. Dois engenheiros estão presos e já se declaram culpados pelo crime de conspiração. Os outros seis acusados moram na Alemanha.
CN/efe/afp/ap
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Dez coisas que você talvez não saiba sobre a VW
Abalada por recente escândalo de manipulação de emissões, Volkswagen reúne uma série de fatos curiosos em sua trajetória – de Adolf Hitler ao Fusca e aos lucros bilionários.
Foto: picture-alliance/dpa/I. Wagner
Carro popular
Você sabia que Volkswagen (carro popular, em alemão) foi uma ideia de Adolf Hitler, desenvolvida por Ferdinand Porsche, fundador da marca homônima? Em 1938, Hitler chegou a construir uma cidade inteira para abrigar a fábrica e seus trabalhadores nas proximidades de Fallersleben, no estado da Baixa Saxônia. Em 1945, a cidade recebeu o nome de Wolfsburg, onde até hoje se situa a sede da Volks.
Foto: DW/J. Dumalaon
Sucesso mundial
Conhecido na Alemanha como "Käfer" (besouro), o Fusca liderou durante muito tempo a lista dos carros mais vendidos no século 20. Antes de a produção ter sido encerrada em 2003, mais de 21,5 milhões de Fuscas foram vendidos no mundo todo.
Foto: DW/E. Schuhmann
As muitas faces da Volks
A empresa percorreu um longo caminho desde a década de 1930. Atualmente, o Grupo Volkswagen engloba 12 marcas. Os carros da Audi, Bentley, Lamborghini, Porsche e Skoda estão entre as mais comercializadas, respondendo por 37% das vendas de 2014.
Foto: Audi AG
Domínio de mercado
Hoje, a Volkswagen realmente faz jus ao nome "carro popular". Mais de um em cada três carros vendidos na Alemanha é do Grupo Volks, com a montadora detendo uma parcela de 36% do mercado alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
Um em cada dez
Mundialmente, mais de 10% de todos os carros vendidos no ano passado levava o símbolo de uma das marcas do Grupo Volkswagen. A companhia vendeu mais de 10,2 milhões de veículos em 2014. Por volta de 70% desse total foi comercializado fora da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/Z. Junxiang
EUA: mercado difícil
O cobiçado mercado americano tem mostrado ser uma "pedra no sapato" da montadora alemã. Apenas 6% dos carros produzidos mundialmente pela companhia, por volta de 600 mil, foram vendidos nos EUA no ano passado. Apesar de investimentos imensos, a parcela da Volks nesse disputado mercado gira em torno de 2%, muito atrás de concorrentes como GM, Ford e Toyota.
Foto: picture-alliance/dpa
Primeira posição em jogo?
Em julho, a Volks ultrapassou a Toyota como a maior vendedora de carros do mundo. A montadora alemã também lidera o ranking das montadoras em termos de receitas. Em 2014, a companhia registrou um volume de vendas de 202,5 bilhões de euros. Descontados os impostos, o lucro foi de 11,1 bilhões de euros. Mas, depois do escândalo de emissões, analista alertam para o risco de perda da "pole position".
Foto: picture-alliance/dpa
Empregador global
Até 31 de dezembro de 2014, o grupo empregava aproximadamente 600 mil trabalhadores, tornando-se assim um dos maiores empregadores em todo o mundo. Desses, mais de um terço, cerca de 270 mil empregados, trabalha na Alemanha.
Foto: picture alliance/dpa
Maior indústria alemã
A indústria automobilística é o maior setor da economia alemã, sendo impulsionada pelas chamadas "três grandes": Daimler, BMW e Volks. A indústria emprega cerca de 800 mil trabalhadores, quase 2% da força de trabalho alemã.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Weißbrod
Sucesso de exportação
A receita total da indústria automotiva alemã chegou a quase 370 bilhões de euros no ano passado. O setor respondeu por quase um quinto das exportações do país e cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha.