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EUA insatisfeitos com resolução da ONU sobre o Iraque

av2 de outubro de 2002

As negociações em Viena sobre inspeções de armas resultaram num sucesso inesperado. Porém continua o cabo de guerra entre o Iraque, os EUA e as demais grandes potências.

Hans Blix, chefe dos inspetores de armas da ONU, em VienaFoto: AP

Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha criticaram como insatisfatório o acordo entre a ONU e o Iraque para uma retomada das inspeções de armamentos no Iraque. Os dois aliados insistem numa nova resolução do Conselho de Segurança Mundial, mantendo o Iraque sob ameaça de uma intervenção, caso dificulte as inspeções. Em contrapartida a França e a Rússia, também membros permanentes do Conselho de Segurança, elogiaram nesta quarta-feira (2/10) o acordo. Assim como a China, eles se opõem a assinar uma autorização em branco para um ataque militar.

O ministro britânico do Exterior, Jack Straw, explicou por que as atuais resoluções da ONU não bastam para os EUA. Continua em aberto, por exemplo, o controle dos chamados palácios presidenciais, onde eram fabricadas armas de destruição em massa. O presente acordo também excluiu a exigência dos EUA, de acesso irrestrito aos palácios de Saddam Hussein e outros edifícios suspeitos. Pelo contrário: as inspeções a estes locais terão que ser anunciadas com antecedência e os inspetores, acompanhados por diplomatas internacionais.

O vice-primeiro-ministro iraquiano, Tarik Asis, acusou os EUA de procurar um pretexto para declarar guerra a seu país. Durante visita à Turquia, nesta quarta-feira, declarou que o Iraque não possui mais armas de destruição em massa.

Nesse meio tempo, Bush conseguiu que o Congresso norte-americano aprovasse uma resolução dando-lhe o poder de empregar as Forças Armadas para defender os interesses nacionais dos EUA contra a ameaça ainda representada pelo Iraque e impor todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança Internacional relativas ao Iraque". Por sua vez, Bush tem que provar que diplomacia e outros instrumentos pacíficos falharam, bem como informar o Parlamento sobre o desenrolar dos acontecimentos, a cada 60 dias.

O fazedor de milagres

As negociações entre as Nações Unidas e o Iraque na Agência Internacional de Energia Atômica (IAEO), em Viena, transcorreram com rapidez surpreendente. Já na terça-feira, o chefe dos inspetores de armas, Hans Blix, pôde anunciar que as inspeções seriam plenamente retomadas, após uma interrupção de quatro anos, com base na resolução de 1999. Um comando avançado já poderá desembarcar no Iraque dentro de duas semanas.

Blix, sueco de 74 anos, estudou Direito em Nova York e Cambridge, assumindo a cadeira de Direito Internacional da Universidade de Uppsala com apenas 32 anos. Em 1981 foi nomeado diretor da IAEO, tendo seu mandato prolongado por quatro vezes seguidas, e em 1997 conseguiu que sua organização também pudesse inspecionar os programas atômicos secretos no Iraque e Coréia do Norte. Blix é conhecido por manter a cabeça fria, mesmo sob pressão, e por apresentar suas exigências de maneira amável e simpática.

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