EUA investigam primeiro acidente fatal em carro semiautônomo
1 de julho de 2016
Motorista de Model S da Tesla morre após veículo colidir com caminhão numa rodovia da Flórida. Montadora lembra que piloto automático também exige atenção do motorista e estuda recall.
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Autoridades dos Estados Unidos investigam o primeiro acidente fatal envolvendo um modelo semiautônomo da montadora Tesla. O automóvel estaria no piloto automático quando colidiu com um caminhão, confirmou a companhia americana nesta quinta-feira (30/06). O motorista do carro morreu.
A colisão ocorreu numa rodovia na Flórida nó último dia 7 de maio. Nem o motorista – Joshua Brown, de 40 anos – nem os sensores do automóvel perceberam o momento em que a carreta fez uma curva para a esquerda em um cruzamento, segundo as gravações das câmaras do carro obtidas pela Agência Nacional de Segurança no Trânsito em Rodovias (NHTSA).
De acordo com o motorista do caminhão, Brown estava assistindo Harry Potter na TV do carro no momento do acidente. O automóvel estaria em alta velocidade. A Tesla contestou a afirmação e disse que não é possível ver vídeos na tela do Model S. Os primeiros relatórios policiais também não indicam que o motorista estava vendo um filme.
A NHTSA afirmou que vai investigar o desempenho dos auxiliares de direção que estavam em uso no momento da colisão. A agência ressaltou que esse é o primeiro passo para determinar se esse tipo de veículo é realmente seguro e avaliar a necessidade de um recall.
Em comunicado, a montadora lembrou os clientes de que o piloto automático é uma tecnologia nova, ainda em desenvolvimento, e que, ao ser acionado, ele não deixa de exigir a atenção do motorista no trânsito. "É necessário manter a responsabilidade e o controle sobre o veículo", reforçou.
Usuário entusiasta
Brown era um proprietário entusiasta do veículo semiautônomo. Um mês antes do acidente fatal, ele publicou um vídeo na internet elogiando o piloto automático, no qual mostra como o sistema evitou uma colisão. Ele disse que não havia percebido o caminhão que aparece nas imagens até seu carro alertá-lo.
O preço inicial dos sedans Model S da Tesla é de 66 mil dólares. A montadora ressaltou ainda que este foi o primeiro acidente fatal em mais de 130 milhões de milhas (209 milhões de quilômetros) já guiadas pelo piloto automático.
O acidente trouxe à tona o debate sobre riscos de modelos semiautônomos. A expectativa era aumentar a segurança no trânsito com esse tipo de veículo e evitar erros humanos, que são responsáveis por 94% dos acidentes. A tecnologia usa um sistema múltiplo de câmeras, radares, lasers e sensores para identificar objetos e determinar o caminho que o carro deve seguir.
CN/rtr/ap/afp
Carros que tomam decisões
A tecnologia tem mostrado que automóveis podem conduzir de forma autônoma. Mas num veículo sem motorista, quem seria o responsável em caso de acidente? E as pessoas realmente querem que o carro decida por elas?
Foto: media.daimler.com
Confortável, não?
Este protótipo da Mercedes Benz, o F015, mostra como o interior de um carro autônomo poderia ser. Não há assento do motorista. Em vez disso, os passageiros sentam de frente uns para os outros. Este veículo de teste, que foi desenvolvido no Vale do Silício, pode atingir uma velocidade máxima de 200 quilômetros por hora.
Foto: media.daimler.com
Do Vale do Silício a Las Vegas
Este Audi A7 está repleto de sensores. No início de 2015, o veículo foi do Vale do Silício até a Mostra Internacional de Eletrônica de Consumo (CES, na sigla em inglês), em Las Vegas. Aproximadamente 600 quilômetros foram percorridos em rodovias. Uma pessoa ficou sentada atrás do volante, apenas para eventualidades, mas não teve que intervir: tudo correu bem durante o teste.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Fets/Audi AG
Pronto para o trânsito?
A multinacional Google tem testado seus veículos robóticos em Mountain View, na Califórnia, há bastante tempo. No entanto, até agora, alguém sempre esteve atrás do volante – para intervir caso necessário.
Foto: picture alliance/AP Photo
Nada para motoristas impacientes
Carros autônomos são muito seguros. Eles são programados para desacelerar, se algo não estiver correto. Eles vão sempre manter uma distância segura e certamente nunca vão grudar na traseira de outros veículos.
Foto: imago/Jochen Tack
Um atrás do outro
Estes dois carros autônomos da Universidade da Bundeswehr (Forças Armadas Alemãs) participaram da competição robótica militar Elrob (Experimento Europeu de Robô Terrestre, em tradução livre). Com o segundo veículo sempre seguindo o primeiro, o objetivo era que os veículos encontrassem seu caminho em território acidentado e não pavimentado. E eles conseguiram.
Foto: DW
Evitando acidentes
Acidentes graves são frequentemente causados por visão limitada – em condições de neblina, por exemplo. As pessoas costumam dirigir rápido demais e não mantêm a distância necessária. Carros robóticos inteligentes não fariam erros do tipo. No futuro, os carros podem estar interligados, permitindo-lhes enviar aos demais veículos informações sobre os engarrafamentos adiante.
Foto: picture-alliance/dpa
Sensores para todo tipo de dados
Carros robóticos veem o mundo ao seu redor com olhos diferentes. O carro da Google, por exemplo, usa um sensor de laser para realizar uma varredura em 3D de seu entorno.
Foto: DW/Fabian Schmidt
O mundo visto através de um laser
Neste simulador, o carro da Universidade da Bundeswehr dirige por um terreno acidentado. O laser faz a varredura dos arredores, e o computador desenha um mapa tridimensional da área.
Foto: Universität der Bundeswehr/TAS
Orientação por satélite, radar e câmera USB
Robôs também podem ver usando outros tipos de sensores. Este robô desenvolvido no Instituto Fraunhofer para Comunicação e Informação (FKIE), na Alemanha, usa uma câmera USB comum para sua leitura ótica. Pequenos sensores de radar e receptores de GPS determinam a localização exata no mapa.
Foto: DW/Fabian Schmidt
Made in Germany
Pesquisadores da Daimler também estão usando câmeras de leitura ótica para construir carros mais seguros. Os sensores por trás dos para-brisas observam o que está acontecendo na estrada. Os sistemas de segurança ativa de tráfego da Daimler renderam à companhia a nomeação para o Prêmio Alemão de Inovação (Deutscher Zukunftspreis), em 2011.
Foto: Deutscher Zukunftspreis/Ansgar Pudenz
Pixels se tornam movimentos
Os sensores reconhecem uma nuvem de pixels. A partir desses pixels, o computador pode determinar quão rápido diferentes áreas da imagem estão se movendo. Isso dá ao computador uma noção completa do que está acontecendo ao redor do carro.
Foto: Deutscher Zukunftspreis/Ansgar Pudenz
Frear ou manobrar?
O computador determina para onde um objeto provavelmente irá se mover e age de acordo. O pedestre, que vem da direita, está marcado em laranja, o que significa perigo. O tráfego, à esquerda, está sinalizado em verde, ou seja, nenhum perigo.