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EUA investigam se ataque no Texas tem conexão internacional

4 de maio de 2015

Polícia revista apartamento de um dos homens mortos após tiroteio em frente a mostra de caricaturas de Maomé. Imprensa local afirma que um dos suspeitos possui ficha criminal e teria anunciado ação nas redes sociais.

Foto: Reuters/Mike Stone

O FBI (a polícia federal americana) revistou nesta segunda-feira (04/05) o apartamento de um dos dois homens mortos por policiais no domingo, após abrirem fogo em frente a uma mostra de caricaturas do profeta Maomé, em Garland, cidade próxima de Dallas (Texas).

Enquanto a mídia americana rapidamente traçou paralelos entre o tiroteio e o massacre de janeiro contra a redação do semanário satírico francês Charlie Hebdo, as autoridades dos Estados Unidos afirmam que ainda estão determinando a razão do ataque.

Uma filial da rede americana de notícias ABC identificou um dos dois atiradores mortos. A KPHO TV de Phoenix afirmou que um homem chamado Elton Simpson, do Arizona, era alvo de investigações antiterror e que sua casa foi revistada nesta segunda-feira por agentes do FBI e especialistas em bombas.

Simpson foi condenado há cinco anos por mentir a agentes federais sobre seus planos de viajar à África em uma aparente tentativa de se juntar a uma organização terrorista, segundo a matéria da emissora. KPHO TV disse ainda que o segundo homem morava no mesmo complexo de apartamentos que Simpson.

Ainda segundo a ABC, as autoridades acreditam que Simpson postou mensagens no Twitter momentos antes do ataque, sendo a última com a hashtag #texasattack (ataque no Texas). A mensagem dizia: "Meu irmão e eu juramos lealdade ao comandante dos fiéis. Que Alá nos aceite como mujahedin." A mensagem foi tirada do ar logo após o tiroteio.

Participantes da competição de caricaturas do profeta Mamomé são levados ao evento em ônibus fortemente vigiadosFoto: Reuters/Mike Stone

Posteriormente, também nesta segunda-feira, o porta-voz do FBI Perryn Collier confirmou que uma residência em Phoenix foi revistada em busca de indícios que expliquem o motivo por trás do tiroteio.

Em trabalho conjunto com o FBI, a polícia busca determinar se o ataque foi de cunho terrorista e se tem ligações com o exterior. Segundo a própria polícia, não foram encontradas bombas no carro dos atiradores.

"Estado Islâmico" aplaude "irmãos"

O grupo de monitoramento de terror SITE alega que um conhecido membro do "Estado Islâmico" (EI) se gabou de o ataque ter sido realizado por apoiadores da organização terrorista.

Em uma série de mensagens no Twitter, o jihadista nomeado por Abu Hussain al-Britani afirmou: "Dois dos nossos irmãos acabaram de abrir fogo." O grupo SITE diz que o homem por trás das mensagens é o combatente britânico Junaid Hussain, do EI.

No domingo, dois homens passaram de carro em frente ao centro de conferências de Garland e atiraram contra um guarda de segurança. A polícia local afirmou que o tiroteio durou apenas alguns segundos. "Agentes da polícia de Garland eliminaram os homens armados, que foram baleados e mortos", disse o governo da cidade em um comunicado.

A polícia de Garland afirmou também que a logística de segurança em torno da controversa exposição havia sido planejada por meses. Na noite do tiroteio, uma equipe do esquadrão antibomba, o FBI, uma unidade da polícia tática Swat e outras autoridades de segurança e fiscalização estavam apostos para eventuais incidentes.

O evento contou com a presença do controverso político holandês de extrema direita Geert Wilders, que postou uma fotografia no Twitter, logo após o ataque, agradecendo as forças de segurança americanas por "evitar o pior".

A "Exposição artística e competição Maomé" foi realizada pela Iniciativa Americana de Defesa à Liberdade (AFDI, na sigla em inglês), criticada por patrocinar campanhas anti-islâmicas em meios de transporte dos EUA. Segundo os organizadores, o evento tinha como objetivo promover a liberdade de expressão. Foi oferecido um prêmio de 10 mil dólares para a melhor caricatura ou obra de arte retratando o profeta – o que é considerado uma ofensa por seguidores do islã.

PV/rtr/ap/afp

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