1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Paquistão

27 de novembro de 2011

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, lamentou incidente e prometeu cooperar com o Paquistão. Cargas para tropas da Otan acumulam-se na fronteira com o Afeganistão e caminhoneiros temem sofrer ataques.

Secretária de Estado dos EUA, Hillary ClintonFoto: AP

A ministra do Exterior do Paquistão, Hina Rabbani Khar, disse no domingo (27/11) à secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que o ataque aéreo que matou 24 soldados paquistaneses e feriu mais de uma dezena de militares na fronteira com o Afeganistão foi “inaceitável, tendo mostrado um total desrespeito pela vida humana e ido contra o processo de reaproximação entre os dois países”. O Afeganistão acusa a Otan de ter causado o incidente.

Pesar

A Casa Branca divulgou um comunicado em que Clinton expressa seu pesar pelo incidente e promete que os Estados Unidos vão cooperar com o Paquistão nas investigações da Otan.

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, transmitiu suas condolências aos parentes dos soldados mortos, afirmando que o ocorrido foi um "evento trágico e não intencional". Ele afirmou, ainda, que apoia a investigação, executada pela Força Internacional de Assistência para Segurança (Isaf).

Cerca de 300 caminhões com mantimentos para tropas da Otan esperam na fronteiraFoto: dapd

Funerais

As forças paquistanesas afirmaram no sábado (26/11) que helicópteros e aviões de combate da Otan atacaram dois postos de controle na região tribal de Mohmand, matando 24 soldados e ferindo outros 13. Os funerais dos militares mortos ocorreram neste domingo em Peshawar. Entre os presentes, estava o comandante do Exército paquistanês, o general Ashfaq Parvez Kayani.

O governo em Islamabad declarou no sábado à noite, após uma reunião de emergência de sua comissão de defesa, que houve "graves violações" da soberania do país, afirmando que irá rever todas as cooperações diplomáticas, militares e econômicas de seu país com os EUA e outros membros da Otan.

Islamabad afirma, ainda, que, devido aos últimos acontecimentos, está examinando sua participação em uma conferência reunindo mais de 90 delegações, agendada para ser realizada em Bonn, cidade no oeste da Alemanha. Um boicote ao encontro é tido, entretanto, como improvável.

Ministra do Exterior do Paquistão, Hina Rabbani KharFoto: AP

Temor de ataque terrorista

Em resposta ao incidente, o Paquistão fechou duas passagens de fronteira, importantes rotas de abastecimento das tropas internacionais estacionadas no Afeganistão, e exigiu dos EUA a evacuação dentro de 15 dias da base aérea de Shamsi, na província de Baluchistan. O serviço de inteligência norte-americano usa supostamente o local como base para ataques com aeronaves não tripuladas contra os talibãs e a rede terrorista Al Qaeda nas regiões tribais no Paquistão.

O abastecimento das tropas da Otan a partir do Paquistão se encontra paralisado.
Caminhoneiros paquistaneses, presos na fronteira, temem ser alvo de ataques de extremistas islâmicos. Cerca de 300 caminhões com carregamentos para as tropas da Otan estão parados próximos à fronteira. Supostos extremistas suspeitos destruíram há um ano cerca de 150 caminhões, ferindo policiais e os motoristas dos veículos, após Islamabad ter fechado uma passagem para o Afeganistão em retaliação à morte de militares do país em um ataque aéreo norte-americano.

MD/dadp/afp
Revisão: Soraia Vilela

Pular a seção Mais sobre este assunto