A pedido do governo líbio, forças americanas bombardeiam alvos do "Estado Islâmico" em Sirte. Cidade é controlada pelos jihadistas desde junho de 2015 e é o principal reduto do grupo no país.
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Os Estados Unidos lançaram ataques aéreos contra posições do "Estado Islâmico" (EI) na Líbia nesta segunda-feira (01/08), a pedido do governo líbio e abrindo uma nova frente de combate ao grupo.
"A pedido do governo de União Nacional líbio [reconhecido pela ONU], as Forças Armadas dos Estados Unidos realizaram ataques de precisão contra alvos do 'Estado Islâmico' em Sirte", disse o porta-voz do Pentágono, Peter Cook, em comunicado. Ele acrescentou que os ataques "vão continuar".
Sirte, cidade natal do ditador líbio Muammar Kadafi, morto na revolução de 2011, é controlada pelos jihadistas desde junho de 2015 e tranformou-se no seu principal reduto no país.
Em pronunciamento transmitido pela televisão, o primeiro-ministro do governo de União Nacional líbio, Fayez al-Sarraj, anunciou logo após o início dos ataques que os extremistas sofreram "severas perdas". Os principais alvos foram um tanque e veículos usados pelos terroristas. A Casa Branca informou que não serão enviados soldados por terra.
Desde maio, o governo líbio realiza uma operação para recuperar Sirte. Cerca de 280 membros das forças pró-governamentais foram mortos, e 1.500 ficaram feridos. Essas forças são formadas por milícias da zona ocidental da Líbia, criadas durante a revolução de 2011.
No início do ano, os EUA estimaram que 6 mil jihadistas do EI viviam na Líbia, incluindo muitos que deixaram a Síria. Mas segundo autoridades, o número de combatentes na Líbia tem diminuído nos últimos meses, devido à pressão de outras milícias atuantes no país e ofensivas das forças do governo de União Nacional.
KG/lusa/ap
A guerra particular das mulheres contra o "Estado Islâmico"
Em meados de 2014, a organização jihadista EI invadiu os territórios dos yazidis no norte do Iraque. Centenas de mulheres foram sequestradas, violentadas, escravizadas. Agora elas lutam contra os terroristas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Localizando o inimigo
Perto da cidade de Mossul, no Iraque, a combatente curda Haseba Nauzad examina de binóculo a linha de front que separa o território curdo daquele controlado pela organização terrorista "Estado Islâmico" (EI). Em cooperação com o Exército iraquiano, os curdos ganham cada vez mais terreno contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Vanguarda da resistência
Inimigo localizado, é hora de atirar. Juntamente com a camarada yazidi Asema Dahir (3ª da dir.) e outras combatentes, Haseba mira os terroristas do EI. Como as ofensivas aéreas não bastam para derrotar os jihadistas, as yazidis e curdas formam a linha de frente no combate de solo.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Visão desimpedida
Haseba Nauzad prende os cabelos num rabo de cavalo: para mirar com exatidão, nada pode atrapalhar a visão. Para os ocidentais pouco mais do que um capricho da moda, o "military look" reflete uma sofrida realidade tanto aqui no Iraque como na Síria.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Companheiro fiel e símbolo de outros tempos
Asema Dahir faz uma pausa no combate. O ursinho de pelúcia vermelho que leva no braço é um símbolo de uma passado pacífico, encerrado abruptamente em meados 2014 com o ataque do EI. Para muitas mulheres yazidis começou aí uma época de sofrimento e de ruptura com tudo o que lhes era mais caro.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Imagem eloquente
O "Estado Islâmico" não teve piedade nem com os mais fracos. Implacavelmente perseguidos pelos fundamentalistas, em meados de 2014 centenas de milhares tiveram que procurar abrigo. Na época, esta foto de um ancião e suas acompanhantes deu a volta ao mundo como símbolo do sofrimento dos yazidis.
Foto: Reuters
Trauma de uma adolescente
Esta jovem yazidi não quis mostrar o rosto. Logo após a chegada do EI, ela foi forçada a se casar, aos 15 anos, com um militante do grupo. Dois meses mais tarde conseguiu escapar e agora vive novamente com a família. E relata horrores quase indizíveis.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Bennett
Depois da batalha
Meses a fio, os jihadistas do EI também sitiaram a cidade de Kobane, no norte da Síria, bem na fronteira com a Turquia. Lá os curdos ofereceram resistência desesperada, até conseguir vencer os terroristas com a ajuda da Força Aérea americana. Para trás ficou um mar de ruínas.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Akgul
União que faz a força
O EI ataca a todos que não compartilhem sua ideologia. Ele aposta numa tática divisiva, tentando instigar as diferentes confissões religiosas e etnias umas contra as outras. Nem sempre funciona: há muito, curdas e yazidis tornaram-se aliadas – o que já representa uma vitória simbólica contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Não à escravidão
Do ponto de vista militar, o "Estado Islâmico" ainda não está vencido, continuando a deter o controle sobre vastas regiões na Síria e no Iraque. As curdas e yazidis seguirão combatendo-o, e de quebra dão uma lição aos fundamentalistas: as mulheres não nasceram para ser escravas.