EUA lançam "mãe de todas as bombas" no Afeganistão
13 de abril de 2017
Pentágono diz ter usado, pela primeira vez em combate, sua mais poderosa bomba não nuclear contra alvos do "Estado Islâmico". Projétil desenvolvido em 2003 contém cerca de dez toneladas de explosivos.
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O governo dos Estados Unidos informou nesta quinta-feira (13/04) que utilizou sua mais poderosa bomba não nuclear contra um alvo que seria do grupo "Estado Islâmico" (EI) no Afeganistão.
Conhecida como "mãe de todas as bombas", a GBU-43 Massive Ordnance Air Blast (MOAB) foi criada à época da invasão americana ao Iraque, mas nunca havia sido usada por Washington em combate.
Segundo informou o Pentágono em comunicado, o projétil, com cerca de dez toneladas de explosivos, foi lançado de uma aeronave americana às 19h32 (horário local) sobre um complexo de cavernas e túneis subterrâneos usado pelo EI no distrito de Achin, na província de Nangarhar, perto da fronteira com o Paquistão.
Os combatentes jihadistas se assentaram nessa remota região do país e a denominaram de província de Khorasan, parte de seu autodeclarado califado. Os EUA estimam que haja entre 600 e 800 soldados do EI em território afegão, estando a maior parte deles em Nangarhar.
"O bombardeio foi projetado para minimizar os riscos para as forças afegãs e americanas que conduzem operações nessa área e, ao mesmo tempo, potencializar a destruição de instalações e combatentes do EI-Khorasan", afirma a nota do Departamento de Defesa.
John Nicholson, comandante das forças americanas no país, disse que o "Estado Islâmico" tem usado explosivos, bunkers e túneis para fortalecer sua defesa. "[A MOAB] é a munição adequada para reduzir esses obstáculos e manter o ritmo da nossa ofensiva contra o EI-Khorasan", declarou ele.
Os Estados Unidos ainda avaliam quais foram os danos provocados pelo bombardeio. Segundo a emissora CNN, o país enviou drones de reconhecimento para o local. O Pentágono assegura que "foram tomadas todas as precauções possíveis para evitar a morte de civis".
A bomba MOAB foi desenvolvida nos EUA há 15 anos, mas até então só havia sido utilizada em testes controlados. Segundo a Força Aérea americana, na última vez em que ela foi testada, em 2003, foi possível avistar uma imensa nuvem em formato de cogumelo a uma distância de mais de 30 quilômetros.
EK/efe/lusa/dpa/ap/afp/rtr/dw
Qual o poder do presidente dos EUA?
Chefe de governo e de Estado da maior potência econômica e militar do planeta é frequentemente considerado a pessoa mais poderosa do mundo, mas nem por isso seu poder é ilimitado.
Foto: Klaus Aßmann
Assim diz a Constituição
O presidente é eleito por quatro anos e pode ser reeleito apenas uma vez. Ele é chefe de Estado e de governo. É tarefa dele fazer com que as leis aprovadas pelo Congresso sejam executadas. Cerca de 4 milhões de pessoas trabalham para o Poder Executivo. O presidente pode, como principal diplomata, receber embaixadores e, assim, reconhecer Estados.
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Balanço entre os poderes
Cada um dos três poderes pode intervir no outro, o que limita de poder de todos. O presidente pode indultar pessoas e nomear juízes federais, mas apenas com a concordância do Senado. O presidente nomeia também, entre outros, seus ministros e embaixadores – se os senadores derem o aval. Esse é um dos meios que o Legislativo tem para controlar o Executivo.
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Discurso sobre o Estado da União
O presidente tem que informar o Congresso sobre o destino do país, e ele faz isso em seu "discurso sobre o Estado da União". Apesar de não ter o poder de apresentar propostas de leis ao Congresso, ele pode expor suas prioridades no seu discurso. Assim, pode fazer pressão sobre o Congresso. Mas não mais do que isso.
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Ele pode simplesmente dizer "não"
Se o presidente enviar de volta ao Congresso um projeto de lei sem sua assinatura, significa que ele usou seu poder de veto. E esse veto somente poderá ser revogado por uma maioria de dois terços nas duas câmaras. De acordo com o Senado, dos cerca de 1.500 vetos na história dos EUA, somente 111 foram derrubados.
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Zona nebulosa na definição de poder
A Constituição e decisões da Suprema Corte não deixam bem claro quanto poder o presidente tem de fato. Uma brecha permite um segundo tipo de veto, o chamado "pocket veto". Sob certas circunstâncias, o presidente pode colocar uma proposta legislativa "no seu bolso", ou seja, ela não vale. O Congresso não pode derrubar esse veto. Essa manobra foi usada mais de mil vezes.
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Decretos que são válidos como leis
O presidente pode determinar como os funcionários do governo cumprirão seus deveres. Esses decretos presidenciais têm força de lei e não necessitam de aprovação parlamentar. Ainda assim, o presidente não pode fazer o que bem entender. A Justiça pode declarar um decreto inválido, ou o Congresso pode aprovar uma lei contrária. E, ainda, o próximo presidente pode simplesmente revogar um decreto.
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Contornar o Congresso
O presidente pode negociar acordos com outros governos, mas o Senado deve aprová-los com uma maioria de dois terços. Para contornar isso, em vez de tratados, os presidentes podem fazer uso de "acordos executivos", que não precisam ser aprovados pelo Congresso. Eles são válidos enquanto o Congresso não vetá-los ou aprovar legislação que torne o acordo inválido.
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Comandante em chefe
O presidente é o comandante em chefe das tropas, mas é o Congresso que tem o poder de declarar guerra. Não está claro, porém, se um presidente pode enviar tropas para uma região em conflito. Na Guerra do Vietnã, o Congresso entendeu que um limite havia sido ultrapassado e interveio por lei. Ou seja, o presidente só pode assumir competências enquanto o Congresso não agir.
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Impeachment
Se um presidente abusar do poder do cargo ou cometer um crime, a Câmara dos Representantes pode iniciar um processo de impeachment. Mas há um instrumento muito mais poderoso para parar qualquer iniciativa presidencial: o Congresso tem a competência de aprovar o orçamento e pode simplesmente fechar a torneira de dinheiro do presidente.