1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Controle de dados Swift

30 de novembro de 2009

Um acordo provisório garante que as autoridades de segurança dos EUA continuem tendo acesso a transações bancárias entre a UE e outros países. Alemanha se abstém de votar, permitindo assim o acerto.

Swift realiza 15 milhões de transações diariamenteFoto: picture-alliance

Os órgãos de segurança dos EUA continuarão tendo acesso a dados de transações bancárias entre a União Europeia (UE) e outros países. Os ministros do Interior da União Europeia aprovaram nesta segunda-feira (30/11), em Bruxelas, um controverso acordo com Washington que regulamenta o acesso norte-americano a dados do consórcio Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication), responsável por transferências bancárias internacionais.

Os EUA já tinham acesso às transferências bancárias entre países-membros da UE e outros Estados, a fim de investigar eventuais atividades terroristas. Até agora, investigadores norte-americanos comunicaram 1.450 casos suspeitos às autoridades europeias e 800 a países exteriores ao bloco. Só neste ano, os países-membros da UE receberam 100 pistas de eventual financiamento de terrorismo.

Esse tipo de investigação possibilitou, por exemplo, a identificação de uma rede terrorista no Reino Unido e a prisão de quatro membros do chamado Grupo de Sauerland, da União da Jihad Islâmica, em setembro de 2007.

Somente para investigar financiamento de terrorismo

O novo acordo se tornou necessário, porque – a partir de 2010 – o Swift não quer mais acessar os dados da União Europeia através de um centro de processamento de dados localizado nos EUA. Os dados referentes à UE serão transferidos para servidores situados na Holanda e na Suíça. O Swift, com sede na Bélgica, realiza diariamente cerca de 15 milhões de transações entre mais de 8.300 bancos em todo o mundo.

O acordo transitório que passa a vigorar em 1º de fevereiro, inicialmente por nove meses, só autoriza consultas sobre o movimento de contas bancárias, caso haja suspeitas concretas de financiamento de terrorismo. Outros possíveis crimes não justificam o acesso a tais informações.

Além disso, os EUA se comprometem a não repassar a outros países os dados adquiridos. Também não é permitido que se consultem informações bancárias por um longo período de tempo. Normalmente, os dados deverão ser deletados após cinco anos.

Violação do direito fundamental

O acerto em Bruxelas só foi possível após a Alemanha ter desistido de impedir sua aprovação, apenas se abstendo de votar nesta segunda-feira. O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, considera insatisfatório o fato de os dados Swift poderem ser utilizados sem que se consultem os países-membros dos quais eles provêm.

O encarregado do governo federal alemão para proteção de dados, Peter Schaar, considera essa medida uma violação do direito fundamental. Associações alemãs de bancos e parlamentares europeus concordam com essa crítica, lamentando também que os cidadãos não sejam necessariamente informados sobre o acesso exterior a seus dados bancários.

SL/dpa/afp

Revisão: Carlos Albuquerque

Pular a seção Mais sobre este assunto