EUA mantêm sigilo de parte de arquivos sobre Kennedy
27 de outubro de 2017
Arquivo Nacional disponibiliza em seu site 2,8 mil documentos, mas após pressão do FBI e da CIA, governo bloqueia parte do material sobre o assassinato do ex-presidente, ocorrido em 1963.
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O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, permitiu nesta quinta-feira (26/10) a divulgação de parte dos arquivos sigilosos sobre o assassinato de John F. Kennedy. Porém, o republicano cedeu a pressões do FBI e da CIA e bloqueou a liberação de centenas de documentos.
O Arquivo Nacional dos Estados Unidos disponibilizou em seu site, para consulta, mais de 2,8 mil documentos relacionados ao assassinato de Kennedy, que ocorreu em 22 novembro de 1963, em Dallas. A coleção completa possui mais de 3,1 mil documentos.
Para os documentos retidos ou censurados, Trump ordenou uma revisão ao longo dos próximos seis meses. Segundo funcionários do governo americano, o presidente deve voltar a se pronunciar sobre o assunto e talvez liberar mais alguns em abril de 2018.
"Não tenho outra opção neste momento a não ser aceitar essas revisões em vez de permitir um dano potencialmente irreversível à segurança da nossa nação", afirmou Trump em comunicado, ao anunciar a decisão.
Uma das funcionárias do governo que falaram com os jornalistas confirmou que a maioria dos pedidos para que Trump mantivesse censurados certos documentos vieram do FBI e da CIA.
Essas agências temem que os arquivos revelem "a identidade de indivíduos envolvidos e os seus papéis como informantes de uma informação de segurança e inteligência", os quais ainda podem estar vivos, disse outro funcionário.
Em 1992, o Congresso americano decidiu que todos os documentos relacionados à investigação sobre o assassinato de Kennedy deveriam se tornar públicos até 26 de outubro de 2017.
O crime comoveu os Estados Unidos na época e gerou uma série de teorias de conspiração, por exemplo, que a morte do presidente havia sido encomendada pela máfia ou por Cuba.
Historiadores que pesquisam sobre o ataque contra Kennedy afirmaram que o acesso a esses documentos não deve oferecer novos detalhes surpreendentes sobre o motivo que levou o ex-fuzileiro naval Lee Harvey Oswald a atirar no presidente e também não deve responder à questão se havia mais alguém envolvido no atentado.
Os pesquisadores acreditam, porém, que a abertura dos arquivos possa ajudar a desfazer algumas das teorias de conspiração que surgiram sobre o caso.
CN/efe/afp/ap/efe
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O mito JFK
Em 29 de maio de 2017, John F. Kennedy completaria 100 anos. O 35º presidente americano foi morto a tiros em Dallas em 1963, mas o mito continua vivo. Até hoje, as circunstâncias do atentado são motivo de controvérsia.
Foto: DW/G. Schließ
Família influente
John Fitzgerald Kennedy nasceu em 29 de maio de 1917 em Massachusetts. Filho de pais ricos, teve uma juventude privilegiada. Seu pai, Joseph P. Kennedy, era empresário e foi embaixador no Reino Unido. "JFK", como ficou conhecido, frequentou escolas particulares e estudou na renomada universidade de Harvard. Na foto, JFK em 1943, no Panamá, quando era oficial da Marinha.
Foto: picture-alliance/ZUMA/Keystone Press Agency
35º presidente americano
Pelo Partido Democrata, John F. Kennedy foi deputado federal e senador, até se candidatar à presidência, em 1960. Ele tomou posse no dia 20 de janeiro de 1961, aos 43 anos, sendo o segundo mais jovem presidente americano. Em seu discurso, apelou aos americanos: "Não perguntem o que o país pode fazer por vocês, perguntem o que vocês podem fazer pelo país."
Foto: picture-alliance/Arnie Sachs - CNP
"Ich bin ein Berliner"
O dia 26 de junho de 1963 foi um dos mais marcantes da era John F. Kennedy. Neste dia, em um discurso em Berlim Ocidental, ele disse a lendária frase "Ich bin ein Berliner" (Sou um berlinense), para demonstrar solidariedade com os moradores da cidade dividida.
Foto: picture-alliance/dpa
O lado carismático
Com seu charme e carisma, Kennedy conquistou rapidamente o coração de muitos americanos. Ao mesmo tempo, seu mandato foi marcado por crises e conflitos – como a fracassada invasão da Baía dos Porcos, em 1961, contra o regime comunista em Cuba. Em 1962, o mundo escapou por pouco de uma guerra nuclear. O mérito por tudo ter acabado bem é creditado a Kennedy.
Foto: Reuters
O glamour de Jackie
A esposa de JFK, Jackie, levou elegância e glamour à Casa Branca. Embora tenha sido primeira-dama por apenas dois anos, sua elegância e seu estilo influenciaram não só toda uma geração, como também as primeiras-damas que a sucederam. Desde 1965, um dos dois jardins da fachada sul da Casa Branca se chama Jardim Jacqueline Kennedy.
Foto: picture-alliance/ZUMA/KEYSTONE Pictures USA
JFK e as mulheres
JFK (à direita) era considerado mulherengo. Diz-se que teve várias amantes e contato com garotas de programa. Um de seus casos extraconjugais mais famosos foi com Marilyn Monroe (centro). Símbolo sexual e ícone de Hollywod, Monroe também teria tido um caso com Robert (à esquerda), irmão de JFK. Ela morreu em 1962 sob circunstâncias até hoje não esclarecidas.
Foto: AP
Os filhos
A foto de 1962, em que JFK aplaude descontraidamente os filhos Caroline e John brincando no Salão Oval, acabou ficando famosa. Nem sempre a família Kennedy foi tão feliz. Vários reveses marcaram o clã. O irmão de John, Robert, foi morto. Outros membros da família morreram em acidentes, quedas de avião, por causa de drogas ou suicídio. O assassinato de JFK foi a tragédia mais grave.
Foto: picture alliance/dpa
O atentado
Em 22 de novembro de 1963, em Dallas, no Texas, Kennedy e Jackie participavam da campanha eleitoral em um conversível, quando JFK foi baleado mortalmente, trazendo luto a toda uma nação. Expirava-se assim a esperança de muitos, que viam no jovem presidente americano a promessa de um mundo melhor.
Foto: picture-alliance/dpa
Mistério sem fim
Dois dias após o assassinato de John F. Kennedy, o homem preso como autor do atentado, Lee Harvey Oswald (ao centro), foi morto por Jack Ruby, dono de um clube noturno. Oswald havia sido preso poucas horas depois do assassinato. As circunstâncias exatas do assassinato nunca foram esclarecidas, o que permitiu o surgimento de muitos boatos e teorias conspiratórias.
Foto: picture-alliance/dpa
O legado
Mesmo muito tempo após o enterro, em 25 de novembro de 1963, ainda são sentidas consequências da era Kennedy. Cada presidente que sucedeu a JFK foi comparado a ele. Como teria sido seu governo, se não tivesse sido morto após 1.036 dias na presidência? O que ele teria mudado no mundo? Talvez o mito viva justamente porque estas perguntas não têm resposta.