EUA notificam ONU sobre intenção de deixar Acordo de Paris
5 de agosto de 2017
Notificação é enviada 2 meses após anúncio de Trump. Pedido oficial de saída, porém, só pode ser feito em 2019. Apesar da decisão, Washington pretende continuar participando de negociações internacionais sobre o clima.
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Os Estados Unidos enviaram nesta sexta-feira (04/08) uma notificação oficial às Nações Unidas sobre sua intenção de deixar o Acordo de Paris. Assinado em 2015 por quase 200 países, o tratado prevê a redução das emissões de gases do efeito estufa, na tentativa de frear o aquecimento global.
O presidente americano, Donald Trump, anunciara publicamente sua decisão de romper com o pacto em 1º de junho, provocando reações negativas em toda a comunidade climática e internacional. Na ocasião, ele justificou que o acordo, assinado por seu antecessor, Barack Obama, destrói empregos em seu país e oferece a outras nações uma vantagem injusta sobre a indústria dos EUA.
Somente nesta sexta-feira, no entanto, a ONU foi notificada por escrito sobre a intenção de Trump, num passo que, segundo anunciou o Departamento de Estado em nota, transmite uma "mensagem forte ao mundo", apesar de a notificação não significar ainda que os EUA estão se retirando.
Isso porque, segundo o artigo 28 do Acordo de Paris, um país só pode pedir para deixar o tratado três anos depois da entrada em vigor, o que ocorreu em 4 de novembro de 2016. Ou seja, o presidente americano só poderá solicitar sua retirada em 4 de novembro de 2019. Para isso, é preciso entregar uma nova notificação por escrito ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Após o pedido, ainda demora um ano para que ele seja formalizado, o que significa que a data mais próxima para a saída definitiva dos EUA do acordo seja 4 de novembro de 2020 – dois meses antes do mandato de Trump chegar ao fim e um dia depois das eleições presidenciais americanas.
Caso pretenda uma solução mais rápida, o republicano poderia optar por retirar Washington da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, de 1992, tratado que regula todas as negociações climáticas internacionalmente – um passo, no entanto, tido como arriscado.
Em comunicado emitido nesta sexta-feira, o Departamento de Estado explicou que o governo americano iniciará o processo de saída do acordo "assim que estiver elegível para fazê-lo".
Segundo o órgão federal, no entanto, Trump estaria "disposto a continuar engajado com o Acordo de Paris caso os Estados Unidos consigam identificar termos mais favoráveis aos seus negócios, trabalhadores, cidadãos e contribuintes".
Em julho, durante visita ao presidente da França, Emmanuel Macron, em Paris, Trump já havia sugerido que pode mudar de ideia sobre a quebra do pacto. "Algo pode acontecer em relação ao Acordo de Paris", afirmou ele na ocasião. "Vamos ver o que acontece. Falaremos sobre isso em breve. Se acontecer, será maravilhoso. Se não, tudo bem também."
Independentemente da decisão, Washington continuará participando, ao longo dos próximos quatro anos, "das negociações e reuniões internacionais sobre o clima, a fim de proteger os interesses dos EUA e garantir que todas as futuras opções políticas permaneçam abertas ao país", garantiu o Departamento de Estado no texto. O próximo encontro será em Bonn, na Alemanha, em novembro.
EK/afp/ap/efe/rtr/dw
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.