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EUA ordenam familiares de diplomatas a deixar Venezuela

28 de julho de 2017

Governo americano também autoriza funcionários da embaixada em Caracas a sair do país sul-americano devido à violência. Decisão é anunciada três dias antes da eleição da Assembleia Constituinte, convocada por Maduro.

Forças de segurança da Venezuela entram em confronto com manifestantes em CaracasFoto: Getty Images/AFP/J. Barreto

O governo dos Estados Unidos ordenou que familiares de funcionários da embaixada americana em Caracas deixem a Venezuela e autorizou a saída voluntária de seus funcionários devido à violência e à falta generalizada de alimentos e medicamentos no país.

Num alerta de viagem divulgado nesta quinta-feira (27/07), o Departamento de Estado ressaltou que a "situação política e de segurança da Venezuela é imprevisível e pode mudar rapidamente".

O anúncio ocorreu a três dias da eleição da Assembleia Nacional Constituinte, convocada pelo presidente Nicolás Maduro para a redação de uma nova Constituição.

Policiais e manifestantes se enfrentam nas ruas de Caracas

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No documento, o governo americano ressalta que as manifestações diárias que têm ocorrido desde abril em todo o país costumam provocar "uma forte resposta policial", com uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha, e já resultaram na morte de mais de 70 pessoas. Além disso, as "organizações armadas" que têm atuado em favor do governo "frequentemente fazem uso da violência para intimidar os manifestantes".

Para os funcionários da embaixada americana que decidirem permanecer na Venezuela, o Departamento de Estado dos EUA determinou uma restrição de movimento e impôs horários específicos para garantir a segurança. O governo americano também recomendou que cidadãos americanos não viajem à Venezuela devido à grave instabilidade política e econômica.

Na quarta-feira, o Departamento do Tesouro impôs sanções a 13 altos funcionários do governo venezuelano por corrupção, repressão de protestos da oposição e apoio ao projeto de Assembleia Constituinte de Maduro. Segundo o governo americano, a controversa votação pode marcar o "fim da democracia na Venezuela". O presidente Donald Trump avisou na semana passada que iria impôr novas sanções ao governo caso Maduro seguisse adiante com o projeto.

Onda de violência

Nesta quinta-feira, o governo venezuelano anunciou a proibição de protestos em todo o paísaté a votação no domingo. A medida, que entra vigor nesta sexta-feira, prevê punição de até dez anos de prisão para quem desrespeitar a regra.

O governo de Maduro também anunciou que as Forças Armadas venezuelanas vão ativar zonas de proteção especial temporárias, onde militares farão a segurança até a próxima terça-feira. A venda de bebidas alcoólicas e de fogos de artifício, assim como o porte de armas, também foram proibidos.

A medida entrou em vigor no mesmo dia em que a Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição ao governo, convocou uma mobilização batizada como "tomada de Caracas". O ato visa pressionar Maduro para retirar a proposta de constituinte.

A greve geral de 48 horas convocada pela oposição, que teve início na quarta-feira, deixou cinco mortos. As vítimas mais recentes, um homem de 49 anos e um jovem de 16 anos, morreram nesta quinta em Naguanagua, no estado de Carabobo, no norte do país, e em Caracas, respectivamente, durante protestos.

O decreto para a convocação de eleições legislativas foi entregue por Maduro às autoridades eleitorais em maio deste ano. A convocação da constituinte aprofundou ainda mais as divisões internas do país, motivando novos protestos por parte da oposição, que acusa Maduro de orquestrar um golpe de Estado.

Na semana passada, 7,1 milhões de venezuelanos votaram num plebiscito simbólico contra o projeto de Assembleia Constituinte e 98% rejeitaram a proposta do governo venezuelano.

KG/efe/dpa