EUA pedem adiamento no 5G por preocupação com tráfego aéreo
2 de janeiro de 2022
Autoridades solicitaram a empresas de telecomunicações que atrasem em duas semanas lançamento, para que sejam levantados mais dados sobre interferência da tecnologia em equipamentos de voo que monitoram altitude.
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As autoridades americanas pediram neste sábado (01/01) às principais operadoras de telecomunicações dos Estados Unidos que suspendam por mais duas semanas a implementação da rede móvel de internet 5G, em meio a preocupações com a segurança dos voos.
O secretário de transporte americano, Pete Buttigieg, e o chefe da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), Steve Dickson, solicitaram o atraso em carta à AT&T e à Verizon, duas das maiores operadoras do país.
Eles pediram um adiamento "por um curto período adicional de não mais de duas semanas". As duas empresas disseram que estão analisando o pedido.
O lançamento havia sido planejado originalmente para 5 de dezembro, mas foi adiado para 5 de janeiro depois que as gigantes da aviação Airbus e Boeing levantaram preocupações sobre a potencial interferência do 5G nos dispositivos que os aviões usam para medir a altitude. A faixa de frequências usada por ambas as tecnologias é a mesma.
Buttigieg e Dickson basearam a solicitação na ameaça de graves impactos nas viagens aéreas, caso o lançamento do 5G realmente gerasse problemas técnicos. Na carta, as autoridades americanas garantem às empresas que o serviço 5G poderá começar "conforme planejado em janeiro, com algumas exceções em aeroportos prioritários".
Os oficiais dizem que sua prioridade tem sido "proteger a segurança dos voos, garantindo que a implantação do 5G e as operações de aviação possam coexistir".
A AT&T e a Verizon adquiriram a autorização para começar a usar a frequência de 3,7-3,8 GHz - o chamado serviço de banda C - em fevereiro de 2021, após pagar dezenas de bilhões de dólares.
Inicialmente, a data de lançamento da rede de Internet de alta velocidade foi adiada para que a FAA pudesse obter mais informações sobre os efeitos nos instrumentos de altímetro.
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Conflitos de interesses econômicos
O lançamento e o atraso representam problemas financeiros para duas indústrias importantes dos EUA.
As operadoras de telecomunicações, que pagaram bilhões por licenças de frequência, estão ansiosas para lançar o uso comercial da tecnologia 5G.
Por outro lado, a indústria da aviação teme problemas potenciais causados por interferências de frequência que podem ter efeitos propagadores generalizados.
Os custos extras de atualização de suas instalações para torná-los compatíveis com 5G também preocupam.
A FAA solicitou mais informações sobre os instrumentos e emitiu diretrizes limitando o uso de altímetros em certas situações, o que gerou temores nas companhias aéreas sobre os custos potenciais.
O conflito entre redes 5G e equipamentos de aeronaves levou as autoridades francesas a recomendar o desligamento dos telefones celulares 5G nos aviões, em fevereiro de 2021. A autoridade de aviação civil da França disse que a interferência de um sinal em uma frequência próxima ao rádio-altímetro pode causar erros "críticos" durante o pouso.
le (dpa, afp)
Cidades hi-tech mundo afora
Da Arábia Saudita à Coreia do Sul, novas cidades são projetadas para diminuir a pressão sobre metrópoles já existentes. Sustentáveis e inteligentes, elas devem abrigar milhares de pessoas.
Foto: picture-alliance
Neom, Arábia Saudita
Se depender do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, Neom deve ser a cidade mais segura, mais eficiente e mais moderna do mundo. Um total de 500 bilhões de dólares deve ser investido na nova zona economia especial no Mar Vermelho. A cidade hi-tech e sustentável deve criar empregos para jovens e ter uma legislação própria. A primeira etapa da construção deve ser concluída até 2025.
Foto: NEOM
Masdar City, Abu Dhabi
A cidade hi-tech e ecológica Masdar City, nos Emirados Árabes Unidos, deveria ter ficado pronta em 2016. Nesse meio tempo, deixou-se de lado a meta de uma cidade completamente livre de emissões, e a conclusão da obra foi postergada para 2030. A Agência Internacional para Energias Renováveis (Irena) e empresas como a Siemens já se mudaram para o local, mas ainda faltam moradores.
Foto: DW/I. Quaile
Maidar City, Mongólia
A capital da Mongólia, Ulan Bator, está sufocada pelo trânsito e smog. Para aliviar a situação, uma nova cidade deve ser construída ao sul da capital. Até 2030, 90 mil pessoas devem se mudar para a ecológica Maidar City, projetada pelo arquiteto alemão Stefan Schmitz. Posteriormente, o número de habitantes deve chegar a 300 mil. A maior estátua de Buda do mundo deve ser símbolo de Maidar City.
Foto: RSAA
Lingang New City, China
Um novo centro econômico deve nascer próximo à metrópole chinesa Xangai. Projetada por um escritório de arquitetura de Hamburgo, Lingang New City deve abrigar 800 mil pessoas. A cidade oferecerá postos de trabalho na pesquisa de alta tecnologia, no porto de Yangshan e na área de livre comércio adjacente.
Foto: Imago/Xinhua
Songdo, Coreia do Sul
Seis quilômetros quadrados de terra foram despejados no mar para a cidade sul-coreana de Songdo, que deve ser a cidade mais inteligente do mundo. Ela já abriga 100 mil habitantes, a maioria com alto poder aquisitivo. Do trânsito à polícia e às residências, tudo na cidade é conectado digitalmente e equipado com câmeras e sensores.
Foto: picture-alliance/dpa/Yonhap
Eko Atlantic City, Nigéria
Diante de Lagos, na Nigéria, embarcações despejaram terra para construir um luxuoso centro financeiro, que deve abrigar cerca de 250 mil pessoas. Na chamada Eko Atlantic City, serão erguidos centros comerciais, marinas e arranha-céus. Mais da metade da população da Nigéria vive na pobreza, e críticos veem a Eko Atlantic City como uma área protegida para os ricos.
Foto: Getty Images/AFP/P. Utomi Ekpei
Belmont Smart City, Estados Unidos
De acordo com a página do projeto na internet, o fundador da Microsoft, Bill Gates, está por trás dos planos para a Belmont Smart City, no Arizona. Situada a 70 quilômetros da capital do estado, Phoenix, a nova cidade deve abrigar cerca de 200 mil habitantes. Nela, deve ser testada a conexão entre residências, ambientes de trabalho e cidades inteligentes. O projeto ainda está na fase inicial.
Foto: Getty Images/A. Schmidt
Quayside, Toronto, Canadá
A Alphabet, holding que controla a Google, está criando um novo bairro em Toronto, no Canadá. Na foto, vê-se o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, no lançamento do projeto. Dez mil pessoas devem morar na área. Por meio de uma rede digital sofisticada, o bairro de Quayside deve ser capaz de fornecer uma quantidade sem precedentes de dados sobre os moradores.