EUA pressionaram Brasil a não comprar Sputnik, diz relatório
15 de março de 2021
Documento publicado três dias antes da posse de Biden diz que Estados Unidos recorreram a "relações diplomáticas" para evitar que Brasil fizesse negociações com a Rússia.
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Os Estados Unidos teriam persuadido o Brasil durante a gestão de Donald Trump a não comprar a vacina contra a covid-19 Sputnik V. A informação está em um documento do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (HHS, na sigla em inglês), publicado em 17 de janeiro, três dias antes da posse do presidente Joe Biden.
No entanto, não há detalhes de como essa "persuasão" teria sido exercida sobre o governo de Jair Bolsonaro.
O documento é um balanço sobre as atividades do departamento em 2020. Em uma parte do texto, que aborda como "combater as influências malignas nas Américas", o Escritório de Assuntos Globais (OGA, na sigla em inglês) do HHS diz que "usou as relações diplomáticas na região para mitigar os esforços" de Cuba, Venezuela e Rússia, "que estão trabalhando para aumentar sua influência na região em detrimento da segurança dos Estados Unidos". O trecho está assinado pelo então secretário de Saúde Alex Azar. Os países citados eram constantes alvos de ataque do governo Trump.
"O OGA coordenou esforços com outras agências governamentais dos EUA para fortalecer os laços diplomáticos e oferecer serviços técnicos e assistência humanitária para dissuadir os países da região de aceitar ajuda desses estados mal-intencionados", diz o relatório.
Nesta segunda-feira (15/03), o perfil oficial da Sputnik V no Twitter criticou o documento. "Os esforços para minar as vacinas são antiéticos e estão custando vidas", diz a postagem.
Na sexta-feira passada, diante da escassez de vacinas e da lenta vacinação no Brasil, o Ministério da Saúde anunciou a compra de 10 milhões de doses da Sputnik V. Até abril, o Brasil deve receber 400 mil doses - o restante deve chegar até junho.
Também na sexta-feira, o Consórcio de estados do nordeste anunciou que negocia com a Rússia a compra de 39 milhões de doses da vacina, que ainda não tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com estudo divulgado na revista médica The Lancet em fevereiro, a Sputnik V tem eficácia de 91,6% para evitar casos sintomáticos de covid-19.
Na semana passada, o chefe da Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha, Thomas Mertens, elogiou a Sputnik V e disse confiar na aprovação dela pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
"É uma boa vacina, que provavelmente será em breve aprovada também na União Europeia", declarou ao jornal alemão Rheinische Post. "Os pesquisadores russos têm muita experiência com vacinas. A Sputnik V é construída de forma inteligente", acrescentou.
Vários países já estão utilizando a vacina russa, entre eles a Argentina.
le (ots)
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
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Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
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Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
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Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
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Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
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Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
Foto: Imago Images
Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
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Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.