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EUA registram recorde de internações diárias por covid-19

11 de novembro de 2020

País também tem recorde de casos diários. Diante do quadro e com notícias positivas sobre vacina da Pfizer, secretário de Saúde de Trump afirma que planeja começar imunização da população em dezembro.

USA Corona-Pandemie | Test
Estudo projeta mais 110 mil mortes nos EUA por covid-19 nos próximos mesesFoto: Nam Y. Huh/AP Photo/picture-alliance

Os Estados Unidos registraram na terça-feira (10/11) um novo recorde de novos casos de covid-19 registrados em apenas um dia: 136.325, de acordo com contagem da Universidade Johns Hopkins. Com a inclusão de dados que haviam ficado retidos no fim de semana, o número chega a 201.961.

Esse foi o sétimo dia seguido em que o país registrou mais de 100 mil casos em 24 horas. Também foram registradas mais 1.535 mortes.

No momento, os EUA seguem como o país mais afetado pela pandemia no mundo, com quase 240 mil mortes. Na segunda-feira, o país também cruzou a marca de 10 milhões de casos de covid-19. Outras 110 mil ou mais mortes são projetadas nos próximos dois meses, de acordo com um estudo do Instituto de Avaliação e Métricas de Saúde da Universidade de Washington.

As hospitalizações por complicações causadas pela doença nos Estados Unidos também têm sobrecarregado o sistema de saúde. Na terça-feira, o país registrou um novo recorde, acumulando um total de 61.964 internações. O número de pessoas hospitalizadas com o coronavírus, calculado pelo Covid Tracking Project, mais do que dobrou desde setembro, e agora excede o pico alcançado no início da pandemia, em 15 de abril, quando havia 59.940 pacientes hospitalizados. Um segundo pico no verão ficou um pouco aquém de igualar esse recorde.

Esses picos em abril e julho duraram apenas alguns dias e diminuíram rapidamente, mas com a aproximação do inverno, especialistas temem que a pressão sobre os hospitais vai se estender por mais tempo.

Diante desse cenário, os olhos dos EUA se voltam cada vez mais para uma vacina. O secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar, disse nesta terça-feira, que, caso a farmacêutica Pfizer apresente rapidamente os estudos iniciais da sua vacina contra a covid-19 à agência reguladora dos Estados Unidos, o governo americano pode começar a vacinação da população já em dezembro.

A Pfizer comunicou na segunda-feira que a vacina que está desenvolvendo em parceria com a alemã BioNTech tem 90% de eficiência contra a covid-19, de acordo com uma análise preliminar sobre os resultados de seu estudo amplo em estágio avançado.

A farmacêutica americana disse que espera ter os dados de segurança já na semana que vem para solicitar à Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) a autorização para uso emergencial.

Com a autorização da FDA, os Estados Unidos receberiam cerca de 20 milhões de doses da vacina da Pfizer por mês, afirmou Azar, sinalizando que o Departamento de Saúde poderia adquirir um estoque já no final do mês.

Os Estados Unidos têm um contrato de 1,95 bilhões de dólares por 100 milhões de doses da vacina da Pfizer, o suficiente para vacinar 50 milhões de pessoas, com uma opção para adquirir mais 500 milhões de doses.

Na segunda-feira, o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a criação de uma força-tarefa para desenvolver a estratégia de combate à covid-19 no país. Uma médica brasileira é uma das escolhidas pelo democrata para integrar a equipe, formada por 13 especialistas.

"Lidar com a pandemia de coronavírus é uma das batalhas mais importantes que o novo governo irá enfrentar, e eu serei assessorado por cientistas e especialistas", afirmou Biden numa clara guinada na política sobre o tema em relação à atual administração americana, que minimizou a pandemia ao longo dos meses.

Formada para atuar durante a transição, a força-tarefa irá auxiliar na preparação da resposta do novo governo à covid-19. "O conselho consultivo ajudará a formar minha abordagem para administrar o aumento das infecções, garantir a segurança e eficácia das vacinas, além de uma distribuição eficiente, equitativa e gratuita delas, e para proteger os grupos de risco", destacou Biden.

A força-tarefa é composta por especialistas em saúde pública e cientistas. Entre eles está a médica brasileira especialista em doenças infecciosas Luciana Borio, que vive desde os anos 1980 nos Estados Unidos. Entre 2010 e 2019, Borio trabalhou no Conselho de Segurança Nacional americano na área de biodefesa, onde atuou no combate à epidemia de zika e ao surto de ebola.

Biden incluiu ainda na equipe o virologista Rick Bright, que perdeu um cargo de chefia de uma agência de pesquisa federal americana após criticar a resposta do governo Trump à pandemia. Ele alegou que foi rebaixado de cargo por resistir à pressão política para promover a hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. O medicamento para tratar malária não tem eficácia comprovada contra o coronavírus.

JPS/ots/rtr/afp

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