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EUA retiram Cuba da lista do terrorismo

29 de maio de 2015

Departamento de Estado americano confirma oficialmente a retirada de Cuba da lista de países que financiam o terrorismo, na qual a ilha figurava desde 1982. Medida abre caminho para restabeler relações diplomáticas.

Foto: Joe Raedle/Getty Images

Terminou nesta sexta-feira (29/05) o prazo para o Congresso americano desafiar a decisão do presidente Barack Obama de retirar Cuba da lista dos países que apoiam o terrorismo. Como nenhum parlamentar faz objeção à proposta, ela passa a valer automaticamente, o que abre as portas para o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Além disso, esse passo é fundamental para o fim do embargo comercial e financeiro imposto por Washington à ilha caribenha desde 1962.

De acordo com um comunicado divulgado pelo Departamento de Estado americano, o secretário John Kerry "tomou a decisão final de rescindir a designação de Cuba como Estado patrocinador do terrorismo, medida que entra em vigor hoje, 29 de maio de 2015".

"Ainda que os Estados Unidos tenham preocupações significativas e não concorde com uma série de políticas e ações de Cuba, estas ficam de fora dos critérios relevantes para a rescisão da designação de Estado patrocinador do terrorismo", completou o comunicado.

De acordo com políticos americanos, as relações diplomáticas entre Cuba e os EUA devem ser restabelecidas em pouco tempo. O senador Tom Udall afirmou na quarta-feira que a abertura de uma embaixada americana em Cuba deve ocorrer "em questão de semanas". Autoridades dos dois países disseram estar bem próximas de solucionar os últimos impasses para a reestruturação das missões diplomáticas.

O pedido da retirada de Cuba dessa lista havia sido apresentado pelo presidente Barack Obama em meados de abril. Para ser aprovada, no entanto, a medida precisava ainda ser analisada pelo Congresso e, caso fossem contrários, os parlamentares tinham 45 dias para apresentar um projeto de lei para revogar a decisão do presidente.

Reaproximação

No Panamá, Obama e Castro dão aperto de mão históricoFoto: Reuters

Washington e Havana anunciaram em 17 de dezembro de 2014 um acordo para restabelecer as relações diplomáticas, rompidas desde 1961. Importantes passos para melhorar o clima entre os países foram dados desde então.

O primeiro deles foi a libertação de presos políticos em Cuba e de agentes cubanos detidos nos EUA. Logo em seguida, o governo americano diminuiu as restrições de viagens de seus cidadãos à ilha caribenha e também aumentou o limite de remessas de dinheiros dos imigrantes cubanos ao seu país de origem.

Em janeiro, os dois países deram início à rodada de negociações para estabelecer as bases para a reaproximação diplomática. Em abril, durante 7ª Cúpula das Américas, no Panamá, os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, promoveram um encontro histórico.

Após décadas de hostilidades, foi a primeira vez que um líder dos EUA e um de Cuba se encontraram desde 1956. Ao voltar para os EUA, Obama entrou com o pedido para que Cuba fosse retirada da lista do terrorismo.

Cuba foi incluída na lista de estados financiadores de terrorismo em 1982, por apoiar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Além de Havana, configuram na classificação americana países como Irã, Sudão e Síria.

Para saber mais, veja o especial da DW sobre a reaproximação entre Estados Unidos e Cuba.

CN/ap/dpa/rtr

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