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EUA retiram parte de suas tropas da Líbia

7 de abril de 2019

Comando americano afirmou que tomou decisão após aumento de "distúrbios" no país, que vive cenário caótico com dois diferentes governos disputando o controle do território.

Libyen Militärwagen auf Straße
Na última quinta-feira, o exército leal ao marechal Khalifa Hafter, que controla o leste do país iniciou uma ofensiva para tomar a capital do paísFoto: Reuters TV

Os Estados Unidos decidiram retirar "temporariamente" parte das suas tropas na Líbia devido ao aumento de "distúrbios" no país do norte da África, informou neste domingo (07/04) o comando das Forças Armadas na África (AfriCom).

"Devido ao aumento de distúrbios na Líbia, um contingente de tropas que participam da missão do Africom foi retirado temporariamente do país em resposta às condições de segurança no terreno", anunciou o comando responsável pelas Forças Armadas dos EUA na África em comunicado.

A nota não esclarece o número de soldados retirados nem o seu destino.

O Africom assegurou que "mantém seu compromisso" de conseguir uma Líbia "segura e estável" e destacou que seguirá "realizando um planejamento militar prudente" enquanto avalia a situação.

"A realidade quanto à segurança no terreno na Líbia é cada vez mais complexa e imprevisível. Apesar deste reajuste das nossas tropas, permaneceremos atentos para apoiar a atual estratégia dos EUA", garantiu o general do Corpo de Infantaria da Marinha, Thomas Waldhauser, comandante do Africom, citado na nota.

Desde que em 2011 a comunidade internacional contribuiu para a vitória dos rebeldes sobre o regime de Muammar Kadafi, a Líbia é palco de disputas entre diferentes grupos que tentam conquistar o poder sobre todo o território.

Atualmente há dois governos no país, um apoiado pela ONU, no oeste, e outro tutelado pelo marechal Khalifa Hafter, antigo líder da oposição a Khadafi recrutado pela CIA e que controla o leste do território.

Hafter, um antigo membro da cúpula militar que contribuiu para que Muammar Kadafi chegasse ao poder em 1969, ordenou às suas tropas que iniciassem a conquista de Trípoli na quinta-feira, com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, na capital, em uma clara mensagem à comunidade internacional.

Recrutado pela CIA nos anos 80 e transformado em um dos principais opositores a Kadafi no exílio, o marechal retornou à Líbia em março de 2011, um mês após eclodir a revolução.

No início de maio de 2014, conseguiu ser nomeado chefe do antigo Exército Nacional Líbio (LNA) pelo governo rebelde com sede em Tobruk e meses depois iniciou uma operação bélica para conseguir o controle das cidades de Benghazi e Derna, que durou cerca de quatro anos e causou uma enorme crise humanitária.

Além disso, conquistou os portos de Sidra e Ras Lanufe, coração da indústria petrolífera do país. Neste domingo, as tropas de Hafter afirmaram ter realizado um primeiro ataque aéreo nos arredores de Trípoli. No sábado, as forças leais ao marechal já haviam assumido o controle do aeroporto internacional da capital.

A nova ofensiva levou os ministros de Relações Exteriores de países que compõem o G7 a defender no sábado o apoio aos esforços da ONU a favor de uma Líbia "estável, pacífica, segura, democrática e unida, dotada de instituições estatais nacionais fortes e capazes de garantir segurança aos líbios".

Neste sentido, o Africom expressou seu apoio à ONU e se comprometeu a "continuar fazendo sua parte" para apoiar o governo e o povo líbio.

JPS/efe

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