Governo Trump congela ativos em território americano do ministro venezuelano do Exterior, aumentando pressão sobre regime de Nicolás Maduro.
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O governo dos Estados Unidos impôs nesta sexta-feira (26/04) sanções contra o ministro do Exterior da Venezuela, Jorge Arreaza, e a juíza Carol Padilla, que é acusada de envolvimento na prisão de Roberto Marrero, chefe de gabinete do líder opositor Juan Guaidó, ocorrida em março deste ano.
"Os EUA não se manterão impassíveis enquanto o regime ilegítimo de Nicolás Maduro rouba a riqueza, a humanidade e o direito à democracia do povo venezuelano", declarou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em comunicado.
Como consequência das sanções, ficam congelados os ativos que os dois possuem nos EUA e, além disso, cidadãos e empresas americanas ficarem proibidos de realizar transações financeiras com eles.
Padilla foi acusada pelos EUA de envolvimento na prisão de Marrero durante uma operação policial de busca e apreensão. O governo de Maduro justificou a detenção alegando que o aliado de Guaidó lideraria uma suposta "célula terrorista" que planejava ataques seletivos para criar "caos".
Após o anúncio das sanções, Arreaza, chanceler da Venezuela desde 2017 e genro do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2003), disse que este tipo de atitudes por parte dos EUA lhe dá ainda "mais força".
Washington vem impondo sanções severas contra o regime de Maduro. A pressão americana aumentou após Guaidó se autodeclarar presidente interino da Venezuela em 23 janeiro. Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer o oposicionista. A iniciativa foi seguida por mais de 50 nações.
As restrições americanas já atingiram altos funcionários do governo venezuelano, parentes do presidente e a petrolífera estatal venezuelana.
No poder desde 2013, Maduro foi reeleito em maio passado em votação não reconhecida por boa parte da comunidade internacional e que não contou com a participação da oposição. O regime chavista responsabiliza os Estados Unidos, devido às sanções impostas ao país, pela crise econômica, marcada pela falta de alimentos e medicamentos.
CN/efe/lusa/afp/ap
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A moeda venezuelana não vale praticamente nada. Mudando seu nome para "bolívar soberano" e cortando cinco zeros, o governo Maduro promete melhorar a economia. Mas segundo especialistas a inflação seguirá descontrolada.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
Frango milionário
Quem quer fazer compras na capital venezuelana, Caracas, tem que enfrentar longas filas e, até antes da reforma monetária, trazer montes de dinheiro vivo. Esse frango de pouco mais de dois quilos custava 14,6 milhões de bolívares, o equivalente a dois euros. As fotos desta galeria são de Carlos Garcia Rawlins, da agência Reuters.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
Dinheiro sem valor
Cerca de 5 milhões de bolívares era o que se cobrava por um quilo de tomates. Apenas cerca de 40 centavos de euro, mas para os venezuelanos, muito mais, já que seus salários e economias se desvalorizam a cada dia. Segundo o FMI, em 2018 a inflação no país poderá chegar a 1 milhão por cento.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
Fuga em massa
Quem precisa de papel higiênico, paga 2,6 milhões de bolívares por um rolo – se conseguir achar o artigo, pois é quase impossível obter muitos produtos do dia a dia. Os gargalos de abastecimento já levaram mais de 2 milhões de habitantes a deixar país, segundo dados da ONU.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
Higiene como luxo
Um pacote de absorventes custava 5,5 milhões de bolívares, até que, em 20 de agosto de 2018, o governo socialista de Nicolás Maduro cortou cinco zeros da moeda nacional. Novas cédulas estão sendo impressas.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
O próprio peso em dinheiro
Dois milhões e meio de bolívares pesam mais ou menos um quilo, e com eles se pode comprar, justamente, um quilo de arroz. A nova moeda se chama bolívar soberano. Mas esta não é primeira reforma monetária sob o governo socialista na Venezuela.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
"Forte"... "soberano"...
Um pacote de fraldas passará de 8 milhões de bolívares a 80 bolívares soberanos. Menos de dez anos atrás, o governo venezuelano já substituíra o bolívar pelo bolívar fuerte, cortando três zeros.
Foto: Reuters/C. G. Rawlins
Mudança em vão
Com a nova moeda, este quilo de queijo passará a custar "apenas" 75 bolívares soberanos. No entanto, especialistas partem do princípio que a inflação seguirá galopante, como nos anos anteriores. A reforma monetária provavelmente não trará nenhum benefício à população da Venezuela.