EUA testam com sucesso sistema para interceptar mísseis
31 de maio de 2017
Em meio a crescentes tensões envolvendo testes de mísseis pela Coreia do Norte, Washington simula derrubada de projétil balístico intercontinental. Interceptor lançado na Califórnia destruiu alvo, afirmam militares.
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Os Estados Unidos realizaram nesta terça-feira (30/05) um teste para simular a derrubada de mísseis balísticos de alcance internacional, como aqueles que a Coreia do Norte está desenvolvendo. Segundo a Agência de Defesa de Mísseis americana, a simulação foi bem-sucedida.
O míssil de intercepção foi lançado a partir da base militar de Vandenberg, na Califórnia. O projétil viajou sobre o oceano Pacífico e destruiu um míssil do tipo ICBM (sigla em inglês para míssil balístico intercontinental), disparado pelos militares a partir do atol de Kwajalein, nas Ilhas Marshall.
O míssil "destruiu o alvo em colisão direta" sobre o oceano, informou a agência americana em comunicado. Citado na nota, o diretor do órgão, Jim Syring, classificou a intercepção do míssil "complexo e ameaçador" como "uma conquista incrível e um marco importante para este programa".
"O sistema [testado nesta terça-feira] é muito importante para a defesa do nosso país, e esse teste mostra que temos um artefato preventivo competente e verossímil contra uma ameaça real", acrescentou Syring. A simulação teve custo estimado em 244 milhões de dólares.
Trata-se do nono teste realizado por Pyongyang neste ano e o terceiro em apenas três semanas. De acordo com a agência de notícias estatal KCNA, o lançamento buscava testar uma arma "capaz de realizar ataques de ultraprecisão contra objetos dos inimigos em qualquer área".
Mais cedo nesta terça-feira, o regime de Kim Jong-un elevou o tom contra Washington e Seul, anunciando avanços no desenvolvimento de seu sistema de mísseis. O líder norte-coreano prometeu enviar um "pacote de presente" ainda maior para os EUA em retaliação a provocações militares.
"Sempre que notícias da nossa vitória valiosa forem divulgadas [...], os Yankees ficarão preocupados, e os gângsters do exército de marionetes da Coreia do Sul ficarão mais e mais desanimados", declarou Kim, antes da simulação de intercepção americana ser anunciada, segundo a KCNA.
Durante a cúpula do G7 na Itália encerrada no fim de semana passado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a descrever a Coreia do Norte como um "problema mundial" que será resolvido. "Vocês podem apostar", afirmou o republicano.
EK/ap/afp/efe/rtr/ots
Qual o poder de fogo da Coreia do Norte?
Pyongyang prometeu responder a qualquer provocação militar após EUA sinalizarem disposição de agir contra o regime. Qual a real força desse Exército que desafia potências internacionais?
Foto: Reuters/S. Sagolj
Um dos maiores exércitos do mundo
Com 700 mil homens na ativa e outros 4,5 milhões na reserva, a Corea do Norte pode convocar a qualquer momento um quarto de sua população para a guerra. Todos os homens do país devem passar por algum tipo de treinamento militar e estar sempre disponíveis para pegar em armas. Estima-se que as tropas norte-coreanas tenham superioridade de 2 para 1 em relação à Coreia do Sul.
Foto: Getty Images/AFP/E. Jones
Um arsenal de respeito
Segundo o índice Global Firepower de 2016, o país possui 70 submarinos, 4,2 mil tanques, 458 aviões de combate e 572 aeronaves de outros tipos. Um arsenal bastante considerável. Esta imagem de 2013 mostra o líder Kim Jong-un ordenando que os mísseis do país estivessem prontos para atacar os EUA e a Coreia do Sul a qualquer momento.
Foto: picture-alliance/dpa
Poder balístico
Os mísseis aqui mostrados foram exibidos no desfile do dia 15 de abril de 2017, juntamente a outros que passaram sob o olhar do líder Kim Jong-un. Existe, porém, a suspeita de que muitos eram apenas maquetes para impressionar o mundo. Mesmo assim, a capacidade balística do país asiático não deve ser menosprezada.
Foto: Gettty Images/AFP/E. Jones
Coloridas e maciças demonstrações de força
Todos os anos, milhares de soldados e civis desfilam pelas ruas de Pyongyang em paradas militares. A maior destas, no chamado Dia do Sol, honra a memória de Kim Il-sung, patriarca do clã que governa o país desde sua fundação e avô de Kim Jong-un. Os preparativos para os desfiles espetaculares podem levar vários meses.
Foto: picture-alliance/dpa/KCNA
Testes nucleares
Apesar da pressão internacional, a Coreia do Norte não esconde suas ambições nucleares. Além dos testes com mísseis balísticos, Pyongyang realizou em cinco ocasiões os chamados ensaios nucleares, duas vezes apenas em 2016. O país sustenta que a última ogiva a ser testada pode ser lançada de um foguete, algo que especialistas consideram pouco provável. Ao menos até o momento.
Foto: picture-alliance/dpa/KCNA
Unidades femininas
Do contingente militar norte-coreano, 10% é composto por mulheres. Elas servem em unidades especiais diferenciadas e devem prestar serviços ao exército por até sete anos, segundo uma lei aprovada em 2003. É possível ver algumas delas patrulhando as ruas com sapatos de salto alto.
Foto: picture-alliance/AP Photo/W. Maye-E
Os inimigos de Pyongyang
Além dos EUA, a Coreia do Norte também considera como grandes inimigos a Coreia do Sul e o Japão. Pyongyang vê os exercícios militares americanos na Península da Coreia como uma ameaça à sua população, afirmando se tratar de uma preparação para uma iminente invasão de seu território.
Foto: Reuters/K. Hong-Ji
Preparação permanente
As Forças Armadas norte-coreanas treinam permanentemente em frentes distintas para estar prontas para o combate. O legado da Guerra da Coreia, que dividiu a península em dois países ainda unidos por um passado comum, é sentido até os dias de hoje. Na imagem, desembarque de embarcações anfíbias de unidades navais em local desconhecido na Coreia do Norte.
Foto: Reuters/KCNA
Fim da paciência americana?
Em abril de 2017, os Estados Unidos disseram ter enviado o porta-aviões Carl Vinson (foto) à Península da Coreia, sinalizando possíveis medidas contra Pyongyang. A Coreia do Norte afirmou estar pronta para qualquer tipo de guerra. Fontes de serviços de inteligência afirmam que os norte-coreanos estão a menos de dois anos de conseguir obter poder suficiente para lançar mísseis contra os EUA.