EUA vão deixar de controlar sistema de endereços da internet
19 de agosto de 2016
Tarefa de gerenciar nomes e domínios ficará totalmente nas mãos de uma organização privada a partir de outubro. Poder de supervisão dos Estados Unidos, que criaram a rede de computadores, incomodava outros países.
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O governo dos Estados Unidos vai abrir mão do controle que exerce sobre o sistema de nomes na internet, conhecido como DNS, deixando essa tarefa totalmente nas mãos de uma organização privada, a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann) a partir de 1º de outubro. A decisão foi comunicada pelo Departamento de Comércio dos EUA (DOC) nesta terça-feira (16/08).
A Icann, criada em 1998, já é responsável pela administração do DNS por meio de um contrato com o Departamento de Comércio. Porém, o governo dos EUA – que financiou em grande parte os primórdios da internet, originalmente um projeto militar – manteve seu poder de supervisão.
É tarefa da Icann, por exemplo, a criação dos domínios de topo, como ".com" e ".org", e a operação dos chamados servidores-raiz, que ajudam os navegadores a traduzir nomes de domínio, como dw.com/brasil, em um endereço IP, o número que identifica de forma exclusiva cada computador da rede. Com seu poder de supervisão, ao menos teoricamente os EUA poderiam bloquear o acesso a domínios de topo, como ".cn" para a China ou ".ru" para a Rússia.
Apesar de, na prática, o papel desempenhado pelos EUA ter sido mínimo, muitos governos estrangeiros alegavam que a rede mundial de computadores nunca seria realmente internacional se o poder de supervisão dos EUA fosse mantido.
Houve uma tentativa de transferir a responsabilidade da Icann para um órgão intergovernamental, como a União Internacional de Telecomunicações, da ONU. Mas empresas e as sociedades civil e acadêmica foram contra, temendo que o envolvimento da ONU pudesse ameaçar a liberdade que caracteriza a internet.
A intenção do governo dos EUA é que o gerenciamento do DNS se dê dentro de um modelo multissetorial, o que evita que um órgão governamental exerça sozinho o controle sobre a rede mundial.
Apesar de empresas como Facebook, Google e Microsoft apoiarem a decisão do governo americano, alguns políticos do Partido Republicano se opõem ao fim da supervisão dos EUA. O senador Ted Cruz, por exemplo, afirma que o poder de outros governos vai aumentar significativamente e que, sem a última palavra dos Estados Unidos, a internet ficará menos livre.
LPF/ap/afp/ots
A rápida ascensão dos smartphones
Bilhões de pessoas em todo o mundo não conseguem imaginar a vida sem um smartphone. Há 20 anos o primeiro deles chegou ao mercado.
Assim era o primeiro smartphone do mundo com acesso à internet. O Nokia 9000 Communicator tinha as características de um computador, incluindo software para escritório, navegador para a internet e função de fax. As vendas começaram em 15 de agosto de 1996, e o aparelho custava cerca de 1.400 euros – ou aproximadamente a metade caso o usuário fechasse um contrato com a operadora.
Foto: dpa/Nokia
Leve, mas poderoso
Os smartphones evoluíram muito desde então. Mas o fato de os atuais pesarem muito menos que modelos anteriores não significa que fazem menos. Na verdade, os aparelhos de hoje têm milhões de vezes a capacidade de processamento de computadores usados pela Apollo 11 para pousar na Lua.
Foto: Getty Images
Usos variados
Milhares de apps tentam garantir que os usuários de smartphones nunca sofram com o tédio, mas há também aplicativos extremamente úteis para as autoridades. Indonésios usam smartphones para detectar exploração ilegal de madeira por meio de um software que "ouve" o som de motosserras e, em seguida, dispara um alerta.
Foto: Getty Images
Bom meteorologista
Pesquisadores da empresa OpenSignal descobriram que os sensores de smartphones com o sistema operacional Android, originalmente projetados para medir a temperatura da bateria, intensidade luminosa e pressão também podem ser usados para apresentar boletins meteorológicos bem precisos.
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Energia a partir de xixi
Cientistas de Bristol, na Inglaterra, desenvolveram uma célula de combustível que pode gerar energia para smartphones "a partir de uma visita ao banheiro". Com o uso de bactérias que transformam o líquido em eletricidade, é possível ter três horas de ligações com 600ml de urina. Uma notícia aparentemente relacionada informa que só os britânicos deixam cair 100 mil smartphones em privadas por ano.
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Conta salgada
Há alguns anos, a americana Celine Aarons, da Flórida, virou manchete no mundo inteiro depois de receber a conta de celular mais cara da história. Ela teve que pagar 201 mil dólares por causa de mensagens de texto enviadas durante suas férias no Canadá. Uma maneira nafda agradável de ser apresentada às taxas de roaming.
Foto: Imago
História de sucesso irreversível
Há cerca de 1,9 bilhão de usuários de smartphones em todo o mundo, e esse número continua aumentando. Globalmente, 349 milhões de aparelhos foram vendidos no primeiro trimestre deste ano – um aumento de 3,9% sobre 2015. O telefone mais vendido é o Samsung Galaxy S7, acompanhado de perto pelo iPhone 6s e 6s Plus, da Apple.