EUA vão limitar "green cards" para imigrantes pobres
12 de agosto de 2019
De acordo com novo regulamento, imigrantes legais que dependem de ajuda estatal para alimentação e moradia terão mais dificuldade para obter residência permanente ou cidadania americana.
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O governo do presidente Donald Trump vai dificultar a concessão de residência permanente ou temporária e da cidadania americana para imigrantes legais de baixa renda.
De acordo com o texto de um novo regulamento apresentado nesta segunda-feira (12/08) e que deve entrar em vigor em outubro, o governo vai passar a considerar como "fator negativo" para a obtenção de residência ou cidadania a participação em programas sociais em um determinado período.
Com a mudança, os imigrantes deverão provar que são autossuficientes quando pedirem um novo status no país.
Na prática, imigrantes com visto temporário que dependem de auxílio estatal para alimentação (chamados de cupons de comida), moradia e saúde (Medicaid) poderão perder o direito de pedir um "green card" (autorização permanente para residência) ou requerer cidadania americana.
"Uma vez que esta norma seja implementada e seja efetiva a partir de 15 de outubro, os funcionários migratórios vão considerar que, se um estrangeiro recebeu ou recebe algumas das ajudas apontadas, isso será um fator negativo ao examinar seu caso", disse o diretor interino do Escritório de Serviços de Cidadania e Imigração, Ken Cuccinelli, em entrevista coletiva na Casa Branca.
"Esta ação ajudará a garantir que se um estrangeiro entrar ou permanecer nos Estados Unidos ele deve se sustentar e não depender da assistência social", completou Cuccinelli.
A mudança marca a mais drástica de todas as políticas anti-imigração da gestão Trump, apontaram especialistas.
Pelas novas regras, mais da metade de todos os solicitantes a visto de residência com familiares nos EUA seriam rejeitados, segundo o Instituto de Políticas de Migração, uma organização de pesquisa. Cerca de 800 mil vistos de moradia foram concedidos em 2016.
A nova regra é derivada da Lei de Imigração de 1882, que permite que o governo dos EUA negue um visto para qualquer um que possa se tornar um "fardo público".
Por outro lado, o governo Trump informou que o novo regulamento não se aplica a pessoas que já têm green card, refugiados e requerentes de asilo, ou a mulheres grávidas e crianças.
Mas grupos defensores dos imigrantes argumentam que a regra discrimina migrantes dos países mais pobres, vai manter as famílias separadas e incentiva os residentes legais a desistirem da ajuda do governo, que provavelmente necessitariam para subsistir.
Imigrantes idosos que muitas vezes obtêm remédios a baixo custo através de programas subsidiados também podem ser obrigados a abdicar dessas ajudas, caso não queiram ser considerados um "fardo público".
O governo do presidente Donald Trump já havia proposto em setembro do ano passado uma regulamentação para que os imigrantes que recebem legalmente benefícios públicos, como assistência alimentar e ajuda para habitação, possam perder a residência permanente.
A expectativa é que a regra anunciada nesta segunda-feira enfrente resistência jurídica nos próximos dias.
Cerca de 68 milhões de pessoas se encontram atualmente em fuga: pelo mar, pelas montanhas, pelas estradas. A migração afeta todos os continentes. As rotas de fuga são as mais diversas. E todas são desoladoras.
Foto: Imago/ZUMA Press/G. So
Fuga por caminhão
O mais recente movimento migratório tem origem na América Central. Violência e fome levam milhares de pessoas a fugir de Honduras, Nicarágua, El Salvador e Guatemala. O destino: os Estados Unidos da América. Mas lá, o presidente Trump se mobiliza contra os imigrantes indesejados. A maioria dos refugiados permanece na fronteira mexicano-americana.
Foto: Reuters/C. Garcia Rawlins
Refugiados terceirizados
O governo conservador em Camberra não quer ter refugiados no país. Aqueles que conseguem chegar ao quinto continente são rigorosamente deportados. A Austrália assinou acordos com vários países do Pacífico, incluindo Papua Nova Guiné e Nauru, para alocar ali os refugiados em campos, cujas condições são descritas por observadores como catastróficas.
Foto: picture alliance/AP Photo/Hass Hassaballa
Os refugiados esquecidos
Hussein Abo Shanan tem 80 anos. Ele vive há décadas como refugiado palestino na Jordânia. O reino tem apenas dez milhões de habitantes. Entre eles, estão 2,3 milhões de refugiados palestinos registrados. Eles vivem, em parte, desde 1948 no país – após o fim da guerra árabe-israelense. Além disso, existem atualmente cerca de 500 mil imigrantes sírios.
Foto: Getty Images/AFP/A. Abdo
Tolerado pelo vizinho
A Colômbia é a última chance para muitos venezuelanos. Ali, eles vivem em acampamentos como El Camino, nos arredores da capital, Bogotá. As políticas do presidente Nicolás Maduro levaram a Venezuela a não conseguir mais suprir seus cidadãos, por exemplo, com alimentos e medicamentos. As perspectivas de volta a seu país de origem são ruins.
Foto: DW/F. Abondano
Fuga no frio
Pessoas em fuga, como estes homens na foto, tentam repetidamente atravessar a fronteira da Bósnia-Herzegovina para a Croácia. Como membro da União Europeia, a Croácia é o destino dos migrantes. Especialmente no inverno, essa rota nos Bálcãs é perigosa. Neve, gelo e tempestades dificultam a caminhada.
Foto: picture-alliance/A. Emric
Última parada Bangladesh?
Tempo de chuva no campo de refugiados de Kutupalong em Bangladesh. Mulheres da etnia rohingya, que fugiram de Myanmar, protegem-se com seus guarda-chuvas. Mais de um milhão de muçulmanos rohingya fugiram da violência das tropas de Myanmar para o vizinho Bangladesh, um dos países mais pobres do mundo e que está sobrecarregado com a situação. Este é atualmente o maior campo de refugiados do planeta.
Foto: Jibon Ahmed
Vida sem perspectiva
Muitos recursos minerais, solos férteis: a República Centro-Africana tem tudo para estabelecer uma sociedade estável. Mas a guerra no próprio país, os conflitos nos países vizinhos e governos corruptos alimentam a violência na região. Isso faz com que muitas pessoas, como aqui na capital, Bangui, tenham que viver em abrigos.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Blackwell
Chegada à Espanha
Refugiados envoltos em cobertores vermelhos são atendidos pela Cruz Vermelha após sua chegada ao porto de Málaga. 246 imigrantes foram retirados do mar pelo navio de resgate Guadamar Polimnia. Cada vez mais africanos evitam agora a Líbia. Em vez disso, eles tomam a rota do Mediterrâneo Ocidental, a partir da Argélia ou Marrocos.
Foto: picture-alliance/ZUMA Wire/J. Merida
Refugiados sudaneses no Uganda
Por muito tempo, Uganda foi um país dilacerado pela guerra civil. Atualmente, a situação se estabilizou em comparação com outros países africanos. Para esses refugiados do Sudão do Sul, a chegada a Kuluba significa, sobretudo, segurança. Centenas de milhares de sul-sudaneses encontraram refúgio no Uganda.