Sem surpresas, favorito assume cargo que era de Renan Calheiros. Indicado do PMBD ficará dois anos no comando da Casa. Vice-presidência fica com Cássio Cunha Lima do PSDB.
Anúncio
Por 61 votos a favor, dez contra e dez abstenções, o senador Eunício Oliveira (PMDB) foi eleito nesta quarta-feira (01/02) para o cargo de presidente do Senado. A vice-presidência ficou com Cássio Cunha Lima (PSDB) e a primeira-secretária com José Pimentel (PT).
Oliveira disputou o cargo com o senador José Medeiros (PSD), que recebeu dez votos. A vitória do parlamentar já era esperada. O senador, que cumpre o primeiro mandato, foi indicado pelo PMDB, após uma reunião de senadores do partido. O PMDB possui a maior bancada da Casa, seguido pelo PSBD e, posteriormente PT.
"Peço honra de ser merecedor da confiança de cada um de vocês para capitanear essa travessia. Não colocarei a nau do Senado contra as correntes, os ventos ou as marés tempestuosas. Sei que não navegarei sozinho e não deixarei que nosso barco fique à deriva", disse Oliveira, durante o pronunciamento que antecedeu a votação.
Oliveira assumirá o cargo por dois anos e substituirá Renan Calheiros (PMBD). O parlamentar foi deputado federal de 1998 a 2010 e, entre 2004 e 2005, no governo Lula, foi ministro das Comunicações.
Após o anúncio do resultado, Oliveira agradeceu aos senadores que votaram nele e disse que também será o presidente dos que não o elegeram. "Essa missão que assumo hoje quero dividir com todos os senadores que compõem essa Casa", acrescentou.
Além de comandar as sessões da Casa e decidir a ordem de votações, o presidente do Senado é atualmente a segunda pessoa na linha sucessória do governo, atrás apenas do presidente da Câmara dos Deputados.
CN/abr/ots
Eleições polêmicas no Congresso Nacional
Disputas acirradas para definir comandos do Senado e da Câmara sempre trouxeram problemas à presidência da República e tiveram consequências políticas importantes na governabilidade e na pauta de votações.
Foto: Walda Marques
Cunha, o inferno de Dilma Rousseff
Janeiro de 2015: Deputados elegem Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por 267 votos, para presidir a Câmara. A vitória de Cunha o coloca em rota de colisão com a presidente Dilma Rousseff e o PT, que lançou Arlindo Chinaglia candidato. Dilma nunca apoiou a eleição de Cunha e foi hostilizada por ele. O peemedebista foi ator central para permitir a tramitação do impeachment de Dilma Rousseff no Congresso.
Foto: Agência Brasil/F. Rodrigues Pozzebom
Severino, a ascensão do "baixo clero"
Fevereiro de 2005: Sem expressão política, Severino Cavalcanti (PP-PE) foi eleito presidente da Câmara com 300 votos, numa rebelião do baixo clero, parlamentares sem força política, contra o governo Lula e o PT, que tinham como candidato o petista Luiz Eduardo Greenhalg. Ele renunciou em setembro do mesmo ano ao mandato, acusado de cobrar propina para prorrogar contrato do restaurante da Casa.
Foto: picture-alliance/dpa/F.Bizerra
Aécio e as turbulências na coalizão de FHC
Fevereiro de 2001: Aécio Neves, do PSDB, consegue articular sua candidatura à presidência da Câmara e cria embaraços ao governo de Fernando Henrique Cardoso, já que o PFL, hoje DEM, reivindicava a vaga. Aécio só conseguiu se eleger com a ajuda do PMDB. Ele venceu Inocêncio Oliveira (PFL) por 283 votos a 117. O episódio contribuiu para que o PFL, um pouco mais adiante, deixasse o governo FHC.
Foto: Reuters
Jader e a derrota histórica da "Era ACM"
Fevereiro de 2001: Num duelo de titãs, o senador Jader Barbalho, que presidia o PMDB, derrota o mais poderoso político brasileiro, Antonio Carlos Magalhães, do PFL. O placar foi apertadíssimo e ele se elegeu com 41 votos dos 81 senadores. A briga entre Jader e ACM foi um dos mais tensos capítulos da história do Congresso, com pesadas trocas de acusação de corrupção e enriquecimento ilícito.