Albânia, Islândia, Irlanda do Norte, País de Gales e Eslováquia vão participar pela primeira vez do torneio, que terá 24 em vez de 16 seleções. Holanda fica de fora.
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A Eurocopa de 2016 terá um recorde de seleções novatas. Cinco países sem muita tradição no futebol festejaram a classificação para o torneio na França. Uma delas é a Eslováquia, que, após cinco tentativas frustradas, finalmente conseguiu uma vaga.
Outra surpresa foi a classificação do País de Gales. O feito da equipe em torno do astro Gareth Bale tirou até o mundial de rugby das manchetes dos jornais do país.
Na Albânia, a classificação para a copa das nações europeias rendeu a máxima ordem nacional aos jogadores da seleção, entregue pelo próprio presidente do país.
O azarão Irlanda do Norte também conseguiu se classificar para sua primeira Euro. O maior milagre, porém, foi alcançado pela Islândia, na sua 24ª tentativa de participar do torneio, com direito a vitória sobre a Holanda, que ficou de fora.
Pela primeira vez em 30 anos, a Laranja Mecânica não participará da Eurocopa. E a eliminação foi merecida, pois quem não consegue ganhar das três principais equipes do grupo não deve se admirar de um fracasso.
"Torneio diluído"
O diretor esportivo da seleção alemã, Oliver Bierhoff, lamenta a participação de tantas equipes estreantes na Eurocopa de 2016. "O torneio fica um pouco diluído", avalia.
Bierhoff compara o aumento no número de seleções – de 16 para 24 – com a fase de grupos da Liga dos Campeões, que ele disse não considerar muito interessante, alegando que o campeonato só fica emocionante mesmo no mata-mata. "Com a Eurocopa será a mesma coisa", prevê Bierhoff.
Para a Uefa, o que interessa é o faturamento, já que uma Euro com 24 seleções gera mais receita por haver torcedores de mais seleções interessados nos jogos. Além disso, as recém-criadas oitavas de final garantem oito jogos adicionais de nervos à flor da pele. Diante disso, tanto faz se uma ou outra partida da fase inicial não for lá tão emocionante.
Outra mudança é que o anfitrião pode escolher mais cidades para sediar os jogos do torneio. Na França serão dez, o que só havia ocorrido em 2004, na edição de Portugal.
Para as grandes seleções, como Alemanha, Itália, Inglaterra e França, há um risco adicional com a presença de tantos "anões": o dos vexames. Basta lembrar a recente derrota da equipe alemã para a Irlanda, por 1 a 0.
Mas, ao menos em tese, o caminho até as quartas de final fica mais fácil. A não ser que a Uefa resolva levar adiante outra ideia que circula dentro da federação: convidar Brasil e Argentina para participar da Eurocopa.
Os 70 anos de Beckenbauer
O Kaiser (imperador) é um dos raros casos de sucesso no futebol como jogador, treinador e cartola. Sua inteligência e elegância, dentro e fora dos campos, fizeram dele uma lenda do esporte alemão.
Foto: Getty Images/Bongarts/A. Hassenstein
Conquistando o mundo da bola
Beckenbauer já passou pelas mais variadas posições ligadas ao futebol. São mais de 50 anos de carreira, de jogador a técnico, passando por comentarista e cartola. Por onde passa, ele coleciona títulos e experiências marcantes. Beckenbauer é uma referência para o futebol alemão até hoje. Nesta foto, ele apresenta a bola dourada da final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/Peer Grimm
Os títulos como jogador
Franz Beckenbauer nasceu no dia 11 de setembro de 1945, em Munique. Ele jogou de 1965 a 1983 e ganhou inúmeros títulos. Pelo Bayern de Munique, foi quatro vezes campeão da Copa da Alemanha. Além disso, ganhou cinco vezes a Bundesliga (quatro pelo Bayern e uma pelo Hamburgo). Entre os títulos mais importantes estão quatro Liga dos Campeões e a Copa do Mundo de 1974.
Foto: imago/WEREK
A marca Beckenbauer
Logo cedo, empresários descobriram o potencial do Kaiser como garoto-propaganda. Com o sucesso esportivo, o nome Beckenbauer se transformou em uma valiosa marca. Ele já apareceu vendendo desde sopas prontas, discos de vinil até aparelhos de telefone. O sotaque bávaro dele passou até a ser imitado.
O topo do mundo
Com um estilo elegante e uma liderança nata dentro dos campos, ele se tornou mundialmente famoso pelos seus passes precisos e uma forma altiva de jogar. O grande sucesso da carreira foi em 1974, quando ele, como capitão, ajudou a seleção da então Alemanha Ocidental a vencer a favorita Holanda e levantar a Copa do Mundo.
Foto: AP
A coroação do Kaiser
Em 1977, a primeira versão do "Kaiser" em brinquedo foi lançada. Mas o apelido já surgira bem antes, em 1968. Após um amistoso do Bayern em Viena, Beckenbauer pousou ao lado de um busto do antigo imperador Francisco 2º da Áustria. Os repórteres o designaram "Fussball-Kaiser" (imperador do futebol), título que pegou imediatamente.
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb/Werek
Campeão como técnico
Em 1990, ele se sagrou novamente campeão do mundo, desta vez como treinador. A vitória na final contra a Argentina por 1 a 0 marcou o tricampeonato alemão. Com o título, Beckenbauer se tornou o segundo desportista a conseguir uma Copa do Mundo como jogador (1974) e depois como treinador (1990). O primeiro havia sido Mário Jorge Lobo Zagallo.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Hellmann
De treinador a cartola
Depois do sucesso na seleção alemã, Beckenbauer aceitou a oferta de treinar o Olympique de Marseille, mas não ficou muito tempo no cargo. Já em 1991 ele se tornou dirigente no Bayern de Munique. Por duas vezes, voltou a ser técnico interino do time bávaro e ganhou assim um Campeonato Alemão e uma Copa da Uefa. De 1994 a 2009, ele foi o presidente do Bayern de Munique.
Foto: Paul Mazurek/Getty Images
O Kaiser da Copa de 2006
Após ganhar Copas do Mundo, o Kaiser organizou uma. Beckenbauer foi, de 1998 a 2010, um dos vice-presidentes da federação alemã de futebol (DFB) e foi o chefe da candidatura bem-sucedida da Alemanha para a Copa de 2006. A foto é um modelo de um carro alegórico do carnaval de Colônia que homenageou o Kaiser.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg
O conquistador
O Kaiser também tinha um charme especial com as mulheres. Ele teve cinco filhos com quatro mulheres diferentes. E, no meio da correria da Copa do Mundo de 2006, ele arranjou tempo para se casar pela terceira vez, com Heidi. Em agosto deste ano, ele perdeu um dos filhos do seu primeiro casamento, Stephan, que morreu aos 46 anos vítima de um tumor no cérebro.
Foto: picture-alliance/dpa/Wolfgang Kumm
Prêmios e homenagens
No decorrer de sua carreira, Beckenbauer recebeu cerca de 50 prêmios, títulos e honrarias. Em 2006, os correios da Áustria, onde ele mora, homenagearam o Kaiser com um selo comemorativo. A imagem para ilustrar o selo é este retrato pintado por Andy Warhol em 1977, quando o Kaiser jogou no Cosmos de Nova York.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Settnik
Os gols-contra
Beckenbauer já recebeu várias críticas por morar na Áustria, para supostamente pagar menos imposto de renda. Não ajuda em sua reputação também o fato de ele ter se tornado “embaixador global” da federação russa de produtores de gás. Recentemente, ele foi punido pela Fifa por negar depoimento à investigação sobre a eleição do Catar para sede da Copa de 2022.