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Europa ajuda vítimas de terremoto no sul da Ásia

(gh)9 de outubro de 2005

Catástrofe pode ter causado a morte de dezenas de milhares de pessoas na Índia, no Afeganistão e Paquistão. Organizações internacionais prestam ajuda a 2,5 milhões de necessitados nas regiões atingidas.

Dimensões da tragédia são cada vez mais assustadorasFoto: AP

A União Européia, Turquia e Índia, bem como várias organizações de ajuda internacional, iniciaram uma operação de ajuda humanitária para as vítimas do violento terremoto de 7,6 graus na escala Richter, ocorrido neste sábado (08/10) no sul da Ásia.

Embora ainda não haja um balanço final da tragédia, suas dimensões parecem cada vez mais assustadoras. Autoridades paquistanesas já confirmaram a morte de mais de 19 mil pessoas, mas temem que esse número possa ultrapassar os 40 mil. Outras 41 mil pessoas teriam ficado feridas, informou o porta-voz do Exército daquele país, o general Shaukat Sultan, neste domingo.

Islamabad, a cidade paquistanesa mais destruída pelo tremorFoto: AP

Os dados divulgados por Sultan referem-se apenas às vítimas no Paquistão, sem incluir os mortos e feridos na Índia e no Afeganistão. A maioria das mortes ocorreu na região de Caxemira (na fronteira indo-paquistanesa). As regiões do Himalaia e Hindukush, no norte do país, também sofreram fortes destruições. Os tremores foram sentidos até em Nova Dehli (capital da Índia) e Bangladesh.

O primeiro tremor, com o epicentro a uma centena de quilômetros ao noroeste de Islamabad, sacudiu todo o Paquistão e, nas primeiras 24 horas, foi seguido por pelo menos 20 tremores, com uma magnitude entre 5 e 6 graus na escala Richter.

Maior catástrofe da história

"Trata-se de uma catástrofe nunca vista na história do país [fundado em 1947]. O número final de vítimas ainda não é previsível. Os danos são colossais", afirmou Sultan. "Estamos sendo submetidos a uma dura prova", disse o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf.

Um terremoto de dimensões semelhantes – 7,5 graus na escala Richter – ocorreu na região em 31 de maio de 1935, destruindo a cidade de Quetta (oeste do Paquistão) e causando a morte de 60 mil pessoas. Um meteorologista paquistanês disse que o tremor de sábado foi o mais violento dos últimos 100 anos no país.

Ajuda européia e alemã

Vítimas do terremoto, presas sob escombros: resgate continuaFoto: ap

Vários países já estão enviando ajuda humanitária às vítimas. A União Européia ofereceu um auxílio de emergência de 3,6 milhões de euros. O comissário de Ajuda ao Desenvolvimento, Louis Michel, prevê que será necessária uma grande campanha de ajuda internacional.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, prometeu ajuda humanitária no valor de um milhão de euros. Se necessários, serão liberados mais recursos, anunciou. A Cruz Vermelha alemã participa junto com a Meia Lua paquistanesa do resgate e auxílio coordenado por uma equipe de emergência das Nações Unidas, enviada de Genebra para o Paquistão.

A França pretende enviar equipes de busca e mantimentos. Uma unidade especial da defesa civil britânica chegou à capital paquistanesa Islamabad, neste domingo, para ajudar no resgate, que é uma corrida contra o tempo. A organização turca Meia Lua Vermelha mandou aviões militares com mantimentos à região.

A Austrália enviou 300 mil dólares para medicamentos e medidas de auxílio. A Rússia levou pessoal e equipamento de resgate a Islamabad. Os EUA prometeram mandar mais de 50 milhões de dólares e oito helicópteros ao Paquistão, importante aliado na luta contra o terrorismo. O governo norte-americano, porém, não planeja usar no resgate as tropas internacionais que comanda no Afeganistão. O Japão também prometeu ajudar.

Até mesmo a Índia, durante muitos anos arquiinimiga do Paquistão, ofereceu apoio ao país. "Vamos fornecer a ajuda que o Paquistão considerar mais adequada", escreveu o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, em mensagem enviada a Musharraf.

Dificuldade para obter informações

Feridos do povoado de Jabala, na ÍndiaFoto: AP

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) informou que está levando provisões ao Paquistão, Afeganistão e à Índia, incluindo alimentos, roupas, tendas de campanha, equipamentos médicos e purificadores de água. "As crianças das zonas afetadas estão vulneráveis à fome, ao frio, enfermidades e traumas. Levar à região alívio imediato para salvar vidas será a nossa prioridade nas próximas horas e dias", afirmou a diretora-executiva da Unicef, Ann Veneman.

"Muitos povoados e até pequenas cidades sumiram completamente do mapa ou estão inacessíveis", disse um militar paquistanês. Em Muzafarabad (região de Caxemira), próxima ao epicentro do tremor, 500 crianças morreram soterradas sob o telhado de uma escola.

O Afeganistão, onde estão estacionados soldados alemães, também foi atingido, mas as autoridades locais ainda não divulgaram números sobre vítimas e danos materiais.

Não só o número de vítimas fatais do terremoto nos três países atingidos ainda é incerto. Algumas agências de auxílio humanitário, como os Médicos Sem Fronteiras, informaram que é difícil conseguir informações sobre a área, o que complica as atividades de ajuda emergencial. "Sabemos que, num terremoto dessa magnitude, cada hora é importante", disse o coordenador da assistência de emergência da ONU, Jan Egeland.

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