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Europa aliviada com fim do impasse político na Alemanha

(fs)10 de outubro de 2005

Conclusão da novela eleitoral alemã deixa animados representantes da União Européia e parceiros políticos da Alemanha. Mercado financeiro reage positivamente à confirmação da grande coalizão.

Apoio duradouro?Foto: AP

Após o anúncio do acordo entre CDU/CSU e SPD, que elevará Angela Merkel à condição de chanceler federal da Alemanha, a Bolsa de Valores de Frankfurt reagiu positivamente, subindo 0,74% até o meio-dia desta segunda-feira (10/10). Apesar de a coalizão não ser o cenário ideal para o mercado financeiro, conforme analistas destacaram nas últimas semanas, Merkel tem a simpatia dos operadores em bolsa de valores, pois é a favor de políticas neoliberais.

Estadistas, membros de partidos políticos e de organizações internacionais parabenizaram a futura chanceler alemã. Ironicamente, entre os menos animados com a conclusão da grande coalizão estava a própria Angela Merkel. Na primeira entrevista que concedeu após o fim das negociações entre CDU/CSU e SPD, ela disse que que "se sente bem" e que "seria chanceler federal", mas não demonstrou especial alegria com a indicação.

Leia as principais reações à notícia:

Barroso: 'boa notícia'Foto: AP

José Manuel Barroso, presidente da Comissão Européia: "A indicação para a chancelaria deferal alemã é uma boa notícia", disse ele, por meio de uma porta-voz. Barroso afirmou ainda que está ansioso para trabalhar em parceria com Merkel e que está satisfeito com o fim do "período de espera" da Alemanha.

Jaap De Hoop Scheffer, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan): "Eu conheço Merkel há muito tempo. É importante que ela se torne chanceler, a primeira mulher da história da Alemanha (a chegar ao cargo)", disse, evitando fazer previsões sobre o tipo de política a ser praticada pelo novo governo alemão.

Reações internacionais

Tom Casey, porta-voz da Secretaria de Estado dos EUA: "Estamos contentes em prosseguir nossas relações com o novo governo". As relações entre os Estados Unidos e a Alemanha haviam sofrido um duro golpe com a rejeição alemã à invasão do Iraque pelos norte-americanos em março de 2003. Desde lá, elas vêm melhorando aos poucos.

Philippe Douste-Blazy, ministro francês das Relações Exteriores: "Estamos felizes porque a Alemanha saiu do período de incerteza", comentou. Blazy lembrou que a França e a Alemanha são os parceiros mais próximos dentro da União Européia. Ele disse também que a relação entre os países não deve ser afetada pela saída de Gerhard Schröder – que tem o mesmo perfil ideológico do presidente francês Jacques Chirac – e a entrada de Merkel, mais alinhada com o primeiro-ministro britânico Tony Blair.

Tony Blair, premiê britânico: "O primeiro-ministro felicita Angela Merkel por sua ascensão (à Chancelaria), e espera falar com ela esta tarde", afirmou o porta-voz oficial do primeiro-ministro.

Vaira Vike-Freiberga, presidente da Letônia: "A Alemanha vive um período de desafios. Eu desejo sucesso e força a Angela Merkel", disse ela, em uma carta enviada à premiê alemã designada. Atualmente, a União Européia tem três chefes de governo do sexo feminino: além de Vike-Freiberga, Irlanda e Finlândia também são lideradas por mulheres.

Turquia: Um membro do governo turco, que preferiu não se identificar, disse à agência de notícias AFP que a indicação de Merkel não vai alterar os planos do país, que iniciou oficialmente negociações para entrar na União Européia em 4 de outubro, com o apoio de Gerhard Schröder. "Para nós, tudo bem. Eu não penso que as relações (bilaterais) vão esfriar. Merkel disse muitas vezes que ela não vai fazer nada para mudar decisões tomadas no passado. Além do mais, ela não pode decidir sozinha. O SPD vai ter um papel apaziguador."

Partidos e entidades de classe

Johannes Kahrs, representante da "ala de direita" do SPD: "A CDU com a (pasta da) Economia e nós (SDP) com o Trabalho vai representar um bloqueio político", disse ele ao site da revista Der Spiegel. Segundo ele, Merkel não era a melhor opção para governar o país. Entre os membros mais conservadores da facção social-democrata dominam, segundo Kahrs, as expressões de espanto em relação ao acordo costurado nos últimos dias entre CDU/CSU e SPD.

Bisky: mudança de penteadoFoto: AP

Partido de Esquerda: O presidente da bancada, Lothar Bisky, acha que Angela Merkel não trará qualquer modificação à política praticada na Alemanha, a não ser o fato de ela ser mulher. "A mudança histórica virá com a redução das diferenças sociais entre o Leste e o oeste (da Alemanha). Do contrário, será apenas uma mudança de penteado."

Hanns-Eberhard Schleyer: "Edmund Stoiber demostrou na Baviera que está em posição de levar a economia para o caminho do crescimento", disse Schleyer, que preside a associação alemã que reúne prestadores de 94 ofícios manuais (marcenaria, metalurgia, construção civil etc.), demonstrando mais entusiasmo em relação à nomeação do governador bávaro para a pasta da Economia do que à indicação de Merkel como chanceler.

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