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Europa diverge na política externa

(sm)12 de julho de 2004

Os casos do Iraque e do Sudão mostram divergências na política externa dos EUA e da Europa, mas também dentro da própria UE.

Joschka Fischer, ao lado do ministro Nagieb Al-Khier: ameaça de sançõesFoto: AP

Duas semanas após a entrega do poder ao governo interino no Iraque, Bagdá pediu ajuda à União Européia para a reconstrução do país. O ministro iraquiano do Exterior, Hoshyar Zebari, declarou aos seus colegas de pasta europeus reunidos nesta segunda-feira (12) em Bruxelas: "Precisamos seriamente do apoio dos Estados europeus, da comunidade e dos países isolados. Esperamos que a União Européia esteja do nosso lado na fase de reconstrução e nos apóie no processo político e eleitoral dos próximos tempos."

Ministro do Exterior do Iraque, Hoshyar ZebariFoto: AP

O fato de um ministro iraquiano, em sua primeira viagem diplomática ao exterior, viajar primeiro para Bruxelas do que para Washington, é interpretado dentro da União Européia como um gesto de independência por parte do governo interino e um sinal evidente da intenção de Bagdá se aproximar da Europa.

Meios de "natureza diplomática"

A divergência da maioria dos países europeus em relação à política intervencionista de Washington e a opção da União Européia pela paz no caso do Iraque representam decisões marcantes da política externa européia. "Nossos meios de pressão são de natureza diplomática", declarou o ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, antes de sua visita ao Sudão. No encontro com o governo em Cartum, nesta segunda-feira, Fischer ameaçou o país com sanções, caso não se detenha a violência que já provocou a fuga de cerca de 200 mil pessoas da região de Darfur desde fevereiro do ano passado.

O Conselho de Segurança da ONU, do qual a Alemanha participa no momento como membro provisório, está preparando uma resolução sobre o Sudão. A Alemanha é um dos poucos países europeus a favorecer represálias contra o governo em Cartum. Neste caso, a França e a Inglaterra - apoiadas pela China e pela Rússia - rejeitam sanções contra o Sudão, por encararem os conflitos em Darfur como questão política interna.

Colin Powell no Sudão, 29/06/2004Foto: AP

Berlim, por sua vez, volta a convergir com Washington. Após sua visita ao Sudão, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, declarou que, se o governo sudanês não reagir nas próximas semanas, vai aumentar a pressão para que a União Européia tome alguma iniciativa.

"Não temos medo de sanções"

Num primeiro momento, a visita de Fischer ao Sudão parece não ter impressionado o governo em Cartum. "Não temos medo de sanções", declarou o presidente Mustafa Osman Ismail, acrescentando que o governo estaria fazendo o possível e que muita pressão internacional seria prejudicial.

Fugitivos sudaneses em ChadFoto: AP

Berlim também condena a lentidão da União Européia no Sudão. Até agora, o papel da UE se restringe à ajuda humanitária. Na reunião desta segunda-feira em Bruxelas, os ministros do Exterior europeus liberaram 18 milhões de euros para a população de Darfur e para os sudaneses refugiados em Chad, o pais fronteiriço. No mais, a UE só pretende advertir o governo em Cartum a permitir o livre acesso de organizações humanitárias à região.

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