Sentinel-3A integra programa de observação que visa coletar dados sobre a Terra. Informações recolhidas por satélite auxiliarão na previsão de fenômenos como El Niño e no acompanhamento do avanço do aquecimento global.
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A Agência Espacial Europeia (ESA) lançou nesta terça-feira (16/02) o satélite Sentinel-3A, que irá auxiliar na previsão de fenômenos climáticos como o El Niño e acompanhar o avanço do aquecimento global. Esse é o terceiro satélite enviado pelo programa de observação da Terra Copernicus.
O Sentinel-3A foi lançado de uma base espacial na Rússia e orbitará em torno da Terra, colhendo dados sobre as temperaturas na superfície dos oceanos e o nível do mar. Essas informações auxiliarão em previsões de temperatura mais precisas e em prognoses sobre os impactos do aquecimento global.
"Ao falarmos sobre aquecimento global, focamos com frequência no aumento das temperaturas, mas 90% da energia liberada no nosso planeta acaba indo para o oceano", disse o diretor do programas de observação da Terra da ESA, Volker Liebig.
A cerca de 800 quilômetros da Terra, o Sentinel-3A dá a volta no planeta 40 vezes mais rápido do que um avião e monitorará o planeta com mais frequência que os outros dois satélites do programa que já estão em órbita. A qualidade de suas imagens, no entanto, é mais baixa. Ele pode enviar imagens de todo o planeta dentro de dois dias.
"Podemos medir a poluição do oceano e também a distribuição de clorofila", disse Liebig. Esse pigmento indica a existência de algas. Dados sobre o tamanho das ondas e sua direção são recolhidos pelo Sentinel-1A que foi lançado em abril de 2014.
O programa Copernicus deve continuar sendo implantado até 2020, com o lançamento de outros satélites, e está orçado em mais de 8 bilhões de euros. Ele é considerado o projeto mais ambicioso de observação da Terra. Seu objetivo é fornecer dados que possam ajudar no desenvolvimento de uma legislação ambiental ou durante emergências, como desastres naturais ou crises humanitárias.
Na prática, essas informações podem ainda auxiliar a traçar rotas marítimas mais eficientes, reduzindo o consumo de combustível na navegação, a monitorar o desmatamento e a prever colheitas.
Os satélites do programa têm funções diferentes. O Sentinel-1A recolhe dados sobre a camada de gelo nos oceanos e sobre os impactos das mudanças climáticas. Já o Sentinel-2A monitora as florestas.
As imagens geradas pelo programa serão disponibilizadas gratuitamente para governos, organizações ambientais, instituições e empresas.
CN/rtr/ap/dpa
Desastres naturais vistos do espaço
Como os satélites veem a Terra? E o que eles descobrem sobre os acontecimentos na superfície do planeta? Confira fotos impressionantes de catástrofes naturais observadas da órbita terrestre.
Foto: NASA
Gigante acordado
De densas cinzas a nuvens de água congelada, fenômenos naturais podem ser examinados do espaço sideral. A Estação Espacial Internacional estava passando sobre o vulcão Sarychev, localizado nas ilhas Kuril, na Rússia, quando ele entrou em erupção em 2009. Aproveitando uma brecha entre as nuvens, os astronautas puderam tirar esta foto.
Foto: NASA
Lago evaporado
Diariamente, satélites de observação, como o Proba-V da Agência Espacial Europeia, coletam imagens que permitem rastrear as mudanças ambientais ao longo do tempo. Estas fotos tiradas em abril de 2014, julho de 2015 e janeiro de 2016 (da esq. para dir.) fornecem uma visão clara da evaporação gradual do lago Poopó, em parte devido às mudanças climáticas. Ele já foi o segundo maior lago da Bolívia.
Foto: ESA/Belspo
Não brinque com fogo
Todos os anos, incêndios florestais destroem paisagens e ecossistemas ao redor do planeta. Muitas vezes, eles são causados por seres humanos. Esse também foi o caso na Indonésia, onde agricultores fizeram queimadas na floresta de turfa. Na Islândia, Bornéu e Sumatra, satélites detectaram focos de incêndio em setembro de 2015, e a coluna de fumaça cinza provocou alertas de qualidade do ar.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Chuvas torrenciais
Em 2013, choveu tanto que alguns rios da Europa Central transbordaram. Como se pode ver nesta imagem de 2013, o rio Elba rompeu as suas margens após chuvas sem precedentes. Na foto, a água enlameada cobre a área em torno da cidade de Wittenberg, no estado alemão da Saxônia-Anhalt.
Foto: NASA/J. Allen
No olho do furacão
Uma forte tempestade pode causar danos irreparáveis através de ventos intensos e chuvas torrenciais que vêm do mar. Informações obtidas do espaço são cruciais para acompanhar o desenvolvimento de tormentas: intensidade, direção, velocidade do vento. No Pacífico leste, próximo à costa mexicana, esta imagem ajudou a prever que o furacão Sandra alcançaria ventos de 160 km/h em novembro de 2015.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Derretimento de geleiras
Satélites também desempenham importante papel no monitoramento das mudanças climáticas e, inevitavelmente, do processo de degelo. Do espaço, cientistas puderam documentar a diminuição de geleiras ao redor do mundo, como também a subsequente elevação do nível dos oceanos. Esta foto feita pela Estação Espacial Internacional mostra o recuo da geleira Upsala, na Patagônia argentina, de 2002 a 2013.
Foto: NASA
Prenda a respiração
Em setembro de 2015, satélites proporcionaram esta vista impressionante de regiões povoadas no Oriente Médio envoltas numa tempestade de areia ou "haboob". Aliadas às informações de sensores de qualidade de ar no solo, observações de satélites espaciais ajudam a entender os padrões de início e desenvolvimento de uma tempestade. Essas constatações melhoram os métodos de previsão.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Montanha nua
Essas foram as palavras usadas pela Nasa para descrever a falta de neve no Monte Shasta, na Califórnia, uma fonte crucial de água para a região. Imagens que vêm documentando a estiagem ao longo dos últimos anos têm mostrado montanhas marrons que deveriam ser brancas, e terra onde se procura água. Com o degelo, a seca aumenta.