Organização Mundial da Saúde afirma que chance de vírus se espalhar por países europeus é de baixa a moderada durante o fim da primavera e o verão. Ilha da Madeira e costa nordeste do Mar Negro, porém, têm alto risco.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta quarta-feira (18/05) para um possível surto do vírus zika na Europa, à medida que o clima esquenta no continente nos próximos meses, durante o fim da primavera e o início do verão.
Na primeira avaliação da ameaça do zika à região, o escritório europeu da OMS classificou o risco em todo o continente entre baixo e moderado. No entanto, em áreas onde já há circulação do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus, o risco fica entre moderado e alto.
"A probabilidade de transmissão local do vírus zika, se não forem tomadas medidas para atenuar a ameaça, é moderada em 18 países europeus e alta em áreas geográficas limitadas: Ilha da Madeira [em Portugal], e na costa nordeste do Mar Negro", declara o órgão em comunicado.
Entre esses 18 países com risco moderado de surto – o que se deve à presença do mosquito Aedes albopictus, transmissor secundário da doença –, França, Itália e Malta são os mais propensos. Em 36 países, o risco é baixo, muito baixo ou inexistente, afirmou a OMS.
Atenção em áreas de risco
Segundo Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS para a Europa, o órgão deseja, com esta avaliação de risco, preparar os trabalhos em cada país europeu com base em seu nível de risco.
"Pedimos particularmente aos países com alto risco que reforcem suas capacidades nacionais e priorizem as atividades que podem prevenir um grande surto de zika", disse Jakab.
Entre as recomendações aos países com maior propensão ao vírus estão a capacitação de profissionais de saúde para detectar precocemente a transmissão; estimular a população a reduzir focos do mosquito; e garantir proteção a pessoas em situação de risco, sobretudo grávidas.
Ainda de acordo com a OMS, 79% dos países cobertos pelo braço europeu do órgão teriam boa ou muito boa capacidade de reagir bem e rapidamente a uma possível propagação do vírus.
Um grande surto de zika atingiu diversos países da América Latina, em especial o Brasil, gerando alarme global. O vírus tem sido relacionado a milhares de casos de malformação fetal em bebês de mulheres que foram infectadas enquanto grávidas.
EK/abr/afp/rtr
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.