Europa tem maior número de casos de sarampo em uma década
20 de agosto de 2018
Surtos da doença deixaram 37 mortos no continente nos primeiros seis meses de 2018, e número de casos já equivale a quase o dobro do total registrado no ano passado. OMS pede que países intensifiquem vacinação.
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O número de casos de sarampo na Europa atingiu um novo recorde nos seis primeiros meses de 2018, alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta segunda-feira (20/08), avaliando o aumento como "dramático".
Mais de 41 mil casos foram registrados de janeiro a junho de 2018 no continente. Apesar de apenas metade do ano ter transcorrido, o número é maior que o registrado ao longo de 12 meses em todos os anos desta década.
Em 2017, que detinha o recorde desta década, 23.927 casos foram registrados em 12 meses. Surtos de sarampo provocaram 37 mortes na Europa nos seis primeiros meses do ano, contra 35 mortes no total de 2017.
"Depois do menor número de casos da década em 2016 [5.273], estamos vendo um aumento dramático nas infecções e surtos prolongados", disse a diretora regional da OMS para Europa, Zsuzsanna Jakab.
De acordo com a organização, o salto nos casos foi provocado pela redução na cobertura de serviços de imunização de rotina e por conta das baixas taxas de vacinação em alguns grupos populacionais.
França, Grécia, Itália, Rússia, Sérvia, Geórgia e Ucrânia já registraram mais de mil casos da doenças cada um neste ano. Somente na Ucrânia, foram mais de 23 mil casos. O maior número de mortes ocorreu na Sérvia, onde 14 pessoas perderam a vida.
A OMS pediu aos 53 países da região que implementem imediatamente medidas para impedir uma maior disseminação da doença, sublinhando que, para evitar surtos, é necessário uma cobertura de imunização de 95% da população, com duas doses de vacina a cada ano.
Embora a cobertura da vacina tenha passado de 88% para 90% das crianças em idade de vacinação no último ano, continuam a existir grandes diferenças na Europa, onde algumas comunidades possuem 95% de cobertura, e outras, menos de 70%.
O sarampo é altamente contagioso e se dissemina através de tosse, espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções de uma pessoa infectada. Crianças não vacinadas e mulheres grávidas são os grupos mais vulneráveis à doença.
Embora a infecção dure de sete a dez dias, normalmente seguidos de uma recuperação total, pode haver complicações em alguns casos, incluindo encefalite, meningite, pneumonia e hepatite.
No Brasil, foram registrados até o início de agosto 1.069 casos de sarampo, sendo 788 no Estado do Amazonas e 281 em Roraima, motivando uma campanha de vacinação contra a doença e a poliomielite. Cinco mortes foram confirmadas, quatro em Roraima e uma no Amazonas.
Os surtos no Brasil ganharam força por conta de brasileiros que não tomaram a vacina e pela importação de casos da Venezuela.
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.