Espionagem
25 de novembro de 2006Políticos e ativistas dos direitos humanos exigem que a Rússiaajude a esclarecer as circunstâncias que levaram à morte por intoxicação radioativa do ex-espião russo Alexander Litvinenko. Ele faleceu num hospital em Londres nesta sexta-feira (24/11).
Litvinenko, que foi coronel do Serviço Federal de Segurança (antigo KGB) e vivia desde 2001 como refugiado no Reino Unido, adoeceu repentinamente no dia 1º de novembro. O ex-agente secreto estava investigando o assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya, morta a tiros em Moscou no dia 7 de outubro.
O Conselho da Europa terá de se ocupar com esta misteriosa morte e com as circunstâncias do assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya, disse a ex-ministra alemã da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger ao jornal Berliner Zeitung.
O ministro finlandês das Relações Exteriores, Erkki Tuomioja, cujo país ocupa a presidência rotativa semestral da UE, disse esperar que Putin "reconheça a gravidade da situação". Segundo o chefe da diplomacia da Finlândia, "em nome da credibilidade do sistema e da democracia, um caso destes têm de ser esclarecido, mesmo quando se trata de adversários políticos".
"Como membro do Conselho da Europa, a Rússia deve ter interesse em esclarecer tais fatos o mais rápido possível, para evitar especulações", ressaltou o encarregado de direitos humanos do governo alemão, Günter Nooke (CDU). A defensora russa dos direitos humanos Anna Schor-Tschudnovskaya acusou a União Européia de cumplicidade com Moscou no caso Litvinenko.
Numa carta de despedida, Litvinenko acusou o presidente russo, Vladimir Putin, por sua intoxicação. Putin, por seu lado, rejeitou qualquer envolvimento na misteriosa morte em Londres.
Links relacionados: