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Contra a Síria

19 de agosto de 2011

Diplomatas europeus trabalham numa nova resolução, que será apresentada em breve ao Conselho de Segurança. Síria acusa países ocidentais de fazerem guerra diplomática.

Militares sírios deixa cidadeFoto: picture alliance/dpa

Alemanha, França, Reino Unido e Portugal querem que o Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas imponha sanções à Síria devido à violência com o que o regime de Bashar al-Assad reprime as manifestações contrárias ao governo.

Segundo o embaixador alemão na ONU, Miguel Berger, os quatro países europeus no CS discutem o texto que deve ser apresentado nos próximos dias. "Nós devemos começar imediatamente a trabalhar numa resolução, e ela deverá conter sanções", afirmou Berger na noite desta quinta-feira (18/08).

O vice-embaixador britânico, Philip Parham, também defendeu que seja elevada a pressão sobre o governo de Assad. "Acreditamos que chegou a hora de o Conselho tomar outras medidas", comentou. Parham acrescentou que o governo sírio precisa cessar a violência e os assassinatos, libertar os prisioneiros e permitir a entrada de ajuda humanitária no país.

Nesta sexta-feira, a ministra espanhola do Exterior, Trinidad Jimenez, afirmou que seu país se junta ao coro dos demais europeus. "Esperamos que a apresentação de uma nova resolução no Conselho de Segurança possa levar a um consenso internacional mais forte, mais poderoso e especialmente mais amplo de condenação", disse em entrevista a uma rádio.

Assad disse que as ações militares acabaramFoto: picture alliance/dpa

Numa conversa por telefone com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, Assad disse que as ações militares acabaram e prometeu iniciar reformas na Síria. "Como sempre, há um grande abismo entre o prometido e a realidade", declarou Parham, com ceticismo.

Por outro lado, o embaixador sírio nas Nações Unidas, Bashar Jaafari, assegurou que as operações militares e policiais já foram encerradas e disse que as nações ocidentais não deveriam interferir em questões internas da Síria. Os países ocidentais estariam tentando acertar contas antigas com a Síria, afirmou.

Jaafari também acusou os Estados Unidos e os países europeus no Conselho de Segurança de estarem promovendo uma guerra diplomática e humanitária contra o seu país.

Apoio e veto

Sobre a proposta dos quatro países europeus, a representante norte-americana na ONU, Rosemary DiCarlo, afirmou que os Estados Unidos apoiam novas medidas contra o regime de Assad. China e Rússia, que detêm poder de veto no Conselho de Segurança, ainda não se pronunciaram.

Nesta quinta-feira, Estados Unidos e União Europeia haviam pedido abertamente, pela primeira vez, que o presidente sírio deixasse o poder. "Dissemos insistentemente que Assad deveria conduzir uma transição democrática ou sair do caminho. Pelo bem dos sírios, chegou a hora de Assad deixar o governo", disse o presidente Barack Obama.

O chamado recebeu apoio do presidente francês, Nicolas Sarkozy, da chanceler federal alemã, Angela Merkel, e do premiê britânico, David Cameron. "Nós pedimos que ele enfrente a realidade, que mostra a completa rejeição de seu regime pela população síria, e deixe o governo para o bem da Síria e união do seu povo", disse o comunicado conjunto.

Nesta sexta-feira, um diplomata russo declarou que o país não apoia a exigência de renúncia feita pelos Estados Unidos e pelos países europeus.

Segundo o Conselho de Direitos Humanos da ONU, as ações de repressão ordenadas por Assad causaram a morte de ao menos 1.900 civis, inclusive crianças, e numerosas violações dos direitos humanos e crimes contra a humanidade.

No fim de semana, uma missão humanitária das Nações Unidas deve chegar à Síria para investigar as acusações de violação cometidas pelas forças de Assad. "Nós temos a garantia de que poderemos circular à vontade, onde quisermos", declarou Valerie Amos, vice-secretária-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários.

NP/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler

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