Era digital
4 de agosto de 2009A União Europeia (UE) é a nova líder mundial em internet com conexão rápida, posição antes ocupada pelos Estados Unidos. Já há mais de 114 milhões de assinaturas de banda larga nos países europeus. Os números foram apresentados nesta terça-feira (04/08) pela Comissão Europeia, que coordenou um estudo sobre competitividade digital nos países da UE, em relação aos Estados Unidos e à Ásia.
O relatório mostra que o uso da internet no bloco europeu deu um salto: em 2005, 43% da população recorria regularmente à oferta online; em 2008 esse índice pulou para 56%. A maioria usa banda larga.
Entre os 27 membros da UE, a Alemanha é a nona em oferta de serviços de banda larga. No entanto, o país ocupa a primeira posição em outra área: seus usuários de internet são os que mais baixam jogos de computador. "Mas quando se trata de leitura de jornais e revistas online, o país cai para a 19ª posição", ressalta Martin Selmayr, porta-voz da Comissão Europeia.
Há controvérsias
Embora o relatório da Comissão situe a UE na liderança mundial da banda larga, um terço de sua população jamais utilizou a internet. Esse é um dos motivos por que a indústria encara os números com reserva.
"Não há dúvida de que a Europa recuperou o atraso no tocante à banda larga, mas não há espaço para estarmos satisfeitos. Quando olhamos para a Ásia, há países que estão à frente da Europa em termos de oferta de banda larga e de conexões rápidas", analisa Axel Pols, da Bitkom, associação das empresas de tecnologia da informação da Alemanha.
A associação destaca que há um grande potencial na convergência da internet e celulares. Segundo o relatório da Comissão, a Europa desfruta de uma posição inicial favorável nesse ponto.
Mais investimentos
A quantidade de telefones celulares na União Europeia já é maior do que a população total do bloco, com uma taxa de penetração de 119%. Nos Estados Unidos, a relação entre o número de habitantes e o de aparelhos é de 87% e no Japão, de 84%.
No entanto, o investimento em pesquisa no setor não corresponde ao número de usuários. Os Estados Unidos e o Japão ainda lideram as pesquisas científicas nas áreas de tecnologia da informação e comunicação. Segundo o estudo da Comissão Europeia, a UE vem em terceiro lugar.
Nativos digitais
Os usuários mais ativos da internet têm entre 16 e 24 anos de idade: mais de 70% deles usam com frequência opções avançadas de serviços de dados. Esse grupo produz conteúdo para a internet, comunica-se online e é duas vezes mais ativo do que a média dos usuários.
Para Viviane Reding, comissária da UE, esses jovens europeus "digitalmente espertos" logo ditarão o mercado. "Chamamos essa geração de digital natives, pois já 'nasceram digitais' e utilizam a internet desde o início, desde que são cidadãos ativos e consumidores", explica Selmayr.
NP/dw
Revisão: Alexandre Schossler